Gabi 22/12/2023
As mulheres da família Cotton
Para mim, A Troca é sobre o luto. Reforçando seu estilo já manifestado em Teto para dois, Beth O'Leary nos presenteia com todos os clichês de um romance, ao mesmo tempo que aborda reflexões e assuntos bastante intensos e complexos. As duas Eileen se desafiam a trocar de vidas, em uma tentativa desesperada de (re)encontrarem a si mesmas depois do processo de adoecimento e morte de uma das mulheres da família. O processo de busca por se (re)encontrar é dolorido, conflituoso, mas absurdamente necessário para a vida continuar, mesmo com a ausência de alguém que se foi.
Após ler A Troca, fiquei com a vontade absurda de também viver esse processo. Parece que vivemos tão no automático, que não nos permitimos nos (re)descobrir. Não resta tempo e possibilidade de viver uma experiência tal como a das protagonistas. Parece que estamos vivendo errado (?). Mas será que esse processo de (re)eencontrar-se narrado não é só mais um dos clichês idealizados pelos romances e, portanto, um daqueles ideais inalcançados?