H0WLING 17/03/2024
O arquiteto da própria ruína
Em muitos aspectos a narrativa aqui apresentada me foi surpreendente. Já sabia que o ?monstro? não possuía nome e que muito menos era de fato um ser terrível, mas além disso, nem imaginava que as relações do Dr. fora da com o monstro seriam de tamanha importância na história.
A amizade entre ele e seu companheiro de viagens é interessantíssima e provavelmente o segundo ponto mais forte do livro (o primeiro sendo algumas das falas do monstro, que são pedaços de texto interessantíssimos e profundos). Infelizmente, há poucos momentos interessantes fora os protagonizados pela interação desses dois ou pelo Monstro.
O ritmo do livro é por vezes irritantemente instável, inclusive com o último capítulo tendo o triplo do tamanho dos outros, tornando o final de potencial dramático extraordinário da história um dos momentos mais arrastados. Algo que também acontece na primeira conversa do Monstro com o Dr., que é uma interação tão longa e monótona que se torna intolerável, o que retira o impacto dos acontecimentos narrados.
O que foi dito no parágrafo anterior foi o motivo de eu ter demorado muito mais do que esperava pra terminar o livro. Eu por vezes não tinha vontade alguma de entrar de novo nesse mundo, mesmo tendo vontade de saber qual seria a sina de Frankenstein e de sua criação.