Morte de Tinta

Morte de Tinta Cornelia Maria Funke




Resenhas - Morte de Tinta


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Bruno Leandro 13/07/2011

E se fosse possível desafiar a morte?
Este livro fecha a trilogia do Mundo de Tinta. Fecha também um ciclo, contando o fim da história de Mo, Resa e Meggie, além de Fenoglio, Dedo Empoeirado, Elinor e vários outros que conhecemos durante Coração e Sangue de Tinta. No entanto, uma nova história nos é apresentada durante este livro: é a história de Gaio, um justiceiro do povo que luta contra as vilanias do Cabeça de Víbora e tenta trazer paz ao reino. Curiosamente, este personagem foi baseado em Mo, que acaba por assumir esta persona dentro do próprio Mundo de Tinta, após quase morrer e renascer como um outro homem. Morte de tinta trata da luta de Gaio contra o Víbora e contra si mesmo: Mortimer e Gaio brigam pelo controle da mente do encadernador e não se sabe quem poderá ganhar. Neste livro temos também uma Resa mais ativa, propensa a lutar por aquilo em que acredita, um Fenoglio cada vez mais arrogante, que acha ser o deus do mundo que criou, uma Meggie que vive se metendo em confusões e uma chorosa (por incrível que pareça) Elinor. As histórias se mudam, se mesclam e nos fazem perceber que ninguém é exclusivamente deste ou daquele jeito, que as pessoas mudam e que cada um pode ser de mais de um jeito. Um covarde pode ser herói, um coração de pedra pode se derreter e a morte pode ser aprisionada nas páginas de um livro. Muitas são as emoções e conflitos nesta grande aventura que é a vida, esteja ela em um mundo de carne e osso, ou em um mundo de tinta.
Confesso que fiquei com saudades dos personagens quando fechei o livro, após terminar a última página da história. Bem, de quase todos. Fenoglio foi um personagem que me deu raiva durante toda a história. Sua arrogância passava dos limites e por sua culpa descobri que as coisas sempre podem piorar mais ainda. Que personagem desagradável, rs. Mas isso é bom, pois mostra que consegui me envolver na história de alguma forma, que Cornelia me fez viajar para dentro das páginas do livro, ainda que não literalmente. Juro que depois disso passei a ler em voz alta às escondidas, pensando que talvez pudesse trazer através da melodia de minha voz alguns personagens à vida...
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Elis 20/04/2011

O que fazer quando a história acaba?
O começo do livro e meio morno perto dos outros dois, mais vale a pena, a história é muito bem escrita, você acredita no que a autora te conta e se envolve com os personagens, é maravilhoso.
Eu já reli a série, e sempre que olho pros livros ainda sinto saudade dos personagens e tenho vontade de ler novamente.
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Renata Mascari 12/08/2012

Morte de Tinta
Enfim, terminei Morte de Tinta, tive alguns probleminhas de rítmo no início do livro, talvez por ele ter a tarefa de amarrar todas as pontas soltas da trama, demora um pouco para embalar, mas é isso ai, cheguei ao fim e agora vou fazer um breve resuminho. Não conto a história toda porque não é esse o objetivo do blog, e sim fazer com que as pessoas se interessem pelos livros.

Bom, no último livro da trilogia Mundo de Tinta, Mortimer, que até então era apenas um encadernador, assume a personalidade de Gaio, o salteador, o herói daquele mundo, criado por Fenoglio nas canções que escrevia para o povo colorido. Mo tem que lutar não apenas contra os vilões da história, mas também contra o próprio personagem que interpreta, pois começa a se confundir com ele e se esquecer quem é no mundo real.

Fenoglio, o autor de Coração de Tinta, tem que combater Orfeu que em poder de seu livro, usa suas palavras e passagens para reescrever e manipular a história, criando personagens distorcidos e aliando-se aos vilões.

Meggie descobre com Farid as alegrias e as decepções do primeiro amor, enquanto sua mãe Resa está grávida de um novo herdeiro e mesmo assim não para de ajudar e proteger Mo.

Coração... Sangue... Morte...

De três palavras depende a vida de Mo e de Meggie.

Sinceramente estou com DPL (Depressão Pós Livro), fiquei tanto tempo ligada à história na leitura da trilogia, que hoje, ao terminar Morte de Tinta, me senti triste. = (

Mas fiquei muito feliz em ter a oportunidade de lê-los e conhecer essa história maravilhosa, agradeço a minha amiga Aline por ter me apresentado ao Mundo de Tinta me emprestando os dois primeiros livros.
É claro, agora já comprei a trilogia para mim, rs, mas tudo teve início por culpa dela.

Bom, por enquanto é isso. Vou começar a leitura de mais um livro e ao seu término, volto com mais um resuminho.

Até mais = )
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ivanafs2 23/06/2012

o desfecho
por se tratar do desfecho do mundo de tinta
se tornou um livro cansativo
pretendo terminar em dezembro desse ano, até lá sua leitura está abandonada
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gabriel 27/08/2012

Melhor série que eu já li!!
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Rouge 23/10/2012

Sensacional
É uma série de livros extraordinária, com personagens muito bem tratados e muito carismáticos. Diria que é impossível até mesmo escolher um preferido. Apesar de ser um livro de fantasia, suas páginas estão cheias de realidade, pois as pessoas mudam, as situações as mudam, elas não são um retrato pintado, mas seres cheios de complexidade com seus medos e orgulhos e sentimentos dúbios.

Além disso o relacionamento com os livros e as palavras é encantador.

Recomendadíssimo, mesmo para quem não gostou do filme. Indispensável para quem gosta muito de ler e sempre quis que uma história se tornasse realidade.
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Pluck 29/09/2010

Genial
Caí no erro de ter visto o filme primeiro, o que atrapalhou um pouco meu julgamento do primeiro livro, mas quando cheguei no terceiro a história já estava totalmente formada na minha cabeça.

E cara! A Cornelia criou um mundo genial, com uma trama ao mesmo tempo empolgante e surpreendente que faz você nunca saber o que vai acontecer.
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Ruth106 31/10/2010

Fim
O 3º livro da série. Tão longo quanto o 2º e, as vezes, um tanto cansativo. Mas lindo, cheio de ação, amor, esperança, maldade e histórias tristes. A autora tem uma escrita um tanto penosa, contudo linda. Amei ler esse livro, fiquei triste e atemorizada com Mo e sua intimação dada pela Grande Mutação; com raiva de Resa e sua decisão abobalhada no inicio, bem como voei com a andorinha perante o Nariz de Prata; torce inescrupulosamente para que chegasse o fim de Orfeu (ainda sim achu q um pouco de sangue dele derramado seria melhor!); fiquei assustada quando a Envenenadora de Capricórnio voltou e aos pulos quando teve seu fim; um tanto irritada com Farid e como ele trata Meggie; Dançarino do Fogo... sem palavras, nesse livro ele foi perfeito. Príncipe Negro, quase chorei, que susto por duas vezes! Jacopo, quem diria! Já tinha sacado desde a primeira aparição o papel de Doria (xD fofo)Bem queria um fim mais definido para a história. Mas não é isso q os livros deixam quando terminam? a saudade e a vontade de nos tornar parte deles? De conhecer o futuro dos personagens que tanto mexeram conosco? Sim, a resposta é sempre sim.
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Bonys 29/08/2010

o Mundo de Tinta nunca foi tão real.
Estava esperando a muito por este desfecho. Fiquei muito triste com o livro intermediário que não deixou um fim para os leitores e sim uma ponte para este último.
Mais triste me deixou o Mundo de Tinta descrito neste volume. Certamente o livro mais deprimente da trilogia.

Estava eu emocionada por poder entrar num livro, claro, não é sonho de todo leitor fazer parte das aventuras descritas nas páginas? Mas logo se percebe que as aventuras não são tão emocionantes vistas pelo lado de dentro, mais que isso, elas se assemelham muito mais com o mundo real que com o mundo fantástico. Veja a descrição que Meggie e Elinor fazem do mundo do qual veem, um lugar onde carruagens atravessam voando os ceus e musica sai de pequenas caixas.
O mundo real vira a fantasia dentro da fantasia e o Mundo de Tinta se revela negro e cruel , onde se precisa muito cuidado para viver e onde a luta é contínua. Sem mencionar que a crueldade parece ser muito bem tolerada .

Por causa do primeiro livro eu esperava um final diferente.
Não me agradou este fim.
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Antonio Caetano 22/10/2010

Existiram poucos livros em que eu senti grande paixão ao lê-los... E a trilogia Mundo de Tinta é, com certeza, um desses livros.
Cornelia Funke usa seus livros para nos fazer apaixonar por cada livro que lemos... Passamos a vê-los como algo realmente vivos, onde a magia não tem limites...

Li todos os livros dessa série com muito gosto, tentando imaginar cada paisagem descrita, tentando sentir cada cheiro, cada textura... E cada emoção.

E elas são muitas. Desde o deslumbramento com o poder de luta de Gaio, até o ódio mortal de Orfeu (um dos grandes vilões de histórias que já li)

Achei o tamanho do livro satisfatório, um fim de série não de constrói tão facilmente em poucas páginas... E em quanto ao jovem casal romantico, fiquei feliz com o destino deles...


SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER!!!!!!


Afinal, o amor do jovem Farid para com Dedo Empoeirado era muito maior do que o amor que ele sentia por Meggie. Ela está melhor com quem terminou...

E a sensação inquietante do Filho de Lingua Encantada paea com o nosso mundo é muito compreensível... Ele teve a quem puxar.

Corneçlia Funke conseguiu mostrar o que queria, seu amor por seus personagens, e o respeito por eles... Pois são vivos, e chega o momento em que não importa o que o autor escreveu ou não. A verdade é que a história se desenvolve por conta própria...


Valeu cada palavra!
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Juliana 23/01/2014

Maravilhoso!
Último volume da trilogia Mundo de Tinta. Diferente do que acontece entre o primeiro e o segundo volume, a história prossegue com os acontecimentos do segundo livro, sem um desfecho, como ocorreu no fim de Coração de Tinta, o que faz com que, muitas vezes, a história de um se confunda com a de outro, principalmente para quem já leu a trilogia há algum tempo. O livro é excelente, certamente melhor do que o primeiro, embora eu não saiba dizer se é melhor ou pior do que o segundo, digamos que seja tão bom quanto.

Nessa história, a maior parte dos personagens se mantém, praticamente não havendo inclusões importantes, exceto por Doria, um jovem personagem bem “fofo” que começa quase sem nenhuma importância, mas que no fim, consegue alguma por suas ações e relações. O desprezível Orfeu consegue aumentar seu papel, se tornando ainda mais desagradável, apesar de Cabeça de Víbora continuar como vilão principal, enquanto Mo, se torna ainda mais participativo na história como herói da trama. Resa também é outra que ganha algum destaque nessa continuação, enquanto Meggie e Farid ficam um pouco mais passivos.

Um ponto negativo da história são os capítulos que falam de Darius e Eleanor, a gente quase pode perder a paciência com os lamentos da última que perduram desde Sangue de tinta, até quase metade do último volume. Devido aos acontecimentos do final do volume anterior, Fenoglio também se torna um pouco mais chato e reclamão, pelo menos até a metade livro, quando ele e seus escritos começam a ter uma participação maior.

A inclusão de alguns personagens secundários serve para quebrar um pouco a distinção tão clara entre o bem e o mau do volume anterior, mostrando que nem sempre o “lado dos bons” é totalmente altruísta, o que dá certa maturidade à narrativa. O desfecho da trilogia termina com os personagens felizes, como é de se esperar, mas não completamente ausentes de problemas, dando, inclusive, brechas para uma possível continuação, mas dificilmente esta poderia ser tão agradável quanto a narrativa recém-encerrada.

Excelente livro, excelente trilogia, nos faz pensar, em vários momentos, na importância dos livros e das palavras, além de ser, de certa forma, um elogio tanto aos autores quanto aos leitores, além de, é claro, aos tão amados livros!

site: http://fantasticosmundosdepapel.blogspot.com.br/
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Sheila 27/02/2014

Resenha: "Morte de Tinta" (Cornelia Funke)
Por Sheila: Olá pessoas! Como estão? Hoje trago a vocês a resenha do último livro da trilogia Mundo de Tinta, de Cornelia Funke. O primeiro e o segundo livro da trilogia já foram resenhados pelo blog aqui http://www.dear-book.net/2013/04/resenha-coracao-de-tinta-cornelia-funke.html e aqui http://www.dear-book.net/2013/06/resenha-sangue-de-tinta-cornelia-funke.html. Como vou fazer um "resumão" e começar no ponto onde o segundo livro acabou, quem não leu ainda, e não gosta de estragar a surpresa pode parar de ler por aqui ...

Aos que continuaram, avante! Confesso que gostei muito mais do fim do primeiro livro do que do segundo. Afinal, o primeiro livro realmente ACABA. O segundo foi escrito, a sequência da estória ficou muito boa, mas se a autora quisesse ter parado no primeiro, poderia sem problemas.

Agora, ao fim do segundo livro, as coisas terminam tão INACABADAS, que escrever um terceiro para fechar a trama é uma obrigatoriedade. Mas, enfim, para quem não lembra, muitas coisas aconteceram: Meggie, que não consegue parar de pensar no mundo encantado de "Coração de Tinta", se lê junto com Farid para dentro do livro, onde já esta Fenoglio, seu criador - e que foi parar na estória ao fim do primeiro livro.

Dedo Empoeirado, que nunca conseguiu se adaptar ao mundo de Mo, finalmente encontra um leitor - Orfeu - que o lê de volta para sua estória. Nesse meio tempo, a Gralha, mãe do vilão do primeiro livro, encontra Mo e Resa e também os lê para dentro do livro - pensando nele encontrar seu filho vivo. Mas o mesmo não acontece, e o reino encontra-se uma bagunça, com a estória "se contando", o que irrita Fenoglio a ponto de tentar, junto com Meggie, recontá-la.

Mas as coisas não acontecem como Fenoglio previra: ao fim do livro, temos um reino dizimado pela guerra; um vilão cruel e, agora, imortal, que os persegue sem descanso; Mo transformado em um herói de canções e fora da lei com a cabeça a prêmio; Dedo Empoeirado morto; e Fenoglio arrasado com a quantidade de sangue (por isso "Sangue de Tinta") que suas bem intencionadas palavras acabaram por derramar sobre o povo inocente.

No início do terceiro livro, vemos o romance entre Meggie e Farid se desenrolar, assim como uma inversão entre os papéis de Mo e Resa: se no segundo livro causa-lhe dissabor ver a forma como sua mulher e filha sentem-se fascinadas por este mundo (as vezes nada encantador, apesar de seus seres fantásticos e paisagens exuberantes) agora é Mo quem não que ir embora, e Resa quem apela para que retornem.

Afinal, a insegurança de não se ter onde dormir, o que comer, e ser constantemente caçados por um tirano cruel e imortal, faz com que a estadia neste reino - mesmo que encantado - não se torne mais tão prestigiada assim. Até por que Mo as vezes fica estranho; já não é mais só ele. Dentro de si carrega Gaio, o herói fora-da-lei que, se protege os fracos, também se expõe a riscos, o que não passa despercebido a sua mulher.

"Mo olhava para suas mãos como se fossem de outra pessoa. Quantas vezes Meggie vira como elas cortavam papel, encadernavam páginas, esticavam couro - ou colocavam um esparadrapo sobre uma ferida em seu joelho. Mas ela sabia bem demais do que Mo estava falando. Ela já o observara o suficiente, quando ele treinava com Baptista ou com o Homem Forte atrás dos estábulos - com a espada que ele carregava consigo desde o Castelo da Noite. A espado do Raposa Vermelha. Ele a fazia dançar, como se suas mãos estivessem tão acostumadas a ela como ao cortador de papel ou uma dobradeira.
Gaio."

Enquanto isso, Orfeu, que também foi lido para dentro do livro, cada vez mais perde-se em criações bizarras e modificações a seu bel-prazer no mundo criado por Fenoglio, sem que este faça nada para impedir; afinal, Fenoglio já não escreve mais, talvez por medo do lugar onde as palavras o fizeram chegar há bem pouco tempo ...

"Com um gemido, ele se esticou sobre o seu saco de palha e fixou o olhar no ninho de fadas vazio. Haveria uma existência mais triste do que a de um escritor cujas palavras se extinguiram? Haveria destino pior do que ser obrigado a ver como outro torce nossas próprias palavras e decora o mundo que criamos com esparadrapos coloridos de mau gosto? Nada mais de quartos em castelos ... apenas o quarto no sótão de Minerva. E era um milagre que ela o tivesse aceitado mais uma vez - depois de suas palavras e canções terem cuidado para que ela não tivesse mais marido nem um pai para seus filhos."

Já Dedo Empoeirado, este continua perdido para as Damas Brancas, sendo pranteado por todos mas, principalmente, por Farid, que acaba virando servo de Orfeu com a promessa de que este escreva as palavras que o tragam novamente à vida, muitas vezes decepcionando Meggie que se sente em segundo plano em sua vida.

"Havia dias que esperava por Farid. Ele prometera voltar. Porém, no pátio estavam apenas seus pais e o Homem Forte, que lhe lançou um sorriso quando a viu na janela (...)
- Quanto tempo faz que Farid foi embora? Cinco dias, seis?
- Doze - Meggie respondeu com a voz chorosa e escondeu o rosto em seu ombro ..."

A maior parte da leitura do livro é tensa, principalmente por que, depois do segundo livro - onde Dedo Empoeirado morre, assim como Cosme, o Belo - e tudo dá errado no final, é de se esperar que qualquer coisa aconteça. Afinal, nem sempre o final feliz acontece sem perdas, o que Cornelia parece deixar claro desde seu primeiro livro.

Por mais que o livro seja o relato de um mundo encantado, a maldade, a mesquinhez, o egoísmo são humanos demais para que não nos toquem de maneira profunda, sendo responsáveis por uma espécie de mal estar e desassossego durante a leitura das mais de mil páginas da trilogia. Agora, se eu gostei dos livros? Não, gostar seria pouco: eu AMEI cada frase, cada descrição belíssima, cada nuance, cada cor, cada cheiro criado pelas palavras divinamente utilizadas pela autora.

Nem preciso dizer que eu recomendo, não é? Abraços

site: http://www.dear-book.net/2014/02/resenha-morte-de-tinta-cornelia-funke.html
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anarobs 29/01/2012

Ao terminar “Sangue de Tinta”, penúltimo livro da série “Mundo de Tinta” e antecessor desse, imaginei diversos finais e confesso que nenhum combina muito com o verdadeiro. Por um lado isso pode parecer bom, já que afinal acabou me surpreendendo por ser algo novo. Mas por outro se torna um pouco decepcionante já que foi um demasiado menos do que eu esperava.
Logicamente sendo a continuação de Sangue de Tinta, esse conta o derradeiro fim pra um história que parece ser contada por todos, menos pelo seu patriarca: Fenoglio. Autor de Coração de Tinta (o livro dentro do primeiro livro da série de mesmo nome), Fenoglio parece ter perdido a habilidade de escrever desde que seu pupilo, Cosme, o belo, foi fatalmente tirado do tão querido mundo do autor. A partir disso, qualquer problema que houver no mundo de tinta, que poderia ser facilmente resolvido por Fenoglio, se transforma numa bola de neve praticamente sem solução.
Os problemas criados por ele são diversos, mas o maior deles, tantos para o ‘personagem’ quanto para a história, é o Gaio (que para mim é um dos mais bem descritos e pensados – perdendo apenas para Dedo Empoeirado). Sendo uma das melhores coisas do livro o conflito interno estabelecido pela autora: de um lado Mortimer, um pacato encadernador de livros e do outro o já citado Gaio, ladrão e ao mesmo tempo salvador de todos. Gostei muito disso.
Já que falei do meu preferido é justo falar do mais nojento de todos(ultrapassando até Cabeça de Víbora, o vilão principal, que na verdade, para mim, não convence tanto nesse papel): Orfeu. Homem detestavelmente sem caráter.
O livro em si é bom. Novamente Cornélia presenteia seus leitores com uma forma tão peculiar de escrever que acabou se tornando, para mim, a escritora que mais sabe ‘lidar com as palavras’. Ela escreve de forma poética e detalhista, e é extremamente prazeroso ler.
Mas não só de elogios vive “Morte de Tinta”.
Este último volume traz alguns do que eu chamaria de pequenos defeitos - não encontrado nos outros - e o principal dele é como a maioria dos problemas são resolvidos. Para citar um sem soltar spoiler muito relevante falarei do gigante criado por Fenoglio que apareceu no meio da floresta pronto para salvar a todos, mesmo sem saber disso. Ficou parecendo que foi uma decisão preguiçosa da parte de Cornélia. “Já que não tem mais o que fazer pra resolver isso vou fazer Fenoglio ter inspiração do nada e criar um gigante. Ai tudo fica bem”. Sinceramente, não gostei. Pode parecer uma bobagem e pouquíssimo relevante, mas o acúmulo de coisas assim torna a história um tanto cansativa. Levando em consideração também que outra confusão – maior e mais importante - estava se desenrolando e ele não escreveu/fez nada para ajudar, mesmo com os pedidos desesperados de Meggie.
Outro caso é como O problema final foi resolvido. Um garotinho que conseguiu consertar tudo rapidamente... Mas esse não comentar pois seria um spoiler verdadeiramente grande.
Outra coisa que, na realidade, não chegou a me incomodar, mas que por vezes cansou um pouco foi o fato de o livro ser grande demais para a história que contou. Para mim, a historia poderia sim ser contada numa quantidade menor de páginas. Dessa forma, quem sabe, esses pequenos erros que falei não existiriam.
Verdadeiramente, achei “Morte de Tinta” o mais ‘fraco’ de todos os três (isso não chega a ser uma ofensa, pois os outros são de uma qualidade tão alta que falar que existe um mais fraco ainda o torna um livro muito bom. E também porque existem sim – e não são poucas – passagens bem pensadas e belas), pois faltou, principalmente nas cem páginas finais, um pouco mais de idéias realmente legais e resolução de problemas realmente satisfatórios. Mas claro, isso é minha opinião.
Mesmo com as observações apresentadas quero deixar claro que gostei muito do último livro (estou falando do livro, não do final em si) e que gostei mais ainda de ter descoberto essa série que para mim é uma das mais belas, bem escritas e originais que já tive o prazer de ler. Com certeza, ficou marcado.
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