Alexia.Vasconcelos 19/04/2024
O desfecho que eu precisava
Em "O Príncipe Cruel", primeiro livro da trilogia "O Povo do Ar", fomos apresentados ao universo mágico e traiçoeiro de Elfhame e a uma protagonista humana determinada a encontrar seu lugar nesse mundo de intriga e perigo. Já "A Rainha do Nada", último volume da saga, encerra esse ciclo com um desfecho maestral, provando que Jude Duarte pode até não ter ganhado seu lugar de bandeja quando chegou em Elfhame, mas isso não a impediu de conquistá-lo por conta própria.
No início do livro, somos confrontados com uma Jude exilada e traída por aqueles em quem confiava. Ela se vê obrigada a sobreviver no reino humano, com o qual não tem quase nenhuma afinidade, e luta para manter sua conexão com o mundo das fadas ao caçar recompensas (e pessoas) mágicas. Quando sua irmã Taryn surge com uma tentadora oferta, que envolve levá-la de volta à Elfhame, Jude não pensa duas vezes antes de aceitar. O que ela não espera, entretanto, é que retornar ao reino encantado significa encarar consequências imprevisíveis. Mas não é como se Jude não estivesse disposta a lidar com isso.
Sei que "A Rainha do Nada" dividiu opiniões, mas, pelo menos para mim, a leitura foi uma montanha-russa repleta de surpresas e momentos de tirar o fôlego. A quantidade de plots e reviravoltas que acontecem nesse livro, meu amigo, né brincadeira não, surtei HORRORES. Sem falar na tensão constante que permeia a obra, que me fez devorar o livro em um passe de mágica.
É impossível explicar o quanto amo Jude Duarte e sua determinação e complexidade. Sua jornada de autodescoberta, sua relação tumultuada, mas ao mesmo tempo amorosa, com o Cardan me conquistaram demais. A dinâmica entre os dois personagens é eletrizante, evoluindo de ódio a amor de uma maneira que é ao mesmo tempo intensa e inevitável. Também gosto muito do fato que os dois são meio "cinzas", sabe? Com uma moralidade meio ambígua. Acho que isso torna ambos mais complexos e a leitura mais prazerosa.
Além disso, personagens secundários, como a Taryn e o Fantasma, recebem mais desenvolvimento, adicionando camadas à trama (mesmo que eu ainda mantenha certas opiniões). Os encontros e desencontros entre os personagens são emocionantes e nos deixam torcendo por um final feliz, mesmo quando as circunstâncias parecem conspirar contra eles.
Achei que houve alguns momentos de pressa na narrativa, que a Holly correu demais em certos acontecimentos. Parecia que estava meio ansiosa para terminar logo. Mas, apesar disso, o desfecho de "A Rainha do Nada" me deixou feliz. Ela conseguiu amarrar os fios soltos da história enquanto deixava espaço para novos começos, prometendo um futuro promissor para seus personagens tão queridos.
Este livro, assim como toda a trilogia, deixou uma marca no meu coração e se tornou um "livro conforto": toda vez que estou meio pra baixo, revisito o mundo de Elfhame e me animo com suas tramas políticas, migalhas de romance e acontecimentos agridoces. Indico DEMAIS!