Resenhas - O Mapa de Sal e Estrelas

Daniela742 06/01/2021

Leitura pesada, mas necessária
O livro retrata, com uma escrita bastante poética, os problemas vividos pelas famílias de refugiados da Síria. A história é, de certa forma dupla. Ao mesmo tempo que acompanhamos a trajetória de Nur e sua família em 2011, conhecemos Rawiya, que se transforma em Rami a fim de seguir Al-Idrisi na missão de construir um grande mapa, quase 1000 anos antes. Até a metade do livro a história segue bastante arrastada, depois toma um ritmo mais intenso e a leitura flui, na minha opinião. Achei uma história pesada, principalmente para o final de ano, mas que traz ensinamentos valiosos e belas passagens. Fiquei desolada com a morte de Abu Said, mas entendo que essa contribuiu para o crescimento de Nur. Sobre Rawiya, fiquei emocionada com o seu final feliz.

Bruna 06/04/2021

O mão de sal e estrelas
Não gostei do livro.. achei a escrita muitoooo detalhada (sei que tinha esse propósito) mas cansava demais e não conseguia pegar um ritmo durante a leitura... a história em si não me prendeu

Eliz 30/12/2020

Uma realidade bem diferente e chocante
Embora tenha sido escrito por um americano, o livro nos apresenta uma realidade bem diferente e chocante, tão horrível que em alguns momentos, de mais imersão, não tive como não chorar, lamentar profundamente e sentir raiva, tudo ao mesmo tempo. A historia em paralelo e o tom poético servem como aperitivos de uma cultura bem diferente e pouco valorizada por nós. Saio arrasada e querendo ler histórias dos próprios Sírios...

Millene 22/04/2021

Eu não tenho palavras pra descrever
Eu vi mais ou menos sobre o que era na sinopse mas não tinha entendido bem até ler.
São duas garotas separadas por séculos. Rawiya se torna guerreira do rei e Nur se torna guerreira à sua maneira, as duas acabam trilhando o mesmo caminho.

A parte da Nur e sua família acabam saindo de Nova York pra voltar às raízes na Síria mas o país ta em guerra e piora, a casa delas acaba sendo detonada por um míssil e é aí que acaba sendo uma série de acontecimentos até a família se unir em segurança.
É pesado sim em algumas cenas, mas a gente vê pelo mundo de cores da Nur (ela tem essa sinestesia de ver cores em palavras) a gente vê uma garota inocente passar por coisas pesadas e traumatizante e você torce o tempo todo pra ficar tudo bem

Com a Rawiya é uma aventura, não posso dizer muito por causa de spoilers mas eu não esperava esse toque de fantasia, tantos acontecimentos que as vezes eu esquecia de respirar.
A história de Rawiya é uma história inventada que o pai da Nur contava pra ela, então da pra ver muito da Nur em Rawiya.

É um livro que é muito difícil parar de ler porque por serem 2 histórias uma sempre acabava em um momento de suspense e a outra também e faz com que você sempre queira ler mais uma capítulo

Vanny 24/03/2021

Bom, mas cansativo...
Eu gostei do livro, mas achei que a história não fluiu legal... como trata-se de duas histórias, ocorridas em momentos distintos na linha do tempo, e com narrativas diferentes, achei que o livro acaba se arrastando um pouco. Não é ruim, e trata de assuntos muito pertinentes e atuais (como a imigração forçada por exemplo), porém a leitura, para mim, não foi agradável como eu esperava.

Isabella 26/07/2022

Uma viagem sensível e sinestésica
O primeiro ponto a se destacar nesse livro, antes mesmo da história, é a sensibilidade trazida nas palavras empregadas, a beleza que o poder da metáfora carrega, bem como o impacto de ver o mundo pelos olhos de uma menina que faz mais do que narrar fatos.

Resumindo um pouco do contexto desse livro, posso dizer somente que a história se passa em duas linhas temporais, interligadas de alguma forma, e que nos levam a aventuras inimagináveis, cada uma empregada em momentos diferentes e importantes para a cultura árabe. O núcleo principal narra a história de Nur e sua família, que buscam um lugar onde possam viver e fugir da violência instaurada com o estopim da guerra civil síria; e não somente isso, acompanhamos da maneira mais delicada e doce possível, através do ponto de vista da caçula da família, Nur, ou apenas nuvenzinha. É impossível não se emocionar.
O segundo, e não menos importante, traz a história épica de Rawiya. Ela parte em uma viagem de reconhecimento territorial pelo Oriente Médio com o cartógrafo al Idrisi e vive o inimaginável, em meio a uma descoberta tanto científica, quanto de si mesma.

O mapa é um ponto a parte nesse livro, tendo quase vida própria, o que me fez repensar e admirar algo que antes era tão trivial para mim. Você vai entender o que estou dizendo quando ler essa preciosidade.

Sobre as minhas impressões: apesar de tudo, não foi um livro fácil para mim, demorei um pouco para terminá-lo, talvez por eu estar num momento mais sensível psicologicamente, mas a experiência no final valeu muito a pena. Apesar da doçura das palavras, ele não deixou de ser pesado em alguns momentos.

Uma dica que dou a quem quiser, que pode enriquecer muito a experiência de leitura, é de aproveitar todos os minuciosos detalhes de localização de cidades e monumentos entregues pelo autor e ir acompanhando por um mapa mesmo (acompanhei pelo Maps). A história se torna se certa forma mais palpável e você consegue sentir o que esses personagens viveram.

Natalia 23/12/2020

Todo lugar onde você vai se torna uma parte de você
Que livro maravilhoso, extremamente emocionante. É bom sair da nossa bolha e conhecer um pouco mais da realidade de outros países.
Só não dou 5 estrelas porquê o livro conta duas histórias (que tem ligação uma com a outra), mas achei a parte da Rawiya muito enrolada.
Mesmo assim é um dos meus favoritos do ano.

Denise 18/03/2021

"Morrer não dói, a vida é que nos machuca"
Comecei a leitura já me preparando para o que estaria por vir, pela sinopse já imaginei que seria uma história bastante inquietante.
Duas meninas separadas por quase um milênio vivendo as desventuras de tantas pessoas do Oriente Médio, enfrentam guerras e muitas vezes encaram a morte, mesmo assim continuam firmes e corajosas nos mostrando que de algum modo, devemos ter esperança e nunca esquecermos de nossa história.
Uma história envolvente e triste, embora em alguns trechos cansativa, nos faz refletir sobre os infortúnios que passam mulheres e crianças nos conflitos do oriente médio.

ekundera 12/12/2020

?É viver que nos machuca.?
Tanta dor e sofrimento a guerra causa para as famílias que não têm opção ao se verem no fogo cruzado. O livro retrata uma dessas famílias, que passa por provações e os mais diversos tipos de violências, em busca de um lugar seguro para viverem. A primeira metade do livro eu achei meio sem emoção, com excesso de descrição sobre lugares, que deixa a leitura bem monótona. Mas o texto vai crescendo na medida em que vai caminhando para o final e vai ficando gradualmente mais emocionante. É uma história com muito sofrimento, sendo uma realidade bem presente para milhões de pessoas que vivem em países atingidos por conflitos.

Dudu 05/01/2021

A história é muito boa!
Criativa e repleta de sentimento.

O que deixou a desejar foi a escrita.
Há trechos muito descritivos, que tornam a leitura bem arrastada e não contribuem tanto para a construção da cena.

Embora seja uma obra de ficção, há o triste paralelo com a realidade e permite uma reflexão sobre as milhares de pessoas que se encontram em situação similar a de Nur e sua família.

Gattinho 05/01/2021

Muito bom
A TAG inéditos esse ano não para de me surpreender e não foi diferente com seu último livro do ano! História fantástica, envolvente, comovente e que não deixa de tratar de vários assuntos relevantes pra nossa sociedade. Parabéns Tag pela escolha desse livro

Beatriz2371 11/08/2021

Assinatura TAG
Simplesmente sem palavras, mais uma vez a TAG me faz finalizar uma leitura e ficar pensando meu Deus .. !! Sem palavras para descrever. Já sorri, sofri, chorei e gritei com essa leitura.

Segue então uma mensagem do autor ..
... " Não preciso lembrar que a guerra na Síria e a crise dos refugiados sírios são ambas muito reais, e que os refugiados enfrentam violência e injustiça horrendas na tentativa de alcançar locais seguros. Mulheres refugiadas sofrem ainda mais risco de violência, especialmente de natureza sexual..."

Marcio Melo 21/01/2021

Deveria começar "no meio"
As primeiras 150 páginas do livro são muito difíceis. Cada página parece que vale por 10 na primeira parte da história. Bastante arrastado e a linguagem sinestésica e poética cansa para aqueles que não são muito afeitos a ela, como eu. O problema é basicamente com o tipo de leitura que me agrada (diferente desta aqui) e não com o autor.

Quando chegamos na metade do livro a história voa e são histórias muito bonitas e com o final que aquece o coração, mas num geral eu fiquei com sentimentos mistos aqui.

Achei que o livro teve problemas possivelmente na tradução, tem algumas repetições muito próximas de termos e palavras, algumas redundâncias que poderiam ser cortadas num trabalho mais cuidadoso.

É um livro ruim? Jamais, apenas não é para mim.

Carolina 26/12/2020

Poderia ser melhor
A temática do livro é muito interessante, mas a história ficou muito água com açúcar. A narrativa não transmite o peso que a história de Nur tem. Essa personagem, uma criança, não pareceu muito verdadeira. Até gostei do livro, mas ficou faltando justamente o sal.

Alessandro232 15/12/2020

Um mapa de histórias comoventes e emocionantes
TAG INÉDITOS
"O mapa de sal e estrelas" foi uma grata surpresa neste final de ano. O livro tem duas linhas narrativas em espaços temporais diferentes: Uma no tempo atual, na qual a protagonista Nur, uma menina de doze anos narra os dramáticos eventos envolvendo a eclosão dos conflitos armados na Síria. Por meio sempre do ponto de vista dessa personagens acompanhamos os esforças dela, da mãe e das irmãs para deixar o território sírio e buscar refúgio em outro lugar. Paralelamente a isso, temos outra narrativa, em terceira pessoa, protagonizada por Rawiya, uma garota que para fugir da pobreza decide ser cartógrafa e para isso se faz passar por uma garoto e inicia uma jornada ara mapear as regiões do Oriente. Fiquei muito impressionado com a escrita de Zeyn Joukhadar. "O mapa de sal e estrelas" é uma obra muito bem escrita, com trama envolvente e também muito comovente e emocionante em algumas passagens.
Gostei muito do contraste entre o Oriente antigo, cheio de maravilhas, na arquitetura, e, principalmente na área do conhecimento humano, com destaque para a cartografia, com o Oriente atual devastado por conflitos internos e disputas políticas.
No enredo do livro também é bem combinada a mistura entre realidade, que é mostrada de forma "dura", com aspectos bastante realistas com a fantasia, na segunda história, na qual encontramos elementos que remetem aos contos das "Mil e Uma Noites" e também faz referência a pessoas reais, tais como o cartógrafo Al-idris e o rei Rogério.
Além disso, encontramos um espelhamento entre as duas narrativas em várias situações envolvendo as duas protagonistas que nas situações de perigo revelam ser determinadas e corajosas. No livro, todas as personagens femininas são fortes, com destaque para a mãe de Nur, também cartógrafa e disposta a sacrificar sua própria vida para defender as filhas.
Dessa forma, em seu enredo destaca-se a dramática situação dos sírios que são obrigados a abandonar o país que, infelizmente, foi totalmente devastada por disputas políticas internas e pela ambição de um ditador desumano. Neste aspecto, o romance é muito comovente em muitas passagens e os leitores mais sensíveis dificilmente não vão conseguir conter a emoção diante de alguns eventos bastante dramáticos. Por outro lado, as aventuras de Rawiya são cheia de lances surpreendentes e tem um aspecto maravilhoso, que se faz presente a partir da aparição de criaturas fantásticas. É essa mistura equilibrada entre realidade e fantasia que torna o livro tão interessante e envolvente.
Também é importante ressaltar que esse romance é resultado de um grande trabalho de pesquisa, principalmente sobre a cartografia do Antigo Oriente e isso se reflete em sua escrita que é bastante verossímil quando explora eventos históricos e localizações geográficas.
Também trata-se de um livro necessário para que possamos se entender melhor a problemática dos refugiados, um assunto relevante que precisa ser discuto e afeta profundamente a vida de milhões de pessoas em vários países do mundo. "O mapa.. é um livro sobre o valor da amizade, às tradições familiares, e, também sobre a identidade cultural que é um dos seus principais temas.
Para mim é um dos melhores livros da TAG INÉDITOS e um dos que mais gostei de ler este ano. Literalmente, "viajei" pelo antigo Oriente e também vivencie de perto dos horrores da Síria. São poucos os livros que nos faz ficar na "pele" dos personagens e este me proporcionou esta experiência ás vezes fascinante e em outros trechos muito assustadora.
Vale muito pena sua leitura, altamente recomendada para aqueles que se interessam em conhecer diferentes culturas e também sobre a situação dos refugiados sírios - aprendi muito sobre esses dois assuntos.
Sobre o projeto gráfico do livro: ele está muito bonito e combina com a narrativa do livro. Tanto a capa como a case traz motivos que remetem ao romance. A revistinha da TAG também traz informações que ampliam o entendimento de eventos históricos descritos na obra. Para mim "O mapa..", assim como o mimo do mês- o livro de contos de Conan Doyle fecharam o ano com "chave de ouro".