Schmitz0 13/06/2023
Geovani Martins, de 31 anos, nasceu em Bangu, no Rio de Janeiro. Teve como livro de estreia o romance , O Sol na Cabeça (Companhia das Letras, 119 páginas), que teve uma ampla divulgação por parte de sua editora, recebeu elogios de personalidades como Chico Buarque e João Moreira Salles e já teve direitos vendidos para mais de nove países. O autor da coletânea de contos foi criado em Vidigal, é filho de uma cozinheira com um jogador de futebol amador. Apesar de seu futuro como escritor parecer algo improvável, foi exatamente sua infância e adolescência pobres que formaram a essência dos treze contos apresentados no livro. O livro conta com o uso de uma linguagem coloquial e autêntica, que inclui o uso de gírias comumente utilizadas nas favelas e nas comunidades urbanas do Rio de Janeiro. Essas gírias fazem parte do contexto cultural e social retratado nas histórias, contribuindo para a construção dos personagens e para a ambientação das narrativas. O uso das gírias que ajudam na construção da atmosfera do conto não estão em itálico ou entre aspas como estamos acostumados a observar, o que cria uma maior imersão na vida das favelas cariocas.
Os contos, 13 no total, exploram temas como violência, pobreza, drogas, racismo e a busca por oportunidades em meio a um ambiente hostil. Geovani Martins expõe a realidade das favelas, dando voz aos personagens que habitam esses espaços utilizando uma linguagem nua e crua. Explorando a complexidade das relações familiares, a influência do tráfico de drogas, os desafios da educação precária e as dificuldades de encontrar uma saída para a marginalização e a falta de perspectivas. Com personagens jovens que enfrentam dilemas e conflitos diários tendo de enfrentar contra estereótipos, enfrentam a violência urbana e buscam escapar do ciclo de pobreza em que estão inseridos.Com temas que exploram assuntos sociais mais amplos como a desigualdade, o preconceito e a violência policial, que afetam diretamente a vida das pessoas nas favelas. O livro contém uma escrita crítica em relação aos assuntos, deixando claro o desagrado e o ódio que os personagens sentem em relação aos temas, mostrando a humanidade dos personagens e a resiliência que muitas vezes são ignoradas pela sociedade em um geral. A obra O Sol na Cabeça oferece uma visão íntima e contundente da realidade das favelas cariocas, destacando as lutas, os sonhos e as contradições dos personagens que vivem nessas comunidades.
A coletânea de contos de Geovani Martins não é a única obra que apresenta uma crítica em relação aos temas citados anteriormente. Tanto o livro O Sol na Cabeça de Geovani Martins como a coletânea de contos Prosas Urbanas apresentam uma temática voltada para a realidade das periferias e a vida nas grandes cidades, especialmente nas favelas brasileiras. Embora sejam obras diferentes, elas compartilham certas características e exploram temas semelhantes, fornecendo retratos autênticos e contundentes da vida urbana marginalizada. Ambos os livros se destacam por sua linguagem autêntica e pela forma como representam as vozes e experiências de pessoas que vivem nas periferias urbanas. Eles oferecem uma visão crítica da realidade social e buscam desconstruir estereótipos e revelar a complexidade e variedade de histórias e trajetórias de personagens marginalizados.
Embora não tenha restrições de idade, é importante observar que o livro aborda temas adultos, como violência, pobreza, drogas e desigualdade social, com uma linguagem realista e crua. Portanto, o livro é direcionado a um público amplo, mas geralmente é considerado adequado para leitores adultos e jovens adultos. É recomendado para leitores maduros que possam lidar com esses assuntos de forma sensível e compreensiva, além disso, o livro pode ser especialmente relevante para aqueles interessados em literatura que abordam questões sociais e culturais contemporâneas.
O livro de Geovani Martins explora a vida de jovens moradores de favelas do Rio de Janeiro e apresenta uma realidade muito diferente da realidade que imaginamos vendo de longe como é a vida dessas pessoas. Com o uso de uma linguagem coloquial trazendo uma maior imersão aos textos o que conecta mais o leitor com os personagens, fazendo ser mais interessante e divertido a leitura, atraindo mais a atenção de diferentes públicos para o livro. Por tanto, o livro O Sol na Cabeça de Geovani Martins tem minha recomendação.