Aninha 14/03/2020minha estanteAmigo, permita-me discordar. Se eu resumisse esse livro em uma breve frase, diria: DEGRADAÇÃO HUMANA.
Há, sim, um romance profundo, intenso e que nunca pôde ser concretizado por questões atemporais e que, na época em que foi escrito, eram ainda mais exacerbadas. Nem por isso, não existiu. Exceto por Kathy (em menor escala) e seu irmão, todos os demais envolvidos, são vítimas cujas almas foram transfiguradas pela dor.
Apesar de toda a maldade que se seguiu, é impossível não lembrar de um imaturo e jovem apaixonado Heathcliff, escravo das vontades de Kathy, uma menina mimada e arrogante. Enquanto nutriu esperanças de conquistá-la, Heathcliff se submeteu a toda sorte de humilhações por parte de seu odioso irrmão adotivo.
Após Heathcliff frustrar-se pelo noivado de Kathy, ele inicialmente foge em busca de reverter esse quadro. Ele trabalhou incansavelmente para isso. Ninguém sabe como, mas tornou-se um homem rico, e pôde se remodelar como um cavalheiro.
No entanto, ao ver ceifadas suas esperanças, sua vida é devotada à vingança. Seu sucesso não é mais o dinheiro ou o amor, mas destruir quem lhe tirou essa esperança.
A mulher que denegou seus sentimentos exclusivamente pelas circuntâncias sociais de Heathcliff, viu-se mortalmente arrependida por vê-lo preencher tardiamente todos os seus requisitos. Já era tarde.
Kathy pagou muito caro por suas fúteis escolhas: viu-se presa a um casamento sem amor e, no entanto, não havia mais escapatória: já estava grávida. Sua felicidade e a certeza de ter destruído a pessoa que mais amava a desenganou. Por fim, ela desistiu de viver.
Os respectivos filhos e cônjuges foram efeitos colaterais indesejados cujas reações adversas se manifestaram ou pelo medo e/ou pela sede de vingança. Por fim, muitos se corromperam, inserindo-se como engrenagens nesse círculo de horrores onde o ódio gera ódio, que é o Morro dos Ventos Uivantes.