Caroline.Yukorvic 04/08/2021
Eu esperava tanto do livro, pela proposta e pelos comentários, que fiquei horas tentando me fazer gostar e buscar outra perspectiva, como se eu não estivesse entendendo algo, sabe? Mas no final das contas eu simplesmente não gostei.
Não achei uma leitura leve, e me arrastei pelo livro querendo saber sobre a recuperação do Dan e o mistério que criaram entorno do acidente, que foi resolvido em 2 páginas e zero sentimentos.
Bom, o livro conta a história da Jeannie. Ela está prestes a se casar, a caminho do altar, quando percebe que não pode fazer isso, que não ama o noivo, que o relacionamento é muito recente, e decide fugir e cancelar tudo. Acontece que, nesse exato momento, Dan sofria um acidente, foi atropelado por um ônibus.
Eu li sem saber que esse era o plot, e honestamente, se soubesse nem teria lido. Não canso de falar o quanto é irresponsável e pejorativo usar traumas grandes e doenças terminais para vender livros. Enfim.
A narrativa é construída a partir desse momento. Conhecemos Owen, o melhor amigo do Dan, e ficamos sabendo de Edith, a única amiga tóxica da Jeannie. Com a mudança para a cidade nova, Jeannie conhece melhor a esposa do chefe do Dan, que se chama Rachel, e também Natalie, que ajuda a manter o abrigo de animais de Rachel.
Enquanto Dan está no hospital em coma, Jeannie percebe que o novo começo dela está vazio sem ele, e passa a desempacotar as coisas da mudança, ajudar as meninas no abrigo, e depois até mesmo ensina ukelele e participa de uns projetos na comunidade, além de adotar uma cachorrinha resgatada.
Eu imaginava que a premissa era uma das duas: Jeannie descobrindo o amor próprio, ou Jeannie aprendendo que o amor se manifesta em várias formas, e que ela e Dan se amavam. No final das contas eu não achei que foi nenhum dos dois.
Jeannie não se descobre ao longo do livro, e as situações que enfrenta são circunstanciais ou por incentivo do Owen ou da Rachel.
E é claro que a jornada de autoconhecimento dela, e os meses do coitado do Dan em um coma ou passando por uma recuperação desafiadora, viram segundo plano para uma jornada que é claramente dela se apaixonando pelo melhor amigo do noivo ao lado do seu leito de UTI.
Eu realmente gosto da ideia da destino, especialmente em um livro, mas isso eu achei que isso foi simplesmente rude e de mau gosto. Que tipo de amigo e de noiva se apaixonam do seu lado enquanto você quase morre??? Absurdo!
Além disso, metade dos dilemas da protagonista foram resolvidos por esse acidente, ela não teve que confrontar nada. Como eu disse, o autoconhecimento dela foi circunstancial. E a recuperação do noivo foi totalmente descartada, mostrando mais uma vez que o trauma explorado é só para vender mesmo.