oz. 02/04/2024
Um livramento?
*?ah sabe, apesar de tudo isso, acho que ele ainda gosta de mim? ESSE HOMEM TE ODEIA MINHA FILHA*
Essa resenha é apenas reclamação baseada na minha humilde opinião. Avaliei o livro com uma estrela pela tentativa de enredo que, olhando de longe (muito longe mesmo), pode ser alguma coisa.
Logo de cara, já não gostei da escrita. De primeira impressão ela passa uma visão promissora (eu, particularmente, nunca tinha lido um livro com uma narrativa na perspectiva do futuro).
O primeiro capítulo começa a contar fatos que ainda vão acontecer, é diferente. ?Um dia, Mirela abrirá a porta de casa, sairá à rua, sem a mínima ideia de que irá reencontrar o amor de sua vida?. Não é tão meloso assim, mas é um ótimo início para um livro.
Porém, o negócio desanda; a narrativa não é só na perspectiva do futuro ? o tempo fica alternando entre passado, presente e futuro. Eu costumo gostar disso, mas nessa história, só consegui ficar com raiva. Parece que a autora quer fazer o mistério sobre o que aconteceu com o relacionamento deles, alternando entre os tempos... SIMPLESMENTE NÃO ACONTECE NADA.
A história gira entorno de uma mulher sofrendo por ter levado ghosting de um homem que ela conheceu na internet. O absurdo nem é isso; ela ficava tentando forçar um relacionamento sério do qual o cara claramente não estava a fim. Ele se esquivava dela de todas as formas possíveis, a própria o descreveu como evasivo em suas respostas.
Ele era tímido, pois não queria tirar fotos ao lado dela. Era reservado, pois não revelava muitos fatos sobre sua vida pessoal. Era antissocial, pois não queria apresentá-la aos familiares e amigos. Isso é claramente sinal de que uma pessoa não quer nada sério.
Não dá para sentir pena dela em nenhum momento do livro. Ela é muito neurótica e não largava a mão de dizer que o cara a amava, sendo que o relacionamento deles é muito superficial. A única coisa mais profunda que achei foi quando ela falou que ele tem um pausao e fodia com ela por horas a fio. Ah, ele é muito bonito e tem olhos azuis (não posso esquecer). Os dois não tiveram nem uma conversa séria, não dá para levar esse livro a sério.
O final só me fez acreditar que a protagonista inventou tudo na cabeça dela quando estava selecionando os homens no aplicativo de namoro (ela tinha esses devaneios às vezes). Por isso, a pergunta vai para o Pedro: um livramento?
A autora conseguiu abordar levemente a importância da responsabilidade afetiva, uma conversa teria resolvido tudo entre eles. Façam terapia, crianças.