Mah 12/05/2024
Esticador de horizontes
Prepare-se para uma jornada emocionante e profundamente tocante com 'A palavra que resta'. Conheça Raimundo, um homem cuja vida começou nas duras terras da roça, onde a pobreza e a falta de oportunidades eram uma constante. Sem jamais frequentar uma sala de aula, Raimundo viu-se obrigado a trabalhar desde muito novo para ajudar sua família a sobreviver.
A história se desenrola quando encontramos Raimundo aos 71 anos, ainda analfabeto, segurando uma carta há muito guardada. Essa carta, enviada por seu grande amor, Cícero, torna-se um elo precioso com o passado e uma fonte de força para o presente. Mas esta não é uma carta comum; é uma despedida que nunca aconteceu, uma expressão de amor reprimido por uma sociedade cruel e intolerante.
Ao revelar os detalhes dolorosos de sua vida, descobrimos um homem marcado pelo peso do preconceito e pela vergonha de sua própria identidade. Expulso de casa por sua mãe, Raimundo enfrentou décadas de luta e auto-aversão, tentando provar seu valor em um mundo que o rejeitava. A carta, mesmo sem nunca ter sido lida por ele, tornou-se seu refúgio, sua âncora de esperança em um mar de adversidades.
É comovente testemunhar a transformação de Raimundo ao longo dos anos, à medida que ele encontra coragem para enfrentar suas próprias inseguranças e aceitar sua verdadeira identidade. Sua jornada para aprender a ler é mais do que uma busca por conhecimento; é um ato de autolibertação, uma afirmação poderosa de sua própria dignidade.
'A palavra que resta' é uma obra que ressoa com empatia e compaixão, nos lembrando da importância de aceitar a diversidade humana. É um lembrete doloroso de que, mesmo hoje, muitos ainda enfrentam o peso esmagador da intolerância e do ódio. No entanto, é também uma história de esperança e resiliência, um testemunho da capacidade humana de encontrar luz mesmo nas mais profundas trevas.