Gi 24/01/2023Uma triste realidade. A verdade nua e crua.Quando Sabrina e Stella tinham 13 e 7 anos respectivamente, a mãe delas, viúva há 5 anos, começa a namorar com Adalberto e ele vai morar com elas. No início, Sabrina reprova a atitude da mãe, enquanto que Stella fica feliz, pois vê nele a presença de um pai dentro de casa.
Pouco tempo depois, enquanto a mãe trabalhava, Adalberto entra no quarto de Sabrina, tranca a porta por dentro e estupra a menina. Ele alegou para ela que percebia como ela se insinuava para ele com os olhares, as blusas transparentes e os shorts curtos e que ele como homem e com a carne fraca não aguentou e passou a querer ela. Quando acabavam os abusos, ele dizia para não contar nada para a mãe, pois ela não aguentaria saber que estava sendo traída por duas pessoas que ama.
Os abusos duraram um bom tempo, até que certo dia ela viu a irmã chorando no banheiro e descobriu que ele começou a estuprar Stella também.
O título do livro nos faz refletir a respeito da mãe que, mesmo vendo o comportamento estranho das filhas, nunca questionou nada. Ela nunca percebeu? De quem é a culpa pelos abusos? Apenas do abusador?
Quando começou a estuprar Stella e para ter o caminho livre ele disse para a mãe que Sabrina deu em cima dele. Ela acreditou e expulsou a garota de casa. Dessa forma, ele ficou livre para abusar da mais nova quando bem entendesse.
A história é revoltante, é triste, mas é a pura realidade. Acontece todos os dias.
A autora colocou no início dos capítulos alguns dados sobre o estupro de vulnerável e um desses dados é que uma menina ou adolescente é abusada a cada 11 minutos. O estuprador é incapaz de ter empatia, mesmo sabendo que vai destruir a vida daquela pessoa pois os abusos vão assombrar a memória da vítima para sempre.
Recomendo a leitura. É uma história curta, a escrita é fluída e é o tipo de livro que todo mundo deveria ler.