Terráqueos

Terráqueos Sayaka Murata




Resenhas - Terráqueos


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Ariadne 19/10/2022

A narrativa é apresentada do ponto de vista de Natsuki, que nos conta sobre a sua vida, desde a infância até a vida adulta.

Ela cresceu negligenciada e maltratada pela família, que constantemente lhe dizia que ela nada mais era do que um estorvo. Por isso, não é de surpreender que sua imaginação se apoie na crença de que ela é uma alienígena.

Ao se sentir desajustada e não pertencente a esse planeta, ela se refugia no papel de “intrusa”. Sob esse disfarce, Natsuki tenta compreender o funcionamento do mundo e as regras da vida, como casar e ter filhos. Junto com ela, refletimos sobre as expectativas que a sociedade impõe a cada pessoa.

Mas, ao contrário do que as minhas palavras até então possam fazer parecer, esse não é um livro cujos questionamentos são feitos de maneira simples, e nem tranquilas. É uma leitura crua e desconfortável, longe de nos fazer sentir o famoso “quentinho no coração” ao final.

A autora expõe as hipocrisias e contradições da sociedade em muitos momentos que nos levam ao choque e ao horror. Fora os comportamentos extremos dos protagonistas 👀

Olha, essa é uma das leituras mais surreais que já fiz! Fiquei a semana toda pensando em como descrever esse livro, mas ainda me encontro baqueada com ele.

É um livro fácil de ler, mas super difícil de por em palavras. E o final, gente, O FINAL! Terei pesadelos eternos com ele!

site: https://www.instagram.com/p/CjqDV3_r1QW/
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Rafah_marrtins 13/11/2022

Um romance em camadas profundas
Terráqueos é um livro com um toque incomum, sua história no início é narrada por uma protagonista que está saindo da infância e entrando na adolescência, contudo, a forma como o livro é estruturado a cada parágrafo a autora acrescenta uma camada nessa narrativa que vai pra direções bastante perturbadoras, abuso emocional, violência e negligência são temas desse brilhante livro. A autora discorre ao longo do livro a condição humana de estar inserido dentro do sistema capitalista e sua lógica produtiva e reprodutiva da mão de obra, que os personagens se referem como a fábrica de fazer gente, essas camadas vão trazendo essas problemáticas em um nível que perturba, definitivamente me senti bastante incomodado na parte final do livro, embora seja essa intenção mesmo! Recomendo a leitura, só tome cuidado com os bichos de seda!
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isa 06/04/2021

Eu devorei esse livro em algumas horas, não conseguia parar de ler! É um livro, no mínimo, peculiar, como esperado da Sayaka Murata, e achei muito gostoso ler um livro tão fora dos padrões. Adorei Querida Konbini, tinha expectativas altas pra esse lançamento e com certeza não me decepcionei. Essa autora é maravilhosa, espero que tragam mais livros dela pra cá no futuro!!
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Gabi 03/02/2022

O tanto de ódio que eu passei com os acontecimentos na metade desse livro não dá nem para descrever. Até a metade do livro, senti angústia, senti vontade de chorar e fiquei com ódio das pessoas, da família da Natsuki, da forma com que ela era tratada e do que ela passava. A autora consegue mostrar nitidamente as regras sociais e tantas coisas que aceitamos como “normais” e que, na verdade, se tratam de convenções e submissões do ser humano para conseguir viver em comunidade. Desde a infância Natsuki já se mostra uma estranha, alguém colocada de lado, mas ainda mantém a esperança de que, ao se tornar adulta, finalmente essa sociedade vai entranhar seus valores e conceitos em sua mente e ela vai poder viver como mais uma engrenagem que faz a máquina funcionar.

Infelizmente, a partir da segunda metade parece que me desconectei da história. Achei interessante a ideia de extrapolar esse “ser um extraterrestre” e enxergar os hábitos e cobranças da nossa sociedade como alguém de fora, que não só não consegue se encaixar como deseja uma lavagem cerebral porque seria mais fácil. Mas me incomodei como isso foi para o absurdo, para o grotesco. A extrapolação chegando ao horror é intencional, mas, particularmente para mim, não funcionou muito bem.
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Pri | @biblio.faga 28/01/2022

"Terráqueos" é o segundo romance da autora japonesa Sayaka Murata a ser publicado pela @eeliberdade, e assim como em "Querida Konbini", a escritora questiona o conceito de normalidade e o processo de adaptação (ou não) de indivíduos tidos como diferentes/ marginais.

A protagonista e narradora do livro é a jovem Natsuki Sasamoto - personagem muito parecida com a Keiko de "Querida Konbini". À primeira vista, ela poderia se passar por uma pessoa comum, contudo, desde criança, ela possui um modo muito particular de ver a si mesma e o mundo:

Natsuki não se vê como uma terráquea, mas sim como uma alienígena, originária do planeta Powapipinpobopia; ela e seu amigo de pelúcia Piyut seriam os protetores desse mundo distante contra as forças do mal, e seu primo Yuu também seria um habitante perdido no planeta Terra.

Além disso, ela vê a sociedade como uma grande Fábrica de Gente, que para ela se assemelha ao "quarto dos bichos-da-seda" da casa de férias de seus avós em Akishina, no qual se produziam os "bebês de bicho-da-seda", tal como retrato na capa do livro.

"Minha cidade era uma enorme fileira de ninhos e uma fábrica de fazer humanos. Ali, eu era uma ferramenta em dois sentidos.
Primeiro, tinha de me esforçar nos estudos, para me tornar uma boa ferramenta de trabalho. Segundo, tinha de me esforçar como menina, para poder me tornar um bom órgão reprodutivo da cidade.
Eu desconfiava que fracassaria em ambos." (p. 52)

Assim, o que, inicialmente parecia se tratar de um mecanismo de fuga que uma menina desenvolveu para lidar com uma sociedade opressora e excludente, resulta em um severo caso de desajuste, um exemplo gráfico de inconformidade social que leva a comportamentos extremos e atitudes consideradas absurdas e ilógicas.

Nesse ponto, ressalvo que algumas das situações descritas podem ser de difícil digestão e extremamente desconfortáveis; na minha opinião, o desconforto da leitura me remete aquele causado pelos filmes de terror franceses.

Definitivamente, "Terráqueos" não é uma leitura fácil. Sayaka Murata desafia tabus, debate temas polêmicos e problemáticos como a obrigatoriedade do trabalho, do casamento, do sexo e da reprodução, bem como a noção de família e os papéis de gênero.

De forma ácida e provocante - em um grau muito mais alto que o livro anterior, devo destacar, a escritora estica ao extremo a linha imaginária que separa terráqueos de alienígenas, questionado o que entendemos como um sinal de humanidade, bem como expondo as hipocrisias e contradições da sociedade em que vivemos.

Recomendo.

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Nadine 30/12/2021

Eu li esse livro inteiro em um dia e, meu Deus, que dia foi esse.
Este foi o livro mais chocante que eu li no ano (e eu li Clive Barker) e, nossa, quase me falta processo mental para descrever o que eu experenciei.
Um tema bem recorrente nos livros da Murata é a pressão para "ser normal", "normal" no sentido capitalista da coisa (ser produtivo, ter um bom emprego, casar, procriar e etc.) e como aqueles que não querem ou, pelo motivo que seja, não entram nessa categoria são excluidos. Pelo pouco que eu entendo da sociedade japonesa, parece que essa pressão chega a ser extrema, ao ponto de as pessoas viverem completamente infelizes só para manter a ilusão de "normalidade" e de racionalizarem ou negarem completamente a existência de comportamentos abomináveis (como abuso doméstico, pedofilia e etc.) apenas para que a normalidade não seja perturbada. Em "Querida Konibi" nós vemos uma pessoa que quer tanto ser "normal" que abdica de toda a individualidade para ser absorvida, em "Terráqueos" há o extremo oposto, a recusa de ser absorvido pela "Fábrida de Gente" ao ponto de as pessoas se tornarem "coisas".
Me chocou, me deu nojo, me fez refletir e valeu cada uma das dez horas de hoje que eu passei com esse livro.
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Ve Domingues 21/12/2021

Ler Sayaka Murata é sempre muito intenso. Seus escritos provocam reflexões sobre as normais sociais e sobre esse hábito tão humano de julgar os outros. É muito triste pensar que nem sempre nos sentimos confortáveis em ser nós mesmos.
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Arthur 28/10/2021

Chocado.
Minha primeira experiência com a autora Sayaka Murata não poderia ser mais impactante.

Terráqueos é uma obra que resplandece a desumanização psicológica de nossa sociedade. Sinto que fui convidado a refletir sobre o sentimentos de ?deslocamento? do ser humano, e quanto essa particularidade nos desvirtua da moralidade imposta. Tal feito justifica o seu final avassalador, que por particularidade é o ponto forte da obra.

Achei uma boa leitura, com um desenvolvimento de escrita tranquilo e bem sagaz. Porém, acredito que a obra acabou executada de forma acelerada que não permitiu a minha imersão total no conceito apresentado. Ainda assim, sinto que tive uma boa experiência e a vontade de ler a sua obra anterior ?Querida Konbini? não desapareceu, e sim aumentou.
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bogkaren 03/10/2021

Que viagem
Livro bizarro, levemente perturbador mas interessante. Bem diferente de outras coisas que já li e por isso gostei bastante da experiência, apesar de ter que dar um tempo em algumas partes. O livro é narrado em primeira pessoa por uma mulher que não se encaixa na sociedade japonesa e mostra a pressão que a sociedade impõe em ter filhos, casar, trabalhar e enfim, ter uma vida considerada "normal", ao mesmo tempo, aponta as incongruências do sistema na forma de lidar com certas situações. A atmosfera do livro traz uma sensação meio de irrealidade e ao mesmo claustrofóbica e de alienação, o que condiz muito bem com os sentimentos da personagem e dos temas tratados. Uma boa leitura pra quem procura algo diferente e consegue encarar assuntos mais pesados. Dei cinco estrelas pois não vi nenhum defeito no livro, a história é diferente e interessante, traz algumas reflexões e a escrita é fluida no geral. Aviso de gatilho em baixo, pra quem não se importa recomendo não ler o aviso pois pode ser considerado spoiler, pra quem é mais sensível acho melhor tomar cuidado.



















aviso de gatilho: abuso sexual e canibalismo.
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gabidonatello 01/10/2021

Um soco na cara
Ainda tentando digerir esse livro maravilhoso! Li o Querida Konbini da autora e fiquei apaixonada, então logo optei por ler Terráqueos e agora não sei mais o que pensar sobre a minha vida. São tantos questionamentos!

Confesso que precisei ser forte em algumas partes. O sofrimento dos personagens pareceu me atingir de uma forma estranha.

Recomendo demais! Já estou procurando mais livros da autora :)
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Mari 27/09/2021

Uma leitura incrível, porém pesada
Ele tem uma escrita muito boa, você sempre vai querer saber o que acontece na próxima página, ele te envolve na história, é quase impossível parar de ler. Ele aborda temas muito pesados, com gatinhos e perturbadores, certos trechos são bem difíceis de ler, mas apesar de um tema mais pesado ele aborda uma crítica social incrível, a visão que a personagem principal tem sobre a sociedade é fria, cruel e até realista.
É um livro que eu recomendaria para as pessoas que querem uma leitura rápida e intensa (demorei para ler porque não tive muito tempo, infelizmente), mas para aqueles que são sensíveis a certos assuntos e podem ter gatinhos é melhor evitar.
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Carolina165 27/09/2021

B r u t a l
"Até quando eu teria de sobreviver? Será que algum dia poderia apenas viver e não sobreviver?"

Motivos para ler (ou não) esse livro:

1. É pesado (com passagens que causam revolta, indignação e nojo).
2. É perturbabor: acontecimentos levados ao extremo chegando ao grotesco e bizarro.
3. Personagens com loucura causada por abusos de todo tipo, tanto da sociedade quanto da própria família.
4. Passagens "ridículas" que chegam a ser cômicas.

É um livro pra causar desconforto. Sofri muito pela Natsuki. Fiquei revoltada com tudo que fizeram com ela.

Apesar de estar esperando algo mais leve como "Querida Konbini" acabei gostando da leitura.

Recomendo que leia com a mente aberta e estômago forte, sabendo que vai encontrar por aqui muitos tabus e gatilhos.
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fabio.orlandini 21/08/2021

Impactado
Não sei o que dizer. Ainda estou impactado com o final do livro. Não é um livro para pessoas fracas. Nem pelo lado físico e muito menos psicológico. Mas, não posso dizer que seja um livro ruim, pelo contrário, mas impactante
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angelica.martin 12/08/2021

Que livro estranho...... Amei!!
Li esse em julho desse ano, em inglês e a escrita é tão fluida que no começo eu achei que seria um simples Young adult, com problemas coreanos de uma menina e conforme o tempo passava as coisas só vão ficando mais estranhas, chegando ao ponto de eu não acreditar no que estava lendo. Você acha que aconteceu de tudo lendo esse livro, mas sempre pode piorar, até a última página. Já aviso que podem existir gatilhos fortíssimos nesse livro. Não recomendo para pessoas psicologicamente fragilizadas ou suscetíveis
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