@thereader2408 04/04/2022Romance ou documento histórico?“Quem mais além de mim vai ler estas cartas no futuro?“ escreveu Anne Frank em seus diários entre 1942 a 1944 durante a Segunda Guerra Mundial. Desde a publicação do "Diário de Anne Frank" em 1947 em holandês e 1952 em inglês, o livro já foi publicado em mais de 40 países, traduzido para 70 idiomas e vendeu mais de 35 milhões de cópias, sendo 16 milhões só no Brasil.
O poema "Fuga da Morte" do judeu romeno Paul Celan (1920-1970), e os livros "É isto um homem" do judeu italiano Primo Levi (1919-1987), "A noite" do judeu romeno Elie Wiesel (1928-2016) e o diário da Anne figuram como obras literárias de inestimável valor histórico e nos ajudam a tentar compreender o que foi a bárbarie que se alastrou pela Europa no século XX.
Muitos são os relatos sobre o holocausto que conhecemos hoje em dia, mas boa parte deles são análises do pós-guerra, feita por cientistas políticos, cientistas sociais, jornalistas e historiadores. E é ai que entra a importância da literatura para dar visibilidade ao genocídio feito por Adolf Hitler. No meu caso, o primeiro contato que tive com segunda guerra foi por meio dos relatos da menina judia que escondida em um sotão contava o cotididano da guerra, mas que infelizmente não sobreviveu para ver o seu fim.
"Querida Kitty" é um romance epistolar feito por Anne Frank que queria ter publicado em separado de seus outros relatos, por dois anos ela escreveu suas experiências no diário mundialmente conhecido. As cartas direcionadas a sua amiga imaginária "Kitty" são apresentadas pela primeira vez separadamente, depois de 70 anos e diretamente traduzida do holandês, realizando assim o desejo de Anne.
Neste livro Anne narra os eventos da "Casa dos Fundos" à Kitty e para Kitty, Anne contava seus segredos e seus desejos mais íntimos, sem medo de julgamentos. Anne criou Kitty como um subterfúgio para se olhar de dentro para fora, um escape, um suporte para se manter sã em meio às dificuldades de uma guerra e os dramas familiares. Além da capa e diagramação serem perfeitas, o livro ainda traz comentários das tradutoras e um posfácio escrito pela Dra. Laureen Nussbaum, nascida em Frankfurt e sobrevivente do nazismo.
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