ritita 23/08/2022Maravilhoso, apesar de tristeLembrando que a maioria dos haitianos vive com menos de dois dólares por dia, e muitos não têm energia elétrica, água limpa e cozinha com carvão. Para cada mil bebês que nascem, oitenta morrem antes de completar 5 anos. (trecho do livro)
Não tem como deixar de morrer de amor por Chika, que mesmo desenganada (sem o saber) pela medicina, alegrou a todos em seu entorno até os últimos momentos. A menininha doente que ensinou a fazer limonada do último caldo de limão.
Não tem como não admirar pessoas como Mitch, que apesar de desenvolver várias atividades consegue administrar um orfanato no Haiti, que conheceu após o terrível terremoto que assolou o país e tomou para si os cuidados que Chika não teria a menor possibilidade de receber naquele país.
A narrativa dá-se em primeira pessoa, onde o autor conta desde o primeiro envolvimento com o orfanato até o pós morte de Chika, e quanto a menininha mudou a sua forma de pensar em família.
Ao saberem da enfermidade de Chika - DIPG, um tipo de tumor altamente agressivo e inoperável que cresce no tronco cerebral. Este tipo de câncer geralmente atinge crianças com menos de 10 anos e a maioria dos pacientes não sobrevive mais de um ano após o diagnóstico. Mitch e Janine usam todos os recursos na tentativa de reverter o até então prognóstico. Amigos, amigos dos amigos, famosos cancerologistas internacionais, etc. Conseguiram que Chika sobrevivesse 24 meses.
Tá certo que o livro carrega uma certa melancolia ao sabermos das condições miseráveis em que o povo haitiano viveu e vive, ao ponto de pais entregarem aos orfanatos crianças que dizem órfãs, para que possam ao menos ter alimentação.
A história do país se mistura com a colonização, escravidão, ocupação militar, terremotos, furacões e instabilidade política.
Tá certo que o autor é conhecido por livros de autoajuda, mas a narrativa é tão, mas tão comovente que não tem como deixar pra lá.