Fabio Pedreira 16/08/2021Ficou melhor que a sérieQuando vi que “Não existe amanhã” iria ser lançado, fiquei na dúvida se solicitava ou não. O motivo foi o primeiro livro, que não era ruim, mas teve um fim abrupto, como se o livro tivesse sido cortado no meio. Alguns talvez possam lembrar disso, já que tem a resenha por aqui, se não, recomendo que leiam.
Apesar da dúvida, resolvi arriscar, afinal, apesar do modo que terminou, eu conhecia a série de TV e também, pelo que li do primeiro, me pareceu que o livro poderia melhorar. Felizmente eu acertei e “Não existe amanhã” veio com uma qualidade muito superior ao primeiro.
Aqui iremos dar continuidade a caça de Eve por Villanelle, além da descoberta da organização dos “Doze”, uma organização secreta que busca conservar seus próprios interesses mundiais. Já do outro lado, Villanelle continua sua matança, porém, cada vez mais entediada pelos seus trabalhos fáceis e procurando alvos mais difíceis para poder ter um pouco de emoção, mesmo sabendo que o que lhe dá prazer mesmo é seu jogo de gato e rato com Eve.
A grande diferença desse para o primeiro volume é sua dinâmica. O livro é muito mais fluído e com muito mais ação, sem perder tempo com introduções, deixando toda a leitura bem rápida. É como se estivéssemos no clímax do primeiro livro. O foco é totalmente nas duas mulheres e se no primeiro alguém poderia sentir falta de um pouco mais de desenvolvimento da Villanelle, dessa vez não vai ter o do que reclamar.
Todas as duas são trabalhadas de forma perfeita aqui, em um equilíbrio muito bom. O lado da espionagem da Eve e seu jeito desleixado de espião estagiário e também o lado assassino de Villanelle, com algumas missões e sua “mudança” de personalidade ao se ver cada vez mais atraída pela Eve. A química entre as duas é muito boa, estando separadas ou cara a cara, são opostas, mas ao mesmo tempo parecidas. Isso facilita mais ainda a leitura e com certeza vai facilitar para o último volume da trilogia.
Afinal, no fim do livro, temos um plot twist bem interessante, que promete uma interação ainda maior entre as duas. Dessa vez a obra termina de uma forma bem redondinha, sem o corte abrupto anterior e empolga para o que vem a seguir.
No fim, “Não existe amanhã” é superior, empolga e anima, na minha opinião até passou a ser melhor que a série de TV. Vale a pena encarar o primeiro volume e partir direto para esse, assim, vocês ficarão com a impressão de que estão lendo o mesmo livro ainda. Se quiserem, podem até comprar os dois e esperar o terceiro, para assim ler de vez.
Recomendo a leitura, e a paciência pelo primeiro volume, porque depois a recompensa vem. Então até a próxima e boa leitura.