Ana Júlia Coelho 12/08/2023Zoe foi abandonada pelo pai de seu filho Hari, de quatro anos e que ainda não fala. Morando em Londres e tendo que se virar para sustentar a criança, ela está à beira do colapso por não conseguir dar conta de tudo. Até que uma oportunidade de se mudar para a Escócia vai mexer com sua vida.
Voltamos a encontrar Nina, dona da Pequena Livraria dos Sonhos, que está prestes a dar à luz seu primeiro filho. Zoe servirá de substituta na livraria itinerante durante o dia enquanto Nina ficar de licença, e, de noite, servirá de babá para os 3 filhos de Ramsey, um misterioso fazendeiro da região.
São muitos desafios pela frente, e Zoe não sabe se é competente o suficiente para lidar com todos. Nina parece conhecer todos os seus clientes e entender qual título cada um precisa, enquanto Zoe é nova e ainda não se enturmou. Em relação às crianças, vai ser um Deus nos acuda. Elas foram abandonadas pela mãe, o pai é um pouco relapso e ausente, e a governanta tá pouco ligando para o que as crianças fazem ou precisam. Basicamente elas fazem o que querem o dia inteiro, comem o que dá na telha, e lidam com seus próprios problemas. Zoe, sendo a sétima babá, vai tentar colocar ordem na casa enquanto concilia o cuidado com o próprio filho e impede que a livraria feche.
No início o ritmo de leitura não me agradou, mesmo com os capítulos pequenos, e senti vontade de matar todas as quatro crianças da história. Mas a autora conseguiu reverter esse quadro e eu devorei o restante da história. Eu amei a complexidade dos personagens, as dúvidas que afligem Zoe enquanto mãe, as necessidades das crianças e o impacto que a falta de afeto e de firmeza na criação gera nas crianças. Eu amei muito acompanhar a evolução de cada um dos personagens, da interação entre eles e esses temas tão importantes – abordados com bastante responsabilidade – na hora de fornecer um ambiente propício para as crianças se desenvolverem. A autora tem muito sucesso na hora de criar uma narrativa sobre a maternidade real e os desafios que ela traz e de levar o leitor pra dentro da história, com toda a descrição dos lugares e pelas características tão verdadeiras dos personagens.
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