Resenhas - O parque das irmãs magníficas

Arquelana 27/06/2022

um dos meus livros favoritos do mundo
poucos livros já me fizeram chorar como esse. não tanto pela história em si, mas pela narrativa. um livro tão bem escrito que a única maneira de exaltá-lo é chorar.

queria viver na escrita da autora, queria mergulhar nesse mundo que é a cabeça da villada.

sou eternamente grata por ter lido esse livro, simplesmente um dos maiores do mundo

Ri :) 04/03/2022

A trajetória incrivelmente pesada de Camilla e as travestis que ajudaram a contar sua história. Um realismo fantástico delicado, que entusiasma o consumo de linhas tão fluidas (e triste). Que livro!

Ari 18/01/2023

Difícil descrever tudo o que esse livro me fez sentir.
"Porque, por mais que fossem esplendorosas por fora, por dentro tinham todas as luzes apagadas! "
Uma leitura difícil, uma linguagem incomoda, uma escrita linda, uma história dolorosa demais.
Ler o Parque das Irmãs magníficas não é pra qualquer um.

Juliana 28/06/2023

Nossa é difícil até definir o quão bom foi esse livro (uma das melhores leituras do ano, com toda certeza).
Acho que ele faz uma coisa belíssima e difícil que é trazer narrativas que sempre são colocadas à margem. O objetivo do livro não é ser uma super denúncia que vai nos horrorizar, repetindo sempre a fórmula de que o único espaço dos grupos excluídos é esse: de ressaltar sua exclusão. Também não é daquelas narrativas bem estadunidenses sobre uma pessoa que vem de um contexto social complicado e por muita força de vontade consegue ascender. É uma homenagem às travestis que se prostituíam em um parque na Argentina, com um texto lindo sobre suas histórias, dores, sua irmandade, não apenas violência. Pelo contrário, acho que é muito um livro que fala do amor e sobre como precisamos dos outros pra poder lidar com a vida. Vou recomendar horrores

Hannah.Guedes 10/04/2022

Leitura importante pra sair da nossa bolha. Apesar de ser uma história forte e difícil, o livro não é pesado, mas precisei de pausas pra digerir muita coisa.

Recomendo muito!

Andrea 24/06/2022

Um parque de muitas histórias
No Parque Sarmiento, localizado no coração da cidade de Córdoba, na Argentina, quando a lua substitui o sol, um grupo de travestis espera os seus clientes protegidas pelas árvores.

Eles chegam em seus automóveis e reduzem a velocidade para fazer a sua escolha, com um gesto chamam uma e assim ela embarca para o desconhecido. Desconhecido pois os perfis de quem está atrás do volante são dos mais diversos, do jovem ao velho, do solteiro ao casado, do pobre ao rico, do viciado ao escondido, do violento ao que apenas busca satisfazer os seus desejos.

O Parque das Irmãs Magníficas mistura a autobiografia da autora Camila Sosa Villada com ficção, onde há pitadas de realismo fantástico.

Usando a narrativa em primeira pessoa de forma direta e objetiva, Camila nos revela o pesado dia a dia do grupo. De quem se traveste de homem durante o dia para estudar, das surras e abusos que elas enfrentam nas mãos dos clientes, da rejeição familiar que aperta no peito e segue nos ombros mesmo após ter abandonado a vida anterior.

Resenha completa no blog: http://literamandoliteraturando.blogspot.com/2022/06/o-parque-das-irmas-magnificas.html?m=0

Leila 08/01/2024

O Parque das Irmãs Magníficas, por Camila Sosa Villada, é uma obra que narra as experiências da autora em seu processo de autodescoberta na cidade de Córdoba. O livro, que se revela como um verdadeiro rito de passagem, aborda de maneira corajosa e sensível as vivências das travestis no Parque Sarmiento, proporcionando uma visão única sobre a complexidade e a diversidade desse universo.

A trama inicia-se com a chegada de Camila à cidade para estudar na universidade, marcada pelo receio constante de que sua vida pudesse ser ceifada a qualquer momento devido à intolerância e preconceito enfrentados por quem desafia normas de gênero estabelecidas. A narrativa destaca a busca da autora por seu lugar no mundo, um espaço de pertencimento que ela encontra ao se deparar com as famosas travestis do Parque Sarmiento.

O livro é uma reflexão profunda sobre identidade, aceitação e resistência, evidenciando a dura realidade enfrentada por essas pessoas que, apesar das adversidades, abraçam a fúria travesti e celebram a alegria presente em ser quem são. A autora consegue construir uma atmosfera envolvente, transformando a leitura em uma experiência que mescla e suscita muitos sentimentos no leitor.

A dualidade da condição trans é explorada de maneira magistral, fazendo com que o leitor se depare com os desafios enfrentados por essa comunidade, mas também com a resiliência e o orgulho que a permeiam. Sosa Villada proporciona uma visita guiada à imaginação, compartilhando as nuances e complexidades desse universo por meio de sua escrita rica e envolvente.

A autora, ao relatar suas experiências e ao dar voz às histórias das travestis do Parque Sarmiento, constrói não apenas um relato pessoal, mas também um testemunho impactante sobre a luta por reconhecimento e dignidade. O livro é assim, uma obra que não apenas entretém, mas que desafia os leitores a questionarem preconceitos e a refletirem sobre a importância da aceitação e respeito à diversidade.

PandaLoveBooks 21/10/2023

A realidade que nunca vai mudar
? Escutei o audiobook na Audible ?

Só via elogios sobre essa obra, mas não esperava tanto tapa na cara que esse livro dar em você e a realidade dói demais.

Uma biografia com um pouco de ficção para contar a realidade de várias travestis, acho que o pior que mesmo ela contando uma história de anos e você notar que mesmo em 2023 nada mudou (seu medo que nunca vai mudar).

Gostei de sabe da vida toda da autora, foi uma vida sofrida, triste e libertadora. Fiquei pensando se ainda tem pessoas como ela, vivendo como ela e sofrendo como ela? Acho que sim. Isso dói.

Oq eu mais fiquei fascinada é a forma como ela escreveu esse livro, com palavras de baixo escalão ao mesmo tempo com palavras maravilhosas e respeitosas.

Eu chorei, eu rir e vi uma realidade que eu não vejo ou simplesmente não quero vê.

Carolina.Frade 29/03/2022

Que escrita linda!
Diferente de tudo que já li até hoje! A escrita da Camila é poética e crua ao mesmo tempo. Mesmo nos momentos mais pesados, ela consegue colocar sentimento e é impossível não se encantar com seu talento como escritora.

Só fica o alerta pra alguns momentos de violência, já que podem ser gatilhos.

Oberdan 28/08/2022

TEM QUE SER LIDO
O que falar dessa leitura, sentimentos, invisibilidade, desprezo.
Um livro que conta a vida de pessoas marginalizadas pela sociedade e que buscam tão somente ser felizes e não rejeitadas até por familiares pessoas invisíveis mas sempre desejadas por homens que buscam os prazeres negados ou somente desejados secretamente pela fantasia. Um livro para ler e refletir.

DEA 03/12/2023

É uma leitura fluída, que mistura autobiografia com ficção e também com algumas partes oníricas.
Conta as dificuldades enfrentadas pelas travestis no dia a dia, abordando principalmente a parte da prostituição, mas também fala sobre o preconceito que enfrentam desde o início com a família, até com a sociedade no geral além de muitos outros pontos, sempre narrado pela personagem Camila.

A personagem que mais gostei foi a Tia Encarna que era como uma mãe para todas as travestis, cito uma frase dela:
"Você tem o direito de ser feliz... A possibilidade de ser feliz também existe."

Anne.Bittencourt 21/03/2023

Uau
A quem estiver começando a leitura, uma recomendação: persistam!

a primeira metade do livro - talvez ainda um pouco mais - foi bastante cansativa, um relato de vida que não era em si muito surpreendente, de escrita que não trouxe aspectos que me chamaram muito a atenção.

é uma história com traços de autobibliografia de um menino que desde muito cedo se identifica como menina e tem uma série de dificuldades em conseguir expor seus reais sentimentos sobre si, por conta do ambiente repressor e preconceituoso onde vive: uma cidadezinha argentina, no centro de uma família conservadora que traz várias contradições em si própria - como toda boa família tradicional rs

a narrativa é permeada por vocabulário que beira a vulgaridade e por cenas que ilustram uma realidade crua de abusos e sobrevivência em meio a um âmbito quase animalesco, tudo isso permeado de momentos de muita romantização do que é se transvestir. esse conjunto definitivamente não me agradou, uma boa parte do livro fiquei com a impressão que a ideia era chocar e lacrar.

eu possivelmente teria largado a leitura se não fizesse parte do clube do livro com o qual eu já tinha me comprometido - e ainda bem!

da metade para o último terço do livro, fui conquistada pela narrativa de camila. se ao longo da leitura até aquele momento me questionei muito sobre a romantização da vida trans/travesti e se isso não seria um mecanismo mesmo de sobrevivência frente às diversas violências do dia a dia, camila traz uma mudança na narrativa que me convence disso.

começamos a ler sobre as agruras de ser travesti/trans nesse cenário de pobreza, conservadorismo, violência e preconceito. a história chega linearmente ao ponto em que diversas das colegas/amigas de camila morrem em decorrência de questões relacionadas à sua identidade sexual e a narrativa se torna muito dura.

se ao longo da história a ideia é separar ao máximo a mulher em que se tornou do menino que um dia se foi, ao final somos levados a, juntamente com camila, percorrermos um caminho de identidade dessas ambas pessoas que vivem em um só corpo.

um soco no estômago. fonte de muitas reflexões e questionamentos, inclusive intrapessoais e sobre nossos próprios pré conceitos.

Márlon 08/09/2021

A escrita poética de Camila Sosa Villada é arrebatadora. Desde o começo o leitor é atado à trama ficcional-realista da escritora, que preenche as páginas do romance com muita dor, verdade, lágrimas, intensidade e uma certeza: a vida da travesti é um caminho de muita coragem.

Jessica Becker 02/04/2022

O Parque das Irmãs Magníficas
O livro do mês de março da TAG Curadoria foi um dos melhores livros já enviados pelo clube durante o período que assino. Autobiográfica, a obra vai expor as muitas dores sofridas pela comunidade travesti por meio das mulheres do Parque Sarmiento e da própria autora/protagonista. Todo o sofrimento apenas por elas terem a coragem de ser elas mesmas. É um livro doloroso em vários momentos, com pancada atrás de pancada, mas necessário.

Gabriel1994 11/07/2022

Sensível, brutal e forte!
Obviamente que um livro sobre a vida de uma comunidade de travestis não seria diferente.

Indico a leitura, inclusive que seja feita no tempo dela, com calma... entendendo a história de cada irmã.

o final ??