spoiler visualizarLu Fauber 20/11/2021
Acho que não era um livro pra mim
Nem sei direito como começar, mas a minha experiência não foi boa, talvez a de outras pessoas seja melhor.
Eu tava com as expectativas bem altas e logo de cara senti que ia ser uma leitura difícil, mas insisti porque a maioria das resenhas era positiva.
É uma coletânea de contos e tudo gira em torno do Deus pálido. O primeiro conto não me causou uma boa impressão porque parecia que a todo momento o autor queria ensinar que narrador personagem mente e senti que ficou bem forçado, quase como se quisesse duvidar da capacidade de leitura de quem lê. Quem não tem o costume de ter contato com essas narrativas pode ficar deslumbrado, mas deu super errado pra mim.
No segundo conto, do nada a personagem surtou, por mais que o desfecho fosse óbvio teria como trabalhar melhor, não teve desenvolvimento algum dela. E foi bem ruim um dos personagens ter que ficar explicando o que tava acontecendo, era como se tivesse duvidando novamente da capacidade de leitura.
Nesse conto trabalhou a agonia a insetos, mas nada que realmente fosse terror.
No próximo conto, descrições longas e com varios detalhes que tiravam todo a tensão das cenas. Foi bem ruim ficar lendo filete de água de chuva escorrendo em tal lugar, ou que as janelas fitavam a entrada do hotel. Cortou o medo real.
Os diálogos no geral soavam muito não naturais, além de que fiquei na dúvida se era um livro mais americanizado ou que se passasse no Brasil mesmo.
No conto da casa, a mesma coisa com os diálogos. Mas os personagens pareceram mais rasos e não me trouxe muita coisa.
Finalmente no último conto senti empolgação, com uma narrativa mais autêntica e sincera, um personagem mais profundo. Fiquei feliz de ter percebido a referência a aquele mito (e me senti uma leitora útil, finalmente).
A execução podia ter sido melhor, talvez tenha escorregado no gênero e no que propõe, mas realmente não funcionou pra mim. Pode funcionar pra outras pessoas.
Eu queria ter sentido medo real, de ter que parar a leitura pra respirar, sabe? Porque eu entendi que era desse jeito que o livro se vendia na loja.
É importante ler e tirar as próprias impressões, independente da minha experiência.