Resenhas - A filha primitiva

Fernanda2477 01/04/2024

Leitura fluida e uma escrita muito boa. A autora consegue transmitir de forma crua e indigesta as dificuldades em ser mãe em um mundo onde a mulher é muitas vezes vista como um simples objeto para atender as necessidades do homem.
É uma boa leitura, mas que causa incômodo. É triste ler tanta violência em poucas páginas e saber que a história vai além da ficção. Quantas mulheres já vivenciaram, ou continuam vivenciando, situações semelhantes?
Recomendo a leitura, mas com cautela, já que existem pontos que podem ser sensíveis para algumas pessoas.

Fabi.Filippo 19/08/2021

Maravilhoso
Em seu primeiro romance , Vanessa Passos escreve sobre três mulheres . Mãe , filha e avó . Todas três sem nome.

A protagonista cresceu sem saber quem era seu pai e o buraco causado por essa ausência fazia com que ela achasse não pertencer nenhum lugar. Como preencher os buracos em branco de sua árvore genealógica na escola ? Carregava com isso uma grande mágoa de sua mãe e muita raiva também . Sentimentos que ocupavam todo seu ser não deixando espaço para mais nada. Será que existia amor naquele coração ?
Ser mãe trouxe à tona uma série de questionamentos e não se sentia mãe. Se referia a criança como ? a menina ?.
Enxergava com certo desdém o fato de sua progenitora ter aberto mão de sonhos , de estudos para mantê-la na escola, todo o esforço para torná-la alguém. Sua maior obsessão era saber quem era seu pai.
Um certo dia saíram as 3 e presenciou um fato que despertou um gatilho de algo vivido na infância: Com a menina não !!! E pareceu que toda raiva armazenada explodiu ? e abriu espaço para novos sentimentos.
Naquele momento sua mãe já havia iniciado a conversar sobre seu passado. Mas trazer de volta aquelas lembranças era muito doloroso.
E quando toda história veio à tona , parte da raiva já tinha se esvaído e ela direcionou um novo olhar para sua mãe. E de alguma forma aquelas três mulheres sem nome poderiam seguir em frente e escrever uma nova história.

Gostei bastante do livro, a narrativa é bem direta e nos toca lá dentro. Contém alguns gatilhos.

Michele394 11/10/2023

??
É uma história sobre maternidade, nua e crua.
Sobre ancestralidade e laços que ligam mães e filhas. Sobre amor incondicional e abandono ao mesmo tempo.

Ganhei o livro e devorei em alguns dias! Super indico para um final de semana. Leitura fluida, história densa.

Slyntherinn0t 02/03/2024

Terminei o livro em um dia pois escutei pela audible, mas acredito que se tivesse lendo demoraria mais pois não é um livro fácil de ler é uma história triste e bem pesada mas contá-la é necessário demais.

Larissa Tabosa 02/01/2024

Livros sobre maternidade sempre me pegam, ainda mais quando retratam a maternidade real, crua e dolorosa. Sem toda essa romanização exagerada a que estamos acostumados. Horrível ler sobre a série de abusos que essas mulheres passaram. É horrível ser mulher!

Eu odiei a protagonista. Super entendo as dores dela, juto que sim. E concordo super sobre as conclusões dela sobre o maternar: ter um filho é uma violência com o nosso corpo, uma violência extrema. E não só contra o corpo, mas contra a vida e a existência da mulher. Nossa vida muda completamente depois dos filhos. E o pior, só a vida da mulher muda. Por mais que existam pais presentes e que cumpram seu papel, é a vida da mulher que é, de fato, impactada. Deixamos de ser nós, para virarmos mãe e até voltarmos a ser nós mesmas é uma peregrinação longa e exaustiva. Por isso nem julgo por ela odiar ser mãe.

O maior problema, PARA MIM, é a forma egoísta e perigosa como ela age para tentar saber sobre o pai. Ela ameaça a integridade da criança, própria fila, coloca a vida da inocente em risco, tudo por uma fixação infantil e sem sentido. Além disso, o não reconhecimento de todas as lutas da mãe dela pesou demais no meu julgamento. Pra ela a mãe é a vilã da vida dela, quando na verdade a mãe tbm é uma vítima e uma sobrevivente. Faltou empatia dela com a mãe.

Sem contar que a vida da protagonista é resumida em ódio. Ela odeia a própria mãe, odeia a vizinha, odeia tudo e todos, quando na verdade ela devia se odiar por ser uma 🤬 #$%!& egocêntrica que não ama nada nem ninguém e é obcecada por saber de um pai que obviamente era um estuprador (para mim era óbvio). Isso que me pega, sabe, e me faz odiar a personagem.

É um livro doloroso e que nos faz pensar e refletir, mas muito bom. Leiam! A narração do audible é excelente! Muito boa mesmo, uma das melhores que já vi.

Jaderson.Felisberto 05/08/2022

Pesado, realista e sensacional.
Uma das leituras que mais mexeu com o meu emocional, uma história visceral, de cortar o coração e que faz pensar na luta, no sofrimento, no amor, raiva.
A jornada que as personagem fazem cada aum delas sem nome, dando a entender que todas são e estão no mesmo barco, com os mesmos problemas e dificuldade aprofunda um vazio, um não pertencimento.

Eu amei viajar por entre estas palavras mesmo elas senso de certa forma tristes.

Rute.Lessa 31/03/2024

Leitura obrigatória
Engana-se quem acredita que lerá essa obra em uma sentada.

Encontrei essa obra como sugestão em um perfil literário, "o moço do vinho - Rodrigo de Lorenzi", inacreditavelmente gratuito no Kindle Unlimited, que prometia ser um soco no estômago e após ler o Conto da Aia, acho que era o que eu precisava. Curto, também premiado, que me faria pensar em realidades que de fato acontecem.

Como dito, a primeira impressão é de que se trata de um livro que pode ser lido em poucas horas, devido ao tanto de páginas e organização dos capítulos. No entanto, essa expectativa não se concretiza. A cada tentativa de avançar na leitura, me vi extremamente desconfortável e encontra dificuldades para prosseguir. Assim como o sugestor da obra disse que seria. Enquanto lia lembrei de minha mãe, de minha tia e de tantas mulheres que conheci e que li que passaram por algo parecido.

O livro é simples para tratar de uma história "simples" e angustiante, narrada em primeira pessoa por uma mulher na faixa dos 20-24 anos, cujo nome e dos outros personagens não são revelados, o que me lembra muito a narrativa do velho Saramago, não temos tempo para nomear personagens enquanto a narrativa acontece e é o foco principal da leitura.

A narrativa é contada em primeira pessoa e é dividido em 3 partes: Filha, Mãe e Avó, e tem sua trama em torno da protagonista, cuja vida é marcada pelo abandono e pela falta de informações sobre sua origem, especialmente sobre seu pai. Como dito, nossas personagens não possuem nome, mas é impossível se perder na leitura, na verdade, a leitura te suga. A mãe busca respostas em meio a toda aquela rotina de ser mãe, provedora, estudante, filha.

A mãe da narradora não possui educação, mas fez de tudo para dar o que não tinha para a filha que atualmente faz mestrado e no desenrolar da história percebemos que em toda a sua narrativa ela busca compreender sua história, buscando respostas que nunca foram lhe dadas.

A história se desenrola em torno das tentativas da protagonista de descobrir suas origens, revelando sua personalidade agressiva e manipuladora com diálogos intensos e descrições muito reais, um tanto incomodas. Apresenta uma narrativa perturbadora sobre as experiências de três gerações de mulheres brasileiras, destacando os ciclos de abandono e violência que parecem inescapáveis. Nossa protagonista, em sua busca por respostas, mergulha em uma jornada de profundo sofrimento e perturbação, incapaz de se conectar com sua mãe ou sua própria filha.

A obra também reforça a questão da maternidade, será que todas as mulheres conseguem amar seus filhos?

Uma obra forte. Tem muita violência, abuso, verdade, dor e pouco consolo.
Já considerei leitura obrigatória.

Lari 24/09/2021

IMPACTANTE
Já começo dizendo: LEIA!

A Filha Primitiva conta a história de três mulheres: avó, mãe e filha, mulheres ligadas pela dor e abandono (mulheres sem nome que podem ser a autora, eu ou até mesmo você).


A filha desde pequena recebe a raiva da mãe.


"Não tinha mais cordão umbilical, a menina não mamava mais. Era a raiva agora que passava pra ela, de mãe pra filha. Não foi o parto, não; não foi a contração, não; não foi dar o peito, não; foi a raiva que me tornou mãe."


A mãe, formada em letras, dá aula enquanto escreve um livro. Engravidou jovem, foi abandonada pelo pai da criança e não tem uma boa relação com a mãe pois a mesma nunca contou quem é o seu pai.


A avó, guarda para si a verdade sobre o pai da sua filha e vê nela a oportunidade de realizar seu sonho, ser doutora, então não permite que a filha abandone os estudos quando engravida.


É um livro curto com apenas 76 páginas, porém uma leitura intensa, impactante e que aborda temas como racismo, violência sexual, abandono, maternidade (não romantizada) e muitos outros.


Enfim, super recomendo. Uma leitura fluida, impactante, dolorosa, que nos tira da zona de conforto e que nos faz refletir sobre temas tão importantes.

Jeh2021 31/01/2024

Li por recomendação e gostei
Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro mas por meio de recomendações no instagram me interessei pela história. Por meio de situações pesadas e que dificilmente são faladas, a filha primitiva consegue demonstrar sobre como a sua arvore genealógica consegue influenciar na sua vida, principalmente a protagonista que não a conhece. Outra coisa que eu achei interessante foi o fato de que no começo do livro ela demonstra uma raiva pela mãe e que depois isso é transformado, principalmente em pontos que a protagonista demonstra seu lado infantil ao observar a mãe de longe, o que demonstra que mesmo tendo aquela raiva toda, a protagonista vai compreendendo a mãe. Ao mesmo tempo que todo esse peso é transmitido para a filha.

jullya menezes 28/01/2024

Não vou avaliar com nenhuma estrela pois não tenho a mínima ideia que nota dar pra esse livro.
Eu odiei a protagonista e a forma como ela trata a própria mãe,deposita nela um ódio que é do mundo,machuca a gente que é leitor.
Mas a escrita merece 5 estrelas pela raiva e agonia que faz a gente sentir,vontade de rasgar o peito,entrar no livro e pedir por favor respeita sua mãe. Toma cuidado,não fala isso.

Karol 28/10/2023

Mães pensam realmente assim?
A primeira resenha que realizei continha uma opinião mais sólida desse livro. Contudo por infortúnios da vida acabou sendo perdida no limbo do aplicativo.
A primeira coisa que tenho para declarar acerca desse livro é minha indignação quanto aos homens nele retratado, um bando de zeca urubu.
Me solidarizo com todos os sofrimentos das personagens, contudo minha indagação ainda perdura será que todas as mães pensam como a personagem principal do livro?? Havia realmente a necessidade dela tratar a filha e a mãe daquele jeito??
Com isso concluo, não tenho uma opinião fortemente formada desse livro, somente indagações, quem sabe um dia quando Deus mim dar a graça de ter um filho eu saiba enterder os conflitos da alma da personagem ou perceba que na realidade tudo se tratra das feridas que a vida lhe causou.

skuser02844 05/08/2022

A filha primitiva
O romance expõe o viver e o maternar de duas mulheres, mãe e filha, mergulhadas em suas dores, cicatrizes, incertezas e questões mal resolvidas. A escrita da autora é nua, crua, sem pudor, sem floreios, e a humanidade da protagonista é retratada de forma extremamente e assustadoramente real e franca. Recomendo a leitura!

Ana @anaindicalivros 07/08/2022

Atemporal
Uma leitura diferente e forte, muito forte.
Vemos uma família de mulheres que lutam com tudo de si pra terem seu lugar na sociedade, vemos uma mãe que viveu pra ver seus sonhos realizados através da filha, e um filha que não aceita ser mãe, que não nutre sentimentos por sua própria cria e as duas, mãe e filha carregam o fato de nunca terem tido a presença paterna em sua vida, uma dor que ela carrega e não perdoa a mãe...
Uma leitura fluída e impactante, é como se jogassem em nossa cara a realidade cruel de muitas mulheres, mães, negras, descendentes e tudo mais, uma realidade as vezes camuflada, as vezes escancarada...
Valeu a pena a leitura.

Deise 28/01/2024

Ácido demais
Acho que fui uma das únicas pessoas que não gostou desse livro..kkk..achei ácido demais, não gostei da protagonista, tem uma raiva do mundo e desconta na mãe e na filha, não gostei do jeito que trata a mãe dela, muito menos o jeito que trata um bebê! Não gostei! Não consegui ver a ?magia? deste aqui! O final foi sensível, mas não neutraliza todos os absurdos!

Yasminy 24/08/2022

Um livro curto, com capítulos pequenos e uma narrativa super rápida de ler. Li esse livro de um dia para o outro e fiquei impactada. Os relatos de mãe e avó tem a capacidade de nos fazer parar para pensar em tudo o que sabemos sobre o amor de mãe.