MillenaSui 05/09/2023
Todas nós [...] tínhamos voltado a ser uma só.
Importante dizer que resumo algum seria capaz de preparar o leitor para tudo o que pode encontrar ao longo dessa trama. Essa é uma história densa, cheia de gatilhos e que requer certa sensibilidade na leitura.
Constance se mostra habilidosa na construção de personagens e, diante disso, não é surpreendente que aqui não nos deparemos com uma só protagonista (não literalmente, mas numa explicação sucinta soaria mais confuso do que realmente é) e que todas se apresentem tão instigantes em suas próprias realidades quanto são diferentes entre si.
O fato de ter sido apresentada a todos os acontecimentos pelos olhos de Helen me fez construir um forte laço com ela em suas tantas versões. Ela, por sua vez, está muito longe de ser a protagonista ideal. Ao longo do livro questionei, fui surpreendida e senti o peso de cada descoberta junto à ela. Me permiti ser discordante, mas compreensiva, diante de inúmeras decisões da personagem, carregando o mesmo sentimento de se estar discutindo com uma amiga próxima, pois, por menor apreciador de histórias ideais estilo "contos de fadas", que você seja, já adianto que tudo o que você vai desejar para ela ao final dessas páginas é um final feliz.
Me incomodou um tanto que certas coisas na narrativa se mostrassem apenas muito convenientes, apesar de compreender que essa tenha sido uma escolha da autora para manter certa fluidez na narrativa, não deixa de quebrar a imersão em certos momentos. Ressalvas aparte, me senti, pela primeira vez, verdadeiramente instigada à me aventurar por mais leituras low-fantasy e me permitir apaixonar por mais realidades como às tantas encontradas em Uma Bruxa No Tempo.