spoiler visualizarchungkinggirl 05/10/2022
Em sua mão lê-se 4 linhas de vida e uma única de amor...
4 vidas distintas. Uma maldição. Um amor que desafia o espaço e o tempo. Helen Lambert é uma mulher aparentemente normal lidando com um divórcio recente. Mas quando Luke aparece em sua vida, e declara tê-la acompanhando em suas vidas passadas por mais de 100 anos, ela passa a ter sonhos estranhamente vívidos que desafiam tudo o que ela achava saber sobre si mesma.
Desde que bati o olho nessa capa, li a sinopse e conferi algumas resenhas, eu sabia que ia ter esse livro e que ele ia ganhar um lugar especial no meu coração. E é maravilhoso descobrir que uma história é ainda mais poderosa, ainda mais complexa e ainda mais linda do que você poderia imaginar. Mesmo não tendo lido (ainda) A Vida Invisível de Addie LaRue, eu vi similaridades entre os dois romances: uma jovem francesa, um pacto com um ser misterioso chamado Luke/Luc e uma vida regada à eternidade. Não é uma comparação negativa (e nem muito justa, considerando que li só um dos livros), mas foi uma conexão que fiz entre duas histórias que eu sabia que seriam poderosas e impactantes à sua própria maneira.
A escrita da Constance Sayers é brilhante. Em poucos parágrafos, acontecimentos se desenrolam de maneira natural e você parece estar em uma experiência imersiva, em que passado e presente se confundem mas ao mesmo tempo esclarecem as dúvidas, confirmam as teorias e realinham os personagens. Tudo volta ao seu lugar.
Incrível como a autora soube distinguir Juliet, Nora, Sandra e Helen, cada uma tão diferente uma da outra, mas em essência sempre a mesma. Da mesma maneira, Luke permanece sempre como o protetor da bruxa, falhando com Juliet, celebrando com Nora, batendo de frente com Sandra e se apaixonando (novamente) com Helen. Enquanto a bruxa renasce de novo e de novo, ele se mantém o mesmo ser, mas marcado por amores e vidas e épocas e circunstâncias diferentes, e portanto, também é um Luke distinto em cada vida. Em poucos momentos após sua primeira aparição, já se sente a força de quem ele é, e do que todas essas mulheres significam pra ele.
Marchant não poderia deixar de ser mencionado aqui, tão grandioso é seu papel nessa história. Assim como a bruxa, muitas vezes me apaixonei por ele, tive raiva de suas atitudes, senti pena dele e também o desprezei. Sua fraqueza determinou seu destino e o selou, junto a Juliet e Luke, em um triângulo amoroso dentro de uma maldição aparentemente sem fim.
Eu honestamente não esperava um final feliz pra essa história, nem mesmo um final aberto. Mas o desenrolar da narrativa não decepciona e nos dá pistas do que pode acontecer, frases inocentes e menções casuais podem passar despercebidos e cegar o leitor pro final que eu torcia, mas que não tinha esperanças de que se concretizasse.
A própria autora mencionou em um artigo que o objetivo de Uma Bruxa no Tempo seria acompanhar a jornada da mulher através da História, a mulher que é explorada, que é abusada, que é confrontada, mas também a mulher que busca o poder dentro de si e se afirma como indivíduo. Ouso dizer que o romance cumpre esse objetivo tranquilamente, mas também comove, enfurece e, por fim, acalenta a alma e o coração. Recomendadíssimo!
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