Aimeelivros 01/09/2020
Alice No País Das Maravilhas - Lewis Carroll
Antes de qualquer coisa gostaria de dizer que sempre gostei da adaptação da Disney, tanto o desenho quanto o filme. Por conta disso tinha vontade ler o livro, mas ficou apenas na vontade por muito tempo hahaha.
Quando finalmente peguei Alice pra ler imediatamente pensei “peguei esse livro no momento certo da minha vida”. Estava passando por um período não muito feliz e o País das Maravilhas me ajudou muito.
Um livro que apesar de ser infantil me trouxe algumas reflexões, além de me proporcionar diversão e um viagem a um lugar fantástico.
“Por fim, a Lagarta tirou o cachimbo da boca e dirigiu-se a Alice com voz lânguida e sonolenta:
— Quem é você?
Não era um começo de conversa encorajador. Alice respondeu muito tímida:
— Eu... já nem sei, minha senhora, nesse momento... Bem, eu sei quem eu era quando acordei esta manhã, mas acho que mudei tantas vezes desde então...
— O que você quer dizer com isto? — Perguntou a Lagarta com rispidez. ——— Explique-se melhor!
— Acho que eu mesma não posso me explicar melhor, senhora — disse Alice — Porque eu não sou eu mesma, compreende?
— Não, não compreendo — respondeu a Lagarta.
— Temo não poder explicar melhor — replicou Alice educadamente — porque eu mesma não posso entender, para começar...”
A versão que li é a que tem as duas histórias de Alice. Tenho o País das Maravilhas como o meu favorito, Através do Espelho acabou sendo um tanto quanto cansativo e repetitivo. A segunda historia foi tão chata que me peguei contando quantas paginas faltavam para chegar ao fim.
“— Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?
— Depende muito de onde você quer chegar — disse o Gato.
— Não me importa muito onde...— foi dizendo Alice.
— Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá — disse o Gato. ——...desde que eu chegue a algum lugar — acrescentou Alice, explicando.
— Oh, esteja certa de que isso ocorrerá — falou o Gato — desde que você caminhe o bastante.”
Alice percebeu que era impossível negar isso; então
arriscou outra pergunta:
— Que tipo de gente vive por aqui?
— Naquela direção — disse o Gato, ondulando sua pata — mora um Chapeleiro; naquela outra— agitando a outra pata — mora uma Lebre de Março. Visite ou um ou outro: ambos são loucos.
— Mas eu não quero me encontrar com gente louca — observou Alice.
— Oh, não se pode evitar — disse o Gato — todos são loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca.
— Como sabe que eu sou louca? — indagou Alice.
— Você deve ser —, respondeu o Gato, — ou então não teria vindo aqui”.
Gosto dos personagens, da curiosidade de Alice, da maluquice do Chapeleiro, da Rainha...mas nenhum personagem supera o Gato de Cheshire. Sua espertine e aparência física me conquistaram quando criança, e apesar dessa memória afetiva, o Gato me reconquistou nessa leitura.
Não podemos deixar de lado que esse é um livro de 1865. O ritmo de leitura e a escrita do autor são pontos que podem não agradar as pessoas. Sempre que escolher um livro mais antigo é importante levar em consideração o ano de lançamento.
Um clássico fantasioso em que tudo é possível. Um sonho? Uma aventura real? Não sei, só sei que O País das Maravilhas nos traz uma aventura inesquecível e que é lembrado até hoje.