Carla 21/02/2018"A imaginação é boa criada, porém má conselheira. A explicação mais simples é sempre a mais provável."Mrs Emily Inglethorp, herdou todos os bens do seu falecido marido, incluindo seus filhos John e Laurence Cavendish. Agora ela casou-se com um homem 20 anos mais novo do que ela, Alfred Inglethorp. E isso causa um total desconforto e desconfiança em sua família e amigos. Isso se agrava quando então mrs Emily é encontrada em seus últimos suspiros de vida em seu quarto e a sua última palavra antes de morrer é "Alfred".
Todo mundo está assustado. Qual seria a causa de sua morte? Morte por envenenamento ou morte natural? Quem teria motivações para matar Emily Inglethorpe? Mas parece que todo mundo virou suspeito. E eis que o nosso querido Hercule Poirot entra em cena para investigar esse caso.
"É sempre prudente suspeitar de todo mundo até que se possa provar com toda a lógica, até alcançar sua plena satisfação, que as pessoas são inocentes."
Sempre tive muita curiosidade para conhecer a escrita e as histórias de Agatha Christie. Sempre ouvi falar muito bem e sempre ouvi muitas referências sobre as histórias dela. Com um catálogo de títulos tão vasto, bateu aquela dúvida "por onde começo?" e foi aí que eu corri para o nosso sempre amigoYoutube hahaha e vi alguns vídeos de indicações de títulos dela para se iniciar. Foi então que alguém em algum desses vídeos citou o primeiro livro escrito por ela e onde o nosso protagonista Hercule Poirot apareceria pela primeira vez, que é esse "O misterioso caso de Styles". Minha decisão então foi tomada. Comecei a ler e não conseguia parar... li, li, li, porque eu precisava desvendar o mistério!
"Poirot era um homenzinho de aparência extraordinária. Não tinha mais que um metro e cinquenta de altura, mas impunha-se com grande dignidade. Sua cabeça tinha exatamente o formato de um ovo e ele a trazia sempre ligeiramente inclinada para um lado. Seu bigode era hirto e de aspecto militar. A elegância de suas roupas eraquase inacreditável: creio que um traço de poeira causaria nele mais sofrimento que um ferimento a bala."
A escrita de Agatha me pegou de jeito. Ela é muito envolvente e fluida, de um jeito simples. Já li alguns livros de mistérios em que o autor fica dando voltas na história para confundir o leito e afastá-lo da conclusão do caso. Com Agatha senti diferente, senti que com simplicidade ela simplesmente confunde o leitor totalmente. Eu amei a forma como ela usa os personagens e situações para fazer você desconfiar simplesmente de TODO MUNDO da trama e enrolar sua cabeça, até você pirar! Juro que fiquei obcecada para terminar logo o livro e desvendar logo o mistério.
"Há situações em que você tem de confiar em si mesmo."
"O instinto é uma coisa maravilhosa. Não se pode explicá-lo nem ignorá-lo."
Com tal escrita maravilhosa, ela constrói muito bem seus personagens, ela dá voz a todos eles, personalidades e histórias individuais, fazendo com que você se apegue a eles e tentem montar o quebra cabeça da história. Ao longo da leitura talvez você desconfie cada hora de alguém, porque ela constrói situações para eles em que você simplesmente pensa "já sei, foi fulano" e não, não foi fulano, hahahhaah.
Hoje, mesmo tendo lido apenas esse livro, entendo porque ela é a rainha do mistério. Ela simplesmente te envolve na trama, você é um personagem da história dela. Se duvidar ela faz você achar até que foi você quem cometeu o crime hahahaha. Com certeza é um final muito bom e surpreendente. Em um certo momento da história levei em consideração esse suspeito, mas foi algo tão rápido porque logo em seguida ela me fez mudar de ideia durante a historia que para mim não foi decepcionante já ter pensado na possibilidade. Nossa, eu gostei muito! Foi uma experiencia espetacular. Já estou ansiosa para a minha próxima leitura de algo da autora. Aceito sugestões :)
"Todo assassino é provavelmente um velho amigo de alguém. Você não deve misturar sentimento e razão."
Se tratando de uma história de mistério, que qualquer mínimo detalhe é um spoiler, deixo nessa resenha os meus sentimentos durante a leitura e minhas conclusões quanto escrita e construção de história e personagens. Não quero ser responsável por uma experiencia ruim de alguém durante a leitura por ter recebido uma dica sobre o desvendamento do mistério. Apenas digo isso a você, querido leitor: Leia Agatha Christie.
"Também gosto muito de histórias de detetive — salientou miss Howard. — Apesar de haver muita bobagem. O criminoso é descoberto apenas no último capítulo. Todo mundo estarrecido. Um crime de verdade a gente descobre logo."
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