lari439 10/10/2022começamos com um ps: TALVEZ eu não seja o público alvo desse livro (principalmente por ter sido originado de uma fanfic)fico um pouco desanimada quando vejo que a maior parte da problemática de um livro seria resolvida só com uma conversa. é tão mais fácil sentar com a outra pessoa e colocar as cartas na mesa. Yohan até se justifica ser imaturo já que praticamente viveu 90% de sua vida dentro de um hospital. de jiwon, no entanto, não esperava esse nível de imaturidade, principalmente pelo cara ter precisado “aprender” a se virar por ele mesmo muito jovem. em contra partida, os melhores amigos do personagem principal já são maduros até demais, sempre com os conselhos certos e nos momentos mais adequados, como se tivessem experienciado décadas e mais décadas de interações interpessoais. soa meio fora da realidade pra mim. pelo menos, no fim, todos percebemos a importância de uma terapiakk.
ainda sobre os personagens, achei um pouco rasos. avalio esse aspecto muito conforme pequenos detalhes sobre cada um nos é entregue ao longo da história. por exemplo, qual a comida preferida do yohan? ou a banda favorita do jiwon? ou as cores que eles mais gostam, o estilo de roupa que curtem usar, os lugares que mais gostam de ir pra se divertir.. preferem as praias de busan ou a vida agitada de seoul...? são pequenos detalhes que podem parecer inúteis à primeira vista, mas quando apresentados pra gente, mesmo que indiretamente, nos deixam mais próximos dos personagens. a única coisa que conheço realmente sobre Yohan é sua condição de saúde e sobre Jiwon é a perda do melhor amigo. gosto quando vejo alguma situação ou algo e penso “isso é a cara do personagem tal”, e não consegui tirar isso nesse livro.
gostei da forma como o luto foi desenvolvido. em alguns momentos pensei “nossa, mas nem parece que esse menino perdeu o melhor amigo há pouco tempo, tão repentinamente e num acidente pelo qual ele se responsabiliza tanto..”, porém, mais pra frente na história, isso até que é justificado e explicado pra gente.
o outro ponto foi: a construção de toda a “ambientação” hospitalar e a história da condição física do yohan. de verdade, não sei se isso se confirma, mas a autora parecia, de fato, ser da área da saúde. eu, por estar imersa nesse ambiente, digo que toda essa parte da história foi muito bem escrita, desde a relação duradoura de médico-paciente nessas condições, até a fisiologia da patologia do yohan, a evolução do quadro clínico dele, e a forma como a família do paciente precisa lidar com tudo isso.
bom, escrevi uma resenha tão extensa porque foram 425 páginas de uma história que tinha tudo pra ser realmente incrível. parabéns a autora de qualquer forma, só você sabe o quão duro você deu pela sua obra e do quanto ela vai fazer/fez parte do seu crescimento como escritora e pessoa.