Resenhas - O pacto da branquitude

Giacomet1 27/04/2024

Livro importante sobre o tema
Achei muito interessante a abordagem da autora, falando do impacto da escravização, inclusive em ambientes corporativos.

João Clímaco 25/04/2024

NOSSA! SURREAL, UM VERDADEIRO DESPERTAR
Vou destacar alguns dos vários e vários quotes que fiz:

"Fala-se muito na herança da escravidão e nos seus impactos negativos para as populações negras, mas quase nunca se fala na herança escravocrata e nos seus impactos positivos para as pessoas brancas."

" É possível identificar a existência de um pacto narcísico entre coletivos que carregam segredos em relação a seus ancestrais, atos vergonhosos como assassinatos e violações cometidos por antepassados, transmitidos através de gerações e escondidos, dentro dos próprios grupos, numa espécie de sepultura secreta. Assim é que a realidade da supremacia branca nas organizações públicas e privadas da sociedade brasileira é usufruída pelas novas gerações brancas como mérito do seu grupo, ou seja, como se não tivesse nada a ver com os atos anti-humanitários cometidos no período da escravidão, que corresponde a 4/5 da história do país,* ou com aqueles que ainda ocorrem na atualidade."

"Trata-se da herança inscrita na subjetividade do coletivo, mas que não é reconhecida publicamente. O herdeiro branco se identifica com outros herdeiros brancos e se beneficia dessa herança, seja concreta, seja simbolicamente; em contrapartida, tem que servir ao seu grupo, protegê-lo e fortalecê-lo. Este é o pacto, o acordo tácito, o contrato subjetivo não verbalizado: as novas gerações podem ser beneficiárias de tudo que foi acumulado, mas têm que se comprometer ?tacitamente? a aumentar o legado e transmitir para as gerações seguintes, fortalecendo seu grupo no lugar de privilégio, que é transmitido como se fosse exclusivamente mérito. E no mesmo processo excluir os outros grupos ?

"Além disso, a ausência de compromisso moral e o distanciamento psicológico em relação aos excluídos são características do pacto narcísico. Os pactos narcísicos exigem a cumplicidade silenciosa do conjunto dos membros do grupo racial dominante e que sejam apagados e esquecidos os atos anti-humanitários que seus antepassados praticaram. Devem reconstruir a história positivamente e assim usufruir da herança, aumentar os ativos dela e transmiti-los para as próximas gerações. As instituições são constituidoras, regulamentadoras e transmissoras desses pactos, que em sua essência são coletivos. Os movimentos sociais, igualmente marcados pela coletividade, são ameaçadores, pois os identificam, denunciam, exigem reparação. É dessa forma que o debate sobre desigualdades se encontra cada vez mais visível, gerando indignação em segmentos que não se manifestavam, como os brancos antirracistas e que perguntam: ?O que podemos fazer para destruir esse sistema tão desigual e perverso? Qual é o nosso lugar de brancos e brancas antirracistas??.

Cida Bento, você é uma deusa!

Messias 21/04/2024

Cida Bento faz umas reflexões bem interessantes no livro. O livro tem qualidade, mas senti falta de um algo a mais. E eu não gosto do nome: parece uma escolha comercial, mas o pacto em si está mais nas entrelinhas do que no centro do pensamento que a Cida Bento constrói nesse livro. Por isso acabei não dando uma avaliação melhor.

Fabiene.Barbosa 21/04/2024

Livro baseado nas pesquisas de mestrado e doutorado da autora, cujo objetivo era desmistificar o conceito de meritocracia. Cida Bento desenvolve o conceito de pacto narcísico da branquitude, que acontece, mesmo que não de forma verbal, quando pessoas brancas se juntam em ambientes corporativos, dificultando o acesso da população negra a cargos e empregos.

Leitura extremamente necessária. A autora nos dá uma aula e nos ajuda a enxergar aspectos da nossa sociedade que muitas vezes passam despercebidos.

Edi 20/04/2024

O que significa ser uma pessoa negra ou branca no Brasil?
Acredito que esse foi o livro mais incisivo que eu li até agora sobre essa temática associada à políticas afirmativas nas instituições de trabalho.

Sabe quando algo "salta aos seus olhos"? Que te traz aquele brilho nos olhos como se você tivesse acabado de ganhar um presente muito ansiado?

Estou me sentindo exatamente com essa leitura!

A autora te faz sentir próximo da narrativa/discussão pelos relatos íntimos que traz e, ao mesmo tempo, te faz observar o debate de forma ampla e plural.

Adorei a fundamentação teórica. Tem autoras que eu já li e outras que desejo conhecer.

Por mais leituras assim!

Leticia 13/04/2024

O pacto da branquitude
Que livro necessário. Todos deveriam ler, PRINCIPALMENTE pessoas brancas. A autora disserta de forma brilhante sobre o racismo institucional e do pacto silencioso da branquitude para se manter no poder e permanecer usufruindo da herança adquirida com os quase quatrocentos anos de escravidão.
Com um texto fluido, Cida Bento apresenta o resultado de observações e estudos realizados ao longo de décadas de trabalho como psicóloga de RH, em empresas públicas e privadas, e acadêmica.

Joy 13/04/2024

Importante !
Leitura extremamente importante, acredito que todos deveriam ler. Trata de um assunto que é comumente presente na sociedade contemporânea e como afeta a vida de todos, brancos e negros, porém com uma distinção, é claro: herança histórica positiva para uns e negativa para outros, respectivamente.
Serviu para abrir meus olhos e minha mente, gostei muito, achei super eficaz e bem escrito, de fácil compreensão. Fiz inúmeras marcações e li para o clube do livro da minha cidade. Recomendo !!

Helen.Bandeira 10/04/2024

Incrível
Um livro cheio de técnica, mas simples e gostoso de ler. Consegui tirar muito proveito da leitura que me trouxe ideias novas e também reforçou pensamentos que eu já tinha.

Victor Meira 10/04/2024

ESSENCIAL
Cida Bento nos faz enxergar o racismo por uma perspectiva diferente. Como Silvio Almeida e Djamila Ribeiro, ela demonstra os efeitos do racismo na sociedade e a necessidade de lutar contra ele, porém faz-nos entender que ele ainda vive por um ego da branquitude instrumentalizado pelo Pacto Narcísico. Os brancos não se vêem como um grupo étnico por ainda se considerarem conscientemente ou inconscientemente detentores da herança de poder e superiores enquanto ser.

Julia 09/04/2024

Auto reflexão
Parei vários momentos durante o livro pra refletir sobre como eu vivia, as coisas que aconteciam e pequenos detalhes, percebendo que ser anti racista é reconhecer o privilégio em que se vive e a necessidade de ação para mudar a bolha que vivemos.

paulajustino13 08/04/2024

Apesar de ser um livro curto, a leitura não foi fácil. Sou uma mulher preta, o que é dito sobre nós pessoas pretas, e os acordos entre as pessoas brancas não é uma novidade pra mim, mas ainda assim tive que ler de pouquinho em pouquinho pra respirar e digerir.
Eu gostei mto dos dados e referências passadas.
Com certeza esse livro deveria ser lido por todos.
Mas fica um questionamento desesperançoso: a mudança efetiva (sem ser a pontual) depende principalmente dos brancos, que seguem sendo maioria em posições de decisão e poder, brancos estes que dificilmente abrem mão de seus privilégios, até pq nem param pra pensar neles, em sua branquitude e nesses pactos entre si bastante enraizados? será que um dia, nós pessoas pretas, poderemos descansar? ?

Beatriz2029 08/04/2024

Nada como ler e aprender com pessoas que realmente sabem e muito. Ler Cida Bento foi um prazer, o livro todo em maravilhoso, mas os capítulos 6, 7 e 8, que que foi isso, uma verdadeira aula. Não preciso dizer que esse livro é mais que necessário para todos, temos que mudar nossa mentalidade, para podermos mudar a realidade.

Fabiana.Ferreira 08/04/2024

Todo dia escuto: Não existe racismo no Brasil. Chega de Mimimi, aí, vamos falar disso de novo? Cida Bento escancara como o lugar de privilégio herdado pelos brancos de seus ancestrais não é algo de que se queira abrir mão, mesmo sem perceber. Livro muito necessário.

Matheus 07/04/2024

Pacto narcísico
Cida trouxe neste livro diversos pontos e dados sobre a falta de espaço de pessoas negras não só nas empresas, mas também na sociedade. Livro curto e muito direto, é um livro obrigatório para ser lido para quem busca entender o racismo impregnado desde a colonização e de sua herdeiros.

Lari 07/04/2024

O pacto
Primeiro acesso que tenho a Cida Bento e fiquei maravilhada com a didática da escrita, própria dos bons acadêmicos.
O livro descreve conceitos sobre o racismo que elucidou diversas dívidas que eu tinha de forma simples e objetiva.
É um livro que ao mesmo tempo eu queria ler de uma vez, mas sabia que eu precisava pausar, para que os conceitos assentassem em minha mente e em minha alma.
A neutralidade da branquitude é tão latente e silenciosa e Cida Bento conseguiu desnudá-la de forma magestral.
Termino o livro mais forte e consciente.