Naju 12/06/2024
Eu amo homens cientistas peitudos e narigudos
Ali Hazelwood conquistou um lugar no meu coração. A Hipótese do Amor é aquele clichê que não é chato, é fofo, é reconfortante e, mesmo sendo uma comédia-romântica-água-com-açúcar, trata de temas muito relevantes que quase nunca são discutidos (ou são só pra preencher cota de pauta feminina) que é: mulheres na ciência. Nas áreas STEM, pra ser específica (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). A autora, como cientista, tem propriedade pra falar sobre o assunto e é tão bom saber que, se eu ainda estivesse no ensino médio (esse livro NÃO é pra quem está no ensino médio, mas eu teria lido mesmo assim, o que não é bom, mas é uma realidade) ou se ainda fizesse o Enem, teria uma base bem sólida pra citar sobre questões de gênero no mercado de trabalho, ainda mais em uma área que é basicamente dominada pelo clube do bolinha.
Eu dei tanta sorte de ter escolhido cursar história. Não que não tenha machismo no meu curso ou que a maioria dos autores escolhidos pelos meus professores para serem usados como referências são homens brancos europeus/estadunidenses, ou que o número de homens no departamento ainda se sobressaia ao das mulheres (um número que aumenta ainda mais se for analisar os professores negros e indígenas), mas pelo menos eles tem consciência sobre (pelo menos os que eu conheci) e fazem alguma coisa para mudar isso.
Nas áreas STEM não tem isso tão forte quanto nas humanas e linguísticas. E isso é uma merda. Ter esse tipo de livro é importante por que abre o olho de muita gente que não faz ideia de como o ambiente acadêmico, que já é hostil, pode ser ainda mais quando você não nasce com uma 🤬 #$%!& branca pra te proteger.
Enfim, amo o Adam. Amo de verdade, com todas as forças. Me faz acreditar que nem tudo está perdido. Amo homens peitudos fãs de Star Wars. Enfim, acabei me empolgando, mas é isso.
Recomendo muito, especialmente pra quem tiver em ressaca literária ou com a cabeça cheia de problemas e quiser só ler uma coisa confortável e gostosinha.