Paula Assunção 17/06/2023
O quão forte pode ser uma desilusão amorosa?
A premissa é cativante. Quem não quer saber que fim teria uma desilusão amorosa caso a pessoa retornasse a sua vida?
Bom. Iniciei a leitura com esse pensamento, no decorrer da escrita ainda permanece a dúvida sobre aceitar ou não o desenvolvimento de um relacionamento (abandonado por uma das mulheres) que foi, desde o princípio, fadado ao fracasso.
A verdade é que a escritora traz alguns elementos que justificam de forma plausível o término anterior, a dez anos atrás e de forma abrupta e dolorosa, no entanto a raiva que a principal sentia por ter sido largada às traças parece durar pouco. Apesar de durar pouco, se reverbera de uma forma até preocupante com inseguranças e medos alimentados por uma mulher adulta (e que não procura ajuda), que sabe de sua influência na vida da ex.
É notável como a vida da principal evolui nas custas de uma relação que, pelo menos para mim, foi cruel boa parte do livro.
Fica a pergunta: vale mesmo a pena se sujeitar a isso?
Acho que chegar no final foi confortante para mim, pois apesar de tudo, senti um desenvolvimento positivo, mas confesso que diante de todas as minhas ideias sobre relacionamento é importante entender que nem todas as pessoas possuem do mesmo julgamento. Então, não compreendo tanto como uma ausência de profundidade da autora e sim como a percepção de uma pessoa que foi muito machucada e quer encontrar novos caminhos, mesmo que caminhos antigos. Portanto, é válido chegar ao final, apenas para você julgar se a decisão da personagem é pertinente ao desenvolvimento da história. É interessante trazer essa reflexão junto aos seus ideais, talvez seja esse objetivo da autora.
Boa leitura!