duda :) 08/08/2023
Aquele em que se ela fosse um homem, ela seria O homem.
Existiria qualquer chance de não gostar de um livro em que a protagonista é uma residente médica com TDAH, que usa elásticos no pulso para se lembrar de coisas importantes, e, no final, o médico supervisor a pede em casamento com a aliança em um elástico vermelho, para que ela nunca se esqueça do quanto ele a ama? Não. Eu, com certeza, amaria (como amei)!
Sou completamente suspeita para avaliar as histórias da Jas Silva por um motivo simples: a escrita dela me prende e me leva para um universo totalmente particular de cada casal criado, de seus problemas, traumas e conflitos à entrega total do coração. Consegue fazer com que eu não sinta falta de personagens secundários para compor a narrativa, questão para a qual, em outros livros, tenho uma visão bem crítica, querendo explorar mais esse fundo; ela, no entanto, nunca me fez ter interesse.
E aqui, com "O Doutor", não foi diferente.
A Jas pode ser considerada uma das minhas escritoras independentes favoritas, principalmente, levando em conta as atrocidades que se acha disponíveis na Amazon / Kindle Unlimited. Me arrisquei com ela, na primeira leitura, em um dark romance e amei. Resolvi, então, dar uma chance para uma leitura "normal", vivenciada dentro do dia a dia de pessoas sem um envolvimento que parece escapar do dia a dia (eu não sou médica, mas é mais natural que mafiosos, certo?).
Uma coisa sobre ela é que adora escrever e publicar romances com age gap. Eu estou tão cansada de me frustrar com homens mais velhos, na ficção, sendo grandes babacas e se achando os detentores de tudo de melhor que há no mundo, que Nicholas Donovan, nosso personagem masculino principal, foi uma grata surpresa. Ainda que os 17 anos que separem ele de nossa protagonista, Abigail, tenha sido assustador em algum momento, até mesmo para os dois, não foi um fator que o impediu de enxergá-la como a mulher confiante e médica brilhante que, aos 26 anos, ela é.
Ser viciada em séries sobre medicina fez esse livro se tornar ainda mais gostoso de ser lido. Ouvir Taylor Swift e fazer "The Man" como trilha sonora desse enredo foi uma experiência. Gastar meu primeiro dia da próxima semana em casa lendo essa história, foi a melhor coisa que escolhi fazer!
Tirei meia estrela, infelizmente, porque achei a quantidade de cenas de sexo muito excessiva, até mesmo para o contexto em que se encontravam, de algo casual. Preferia que muitas delas, as não essenciais, ficassem subentendidas para cederem espaço a narrações do cotidiano ou até mesmo mais românticas, em que eles se conhecessem mais profundamente. Para quem gosta, no entanto, desse exagero no gênero hot, seria um livro 5 estrelas!
Ainda que não tenham nada a ver com as descrições físicas citadas, não posso deixar de pontuar que imaginei Kerem Bürsin e Hande Erçel o tempo todo, simplesmente, porque os dois seriam perfeitos aqui.