Higor 12/12/2023
Acompanhar os sofrimentos da Juniper pra encobrir o plágio descarado é interessante, até não o ser mais.
nunca foi a intenção da autora criar uma personagem central que fosse carismática e fácil de se identificar: Juniper é, desde o início, uma personagem cinza, que rouba da, então, melhor amiga em um momento de horror. por conta disso, é fácil aceitar as atitudes ridículas, que beiram o infantil, que ela toma durante todo o livro. convenhamos que colocar uma adolescente com, no mínimo, metade da sua idade, pra baixo, só pra se sentir superior não é necessariamente uma atitude que esperamos de alguém com o estado mental em ordem.
inicialmente, eu estava gostando do desenrolar da história. achei o primeiro capítulo muito, muito bom. mas, com o decorrer, comecei a murchar com a história. achei que o livro começou a dar voltas e mais voltas nos mesmos assuntos, numa tentativa irritante de se desenvolver uma história que dava sinais de não se sustentar nas 300 páginas. era óbvio que apareceria alguém pra chantageá-la dizendo saber de toda a verdade, mas quando isso acontece uma segunda vez, eu sinceramente pensei "então tá bom então", e segui lendo. quando, pela segunda vez, ela rouba da "amiga" morta e se faz de vítima quando descobrem o plágio, eu pensei "então tá bom".
não que seja esse o problema, porque a ideia é justamente essa: mostrar a personagem se colocando nesse lugar de vítima, prefeita da coitadolândia, usando do seu privilégio sem nem saber que o está fazendo. o problema foi a repetição de plots num livro que nem tem tamanho pra essa reciclagem toda.