mia 09/06/2023
Sinto falta de casa
Esse livro não é sobre o ponto principal abordado na sinopse, pelo contrário, o que é descrito na sinopse é apenas um mero plano de fundo para o resto da história. A sinopse diz que é um livro sobre ghosting e relacionamentos modernos, mas o livro é sobre uma filha tentando se conformar com a perda do seu pai, ainda vivo. É também sobre feminismo branco e o clássico "eu não sou como as outras garotas, eu uso ternos e não sei me maquiar". Também é sobre o feminismo que diz que colocar pronomes na bio é algo que apenas mulheres "com o risco de serem 'misgendered' colocarem". O ghosting, honestamente, não é nem 1% desse livro. Fato bem curioso, considerando que a personagem principal tem a incrível habilidade de sofrer ghosting do mesmo cara duas vezes. Além disso, tem um plot que envolve o vizinho dela, o qual nos é apresentado como um psicopata que compra facões e chama a vizinha de "prostitut4" na primeira oportunidade, mas que ainda sim ela dorme com ele em um momento de raiva e descobre que ele não era tão ruim assim. Ainda bem, eu acho?
Acho que parte da minha decepção com esse livro é que eu esperava o nível de "Tudo que eu sei sobre o amor", então eu me afoguei nas minhas próprias expectativas. A escrita continua cativante assim como no outro livro, mas a história não é uma das melhores. Acho que é só mais um livro sobre mulheres brancas fazendo branquice (e olha que eu sou branquelissima). A personagem principal é chata. Inclusive, tem um plot em que a mãe dela decide que seu novo nome é Mandy, pois ela sempre quis ser chamada assim. Todo mundo aceita chamá-la assim, menos a chata da personagem principal. Obviamente eu acredito que isso era uma metáfora para transfobia, até porque em um momento a personagem diz "Você não pode decidir mudar de nome na hora que quiser", mas no final a filha continua não reconhecendo o nome da mãe. Se era pra ser uma metáfora, acredito que foi mal construída.
Como disse, acho que minha decepção é culpa minha e apenas minha.