spoiler visualizarFlavia416 21/02/2023
Uma centelha na escuridão.
*****SPOILER******
A proposta é muito interessante, e foi muito bem aproveitada na divulgação do livro: Acompanhar a investigação de um mistério por uma pessoa levada por paranoias. Estava esperando um suspense psicológico instigante, mas o resultado me decepcionou. Além dos personagens não serem interessantes (contrariando o esperado, já que psicologia seria um dos temas do livro), a história tem muitos furos e, para um mistério, não é nada misteriosa.
A conclusão é previsível por alguns motivos, entre outros: São poucos personagens e o excesso de indícios sobre um deles já diz que estamos sendo guiados pelo caminho errado. A autora cria uma suspeita sobre a própria Chleo, mas de forma muito inverossímil, já que nada na rotina da personagem indica que ela tenha tido tempo de matar, sumir com o corpo, voltar a si limpinha e sem indícios de que fez algo de que não se lembra, sem nenhuma confusão sobre o que andou fazendo nas horas anteriores. Mesmo com a teoria bem construída sobre um possível imitador é fácil já desconfiar desde o início que o verdadeiro culpado está à solta, provavelmente inocentado por quem confessou o crime.
O pai confessa o crime diante da possibilidade de pena de morte para o culpado, mas não há provas suficientes contra ele, o sumiço dos corpos é bem mal explicado e difícil de acreditar. Isso já é um furo, mas no final fica pior, já que somos informados de que os corpos não haviam estado no local onde foram encontrados os vestígios, e sim levados para o esconderijo das crianças. Como os vestígios das garotas foram parar ali? E como o pai sabia desse local? Nada disso é esclarecido, e a impressão que fica é que é realmente apenas uma explicação mal elaborada. Os souvenirs do crime no armário poderiam facilmente ter sido plantados por alguém com acesso à casa, e isso levanta a suspeitade que a caixa no armáriodo pai da Chloe também podia não ser dele. Essa passagem acaba expondo o mistério anterior quando pretendia criar um novo. O objetivo da autora era criar reviravoltas, mas muitas vezes o que ocorre é que fica entre o óbvio e o forçado ou irreal. Não da para entender porque ou como o Cooper dela tinha tamanho controle sobre o amigo Taylor.
Mas é gostoso de ler. A leitura é bem leve e fácil de levar, boa pra quem está tentando retomar os hábito de leitura ou quer só relaxar. Indicaria para pessoas com esse interesse, mas não para quem já está acostumado a ler grandes autores de suspense, crime e mistério.