rae 17/03/2024
"Você é uma coisinha cruel, sabia disso?"
"A arma mais forte que uma mulher tem à sua disposição é que muitas vezes ela é subestimada... E eu uso isso o tempo todo."
Paedyn Gray é uma pessoa ordinária num reino repleto de seres extraordinários, com poderes. Mas ninguém precisa saber disso. Tendo em vista que pessoas como ela são consideradas doentes e são executadas para manter a Elite "saudável". Ela foi treinada e ensinada por seu pai a observar mais que o que as demais pessoas esperam e assim, se entitula psíquica.
Desde a morte do pai ela sobrevive nas ruas das favelas, abatendo carteiras e enfrentando os castigos dos Imperiais, soldados do reino. Paedyn aprendeu a ser invisível durante cinco anos, até que todos a notam e ela se transforma na salvadora prateada. De quem eu espero uma evolução melhor no segundo livro.
Powerless me fez amar uma costureira, uma cozinheira e um guarda bem humorado, tenho algumas desconfianças relacionads à Lenny mas prefiro guardar pra mim.
O universo nada inovador claramente tem inspirações de outros livros como Jogos Vorazes, A Rainha Vermelha e me lembrou vagamante de Trono de Vidro. A própria autora revela ter se inspirado em alguns deles. Mas isso não torna o livro em si ruim nem igual aos outros. Ela pescou várias características e pôs tudo em perfeita harmonia.
A divisão de classes entre ordinários e a Elite, as Provações, os rebeldes e a Rebelião lembram muito as obras citadas acima.
Algo que me incomodou um pouco foi a vulnerabilidade dos rebeldes, a forma como tudo foi feito à base de amadorismo expõe que eles são pequenos mesmo indicando que a Rebelião é maior do que se mostra. As aparições apontam as fraquezas, a falta de preparo por parte deles.
Espero que isso seja trabalhado melhor no segundo livro, e que haja de fato uma evolução nesse aspecto.
A família real é exatamente o que eu esperava que fossem, um rei cruel, filhos manipuláveis e uma rainha submissa. E isso é algo que vemos durante todo o livro.
Para mim, o melhor desenvolvimento de personagem foi o Kitt; a construção dele foi impecável e tô muito ansiosa pra vê-la na continuação.
Geralmente eu não gosto de livros com dois pov, mas em Powerless, especificamente, foi interessante. A autora desde o início faz questão de mostrar a verdadeira face de Kai Azer, o Executor do rei.
Kai é um galanteador cativante e apaixonante, eu entendo a Pae.
Vi alguns comentários dizendo que eles nunca foram enemies to lovers, mas se você parar pra analisar TUDO no livro trabalha para que Kai e Pae se odeiem, por mais que sejam atraídos um pelo outro. E que atração! A cada cena deles eu sorria, surtava e até cheguei a chorar quando vulnerabilidades foram expostas, quando sentimentos foram ditos em silêncio.
As cenas dos dois te fazem esquecer de todo o livro, elas te prendem e se você não for uma adolescente de 14 anos, ele te transforma em uma novamente. Esse definitivamente foi um dos melhores romances que li em 2024 e até na vida inteira. Tô muito ansiosa pela continuação.