Vitória 20/07/2023
Esse livro me foi indicado por amigas que leem em inglês e surtaram quando o lançamento desse negócio foi anunciado, porque segundo elas essa história era a minha cara. Comprei na pré-venda porque sou besta, e esqueci dele aqui. O bicho ficou quase um ano guardado, e eu só fui lembrar dele porque o segundo volume dessa trilogia entrou em uma promoção incrível no prime day. Como eu não perco um bom desconto, decidi que essa era a hora perfeita pra fazer essa leitura e decidir se valia a pena comprar o segundo ou não. A minha paixão foi tanta que, antes mesmo de chegar ao final desse negócio, o segundo já estava muito bem comprado, e eu estou me roendo de ansiedade pra saber quando a essência vai fazer o lançamento do terceiro, porque preciso deles na minha mesa pra ontem.
Esse é o grumpy sunshine que caiu certinho nos meus gostos. Sinto que às vezes as autoras, pra construir uma protagonista sonhadora e divertida, acabam fazendo com que ela soe muito inocente e infantil pra sua idade, algo que faz com que eu me desconecte da narrativa na hora, mas isso não aconteceu com a Zahra. A primeira aparição dela aqui já mostra pra que a mana veio. Ela usa roupas cheias de estampa que, apesar do Rowan descrever como meio estranhas num primeiro momento, eu queria todas elas pra mim, principalmente o vestido de morango. Ela é divertida, criativa (e nesse ponto a identificação foi forte) e completamente apaixonada pelo simples fato de trabalhar num lugar como a Dreamland, que possibilita a realização dos sonhos de tanta gente. Se estivéssemos falando do mundo real, ela com certeza teria sido a pessoa que criou a teoria da pixar. Apesar disso tudo, ela ainda é uma mulher adulta, e se mostra como tal quando preciso. Ela possui suas dores e inseguranças (inclusive, só posso aplaudir a autora por ter colocado uma protagonista gorda aqui), e não tem medo de ser a safada que ela é na frente do Rowan. Todo o meu amor pra essa mulher.
O Rowan leva ao pé da letra o seu papel de grumpy. No início ele me deu nos nervos, e eu quis entrar no livro só pra esfregar a cara desse homem na parede do castelo, mas aos poucos a gente vê as mudanças nele, e saber que a Zahra é o motivo por trás de grande parte delas só melhora tudo. O romance tem uma pitadinha slow e é extremamente bem construído, a gente consegue ver o sentimento nascendo em cada um deles, mas o melhor de tudo é que não se resume a isso. O Rowan chega na Dreamland como o executivo capitalista de terno e gravata que pensa no lucro acima de tudo, mas passar tanto tempo com a Zahra, que nasceu e foi criada por pais que trabalham há anos ali, muda a sua percepção. Ele passa a valorizar as pessoas que possibilitam toda que a experiência do parque se torne realidade, e volta a sentir toda a magia do local que ele sentia quando era criança, e que a Zahra nunca deixou de ter junto de si. A cena dos dois passeando no parque e andando nos brinquedos, depois se beijando na praça do Natal, é uma das coisas mais lindas que eu já li na minha vida como leitora ávida de romances.
Por ser uma autora gringa, eu geralmente já começo o livro baixando as minhas expectativas em relação às cenas hot, mas a Lauren Asher deu um belo de um tapa na minha cara em relação a isso. A tensão sexual entre os dois é construída página a página, eles tem uma química de milhões, que transborda pro leitor, e quando isso se traduz em toques físicos eu simplesmente surtei. Cada cena de pegação desse livro está devidamente marcada, porque elas são boas demais pra que eu não volte pra elas depois. A do boquete, mais especificamente, me fez chorar por vários lugares diferentes, e eu tive que ficar vários minutos deitada olhando pro teto pra conseguir me recuperar. Os dois protagonistas tem backstories pesadíssimos, e ainda que eu goste mais de quando as autoras se detém muito nesses assuntos e todas as questões minuciosamente, aqui a Lauren Asher me mostrou um novo jeito e me fez ficar satisfeita da mesma forma com ele. Estamos falando de um livro de pouco mais de 300 páginas, que até dá pra ser lido em um dia, então ela não perde tempo em nada que não mereça a atenção dela. Todas as páginas presentes aqui tem importância pra narrativa, nada é jogado sem um objetivo final. Os gatilhos que a Zahra e o Rowan carregam tem sim o seu momento de atenção e são trabalhados, mas de uma forma mais rápida do que eu estou acostumada, e o melhor de tudo é que a autora é tão boa que todas as questões não se tornaram rasas por causa disso. E como se não bastasse ela ainda me fez chorar feito uma condenada em todas as cenas de desabafo de um para com o outro.
E eu preciso falar do fato do livro se passar dentro de uma espécie de Disney. Não sei como eu nunca pensei que gostaria de ler uma história assim, ou como nenhuma autora da qual eu já sou fã pensou em escrever isso, mas tudo o que a Laura traz a respeito disso aqui é maravilhoso. Eu já gosto de narrativas com um toquezinho especial de magia, e aqui ela eleva isso a um novo nível só pelo ambiente no qual os protagonistas estão inseridos. Os personagens secundários são perfeitos, principalmente a irmã e a melhor amiga da Zahra. Não tivemos muitas cenas com os irmãos interagindo entre si, mas só pela maravilha que foi esse negócio, eu já quero engolir os próximos amanhã. Não sei se essa resenha fez sentido, e não sei se eu consegui transmitir ao menos uma parte de tudo o que eu senti durante essa leitura, mas saibam que, do prólogo ao epílogo, isso daqui é a perfeição pura. Não costumo favoritar os primeiros volumes das séries que leio, porque sempre penso que o melhor pode ainda estar por vir, mas a Lauren Asher chegou com os dois pés na porta e vai me fazer quebrar essa regra. Esse livro foi um carinho em meio ao turbilhão de confusão que eu estava vivendo, e preciso de mais momentos assim.