Caminhando com os mortos

Caminhando com os mortos Micheliny Verunschk




Resenhas - Caminhando com os mortos


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Kelly 07/07/2023

Pesado e poético
Um Brasil esquecido e/ou desconhecido por muitos e as consequências do fanatismo religioso e da intolerância, narrados de forma crua, mas poética.
Esse livro me ganhou nas primeiras páginas e o defeito dele é ser curtinho.
Infelizmente, uma trama bem real e muito atual.
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Matheus656 16/07/2023

Uma pequena cidade no interior do brasil é abalada por um crime chocante: uma mulher é queimada viva em um ritual religioso que visa purificar a vítima e redimi-la. essa violência se tornou frequente desde a chegada de uma comunidade evangélica à região. a história segue uma mulher que tenta desvendar os detalhes desse trágico evento enquanto lida com seus próprios traumas e a falta de um amigo próximo.

já faz um tempo que terminei essa leitura, mas ainda me pego lembrando dos personagens e refletindo sobre essa história. me vêm à mente uma tristeza e uma enorme desolação por saber que os fatos narrados podem facilmente estar acontecendo em algum lugar.

narrativa muito interessante. uma leitura com uma essência extremamente crua, ainda mais por ser narrada por diferentes perspectivas - todas femininas - que compõem a história. é difícil ficar indiferente à experiência de se ler ?caminhando com os mortos?. micheliny verunschk soube escrever um romance forte sobre um tema que precisa ser debatido cada vez mais: fanatismo ideológico e religioso.

o que fica é a reflexão: para mim é impossível conceber uma pessoa que se diz cristã e que agrida a religião ou as escolhas de vida do outro. podemos caminhar juntos com as nossas decisões e com a nossa pluralidade religiosa.

uma história triste e com muitos gatilhos de violência. brutal, intenso, angustiante... diversas emoções em poucas páginas. incômodo e cruel - o horror de uma mulher queimada viva por sua família no interior do brasil: esse é o resumo. ansioso para conhecer outras obras da autora.

quem puder ler, leia!
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Lucas990 19/07/2023

Um livro poético e perturbador sobre os perigos do fanatismo religioso e suas consequências muitas vezes irreversíveis.
Não quero falar muito sobre a história em si pois acredito que a surpresa (ou o horror) é um elemento crucial nesta leitura. Mas sobre o tema principal fica a reflexão: até que ponto devemos relativizar a intrusão da religião na casa e na vida de pessoas que nem sequer possuem uma religião? E mesmo as que possuem, até que ponto a religião pode ditar como suas vidas devem ser vividas ou ceifadas? O livro escancara uma realidade nada distante do mundo em que vivemos.
Extremamente necessário e obrigatório.
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Lucas Leite 22/07/2023

Retrato da intolerância religiosa no Brasil
Livro difícil de digerir. A construção do Brasil esquecido, à mercê dos interesses políticos regionais, mistura-se com a crescente intolerância religiosa. A ascensão do evangelismo predatório tem ocupado o lugar do Estado, inclusive no monopólio da violência.
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Rafael Moia 04/09/2023

Não sei se leva prêmio
Meu primeiro contato com a autora foi no Prêmio Jabuti 2021, onde ela foi premiada com O som do rugido da onça, no entrando aquele ano de pandemia não li quase nada, incluindo o livro dela. Mas, este ano, tive a oportunidade de ler Caminhando com os mortos e posso dizer que é um bom livro, mas não é uma.leitra fácil. A narrativa metafórica atrapalha o entendimento da narrativa, você vai se dispersar inúmeras vezes. Não se preocupe a autora vai passar duas páginas viajando e nas duas últimas linhas do capitulo, vai entregar o contexto de forma clara, ou seja, não desista da leitura. É um livro para se ler em um dia. E, não, ele não fala mal de crente! Apenas expõe os fatos, e você tira a única conclusão óbvia.
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Egberto Vital 10/09/2023

"Caminhando com os Mortos", de Micheliny Verunschk, é uma narrativa que transcende as fronteiras do entretenimento, mergulhando profundamente nas águas tumultuosas da intolerância e da doutrinação religiosas. Com um enredo visceral, a autora apresenta aos leitores um ambiente aterrador, repleto de suspense e reflexões incisivas.

O livro nos transporta para uma pequena cidade do interior do Brasil, onde um crime chocante se torna o epicentro de uma trama complexa e perturbadora: uma mulher queimada viva em um ritual religioso revela as consequências brutais da intolerância e do fanatismo religiosos que se instalaram na região desde a chegada de uma comunidade evangélica.

O leitor é desafiado a juntar os fragmentos desse quebra-cabeça sombrio, enquanto acompanha uma mulher que busca dar sentido a essa tragédia, ao mesmo tempo em que enfrenta seus próprios traumas e tem de lidar com dinâmicas das ausências que a permeiam.

A escrita de Verunschk é magnífica - isso já sentimos desde "o rugido da onça" -, uma vez que conduz o leitor em uma tecitura de emoções e reflexões. Ela pontua de forma brilhante como o ódio às mulheres e às minorias persiste através dos séculos, particularmente quando se apoia no fervor religioso, aqui a autora oferece uma perspectiva única e dolorosa sobre a destruição de vidas através de costumes e de relações controversas com o divino.

Os comentários de Natalia Borges Polesso e Manuela d?Ávila sublinham a profundidade desta narrativa, destacando como a autora aborda questões de ausência, ocupação e opressão. Além disso, a citação de Bianca Ramoneda enfatiza a capacidade do livro em provocar tensões entre o mundo real e o imaginário, transportando os leitores para um Brasil pouco visível, onde habita uma fera que pode devorar até mesmo seu caçador.

Em "Caminhando com os Mortos", Micheliny Verunschk não apenas nos presenteia com uma história envolventemente aterradora, mas também nos convida a refletir profundamente sobre a intolerância, a doutrinação religiosa e as fraturas deixadas por séculos de opressão.

Esta obra é um testemunho poderoso da força da literatura em explorar temas complexos e atuais, deixando uma marca indelével na experiência do leitor.
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Debora.Oliveira 30/12/2023

Caminhando com os mortos traz de forma magistral a intolerância e o fanatismo religioso! Assuntos que me interessam muito!

Com uma escrita poética, Micheliny traz debates de assuntos tão atuais e presentes no nosso dia a dia! O livro logo de início te impacta com o relato de uma autópsia decorrente de um cr!me horrendo! Chocante pensar que extremismos religiosos ainda existem e são tão presentes na sociedade!

Foi uma leitura muito marcante e que me fez refletir demais! Temos diversos relatos e pontos de vistas na narrativa que te fazem sentir desde raiva até compaixão. Simplesmente recomendo demais! 5??

Quotes:

?Disseram-me louca porque me recusei, porque de certo modo parti e, assim, desobedeci e continuo desobedecendo.?

?É com a m0rte de alguém querido que você percebe a m0rte em seu encalço.?

?Só o passado existe e permanece.?
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Paulo 15/09/2023

Em "Caminhando com os Mortos", a pernambucana Micheliny Verunschk não parte de um período específico da história do Brasil/colonização nem de eventos reais como no seu anterior ganhador do Jabuti "O Som do Rugido da Onça", embora tenha se inspirado em pelo menos um caso real ligeiramente semelhante, mas Verunschk narra uma história igualmente pesada ou até mais que em "O Som do Rugido..." e também usa de contextos sociais brasileiros que não são nem antigos e nem recentes.

Com o mesmo lirismo que marca "O Som do Rugido...", "Caminhando..." é uma triste e perturbadora narrativa sobre o fanatismo religioso, é menos sobre intolerância religiosa, no sentido de atacar outras crenças, e mais sobre ignorância e sobre os discursos e atos extremos das religiões. Se de início Verunschk vai mais ou menos vagarosamente nos situando numa situação intrigante e misteriosa (de início), mas ainda assim incômoda, ela logo deixa claro que os problemas começam, ou se agravam profundamente, quando certo sacerdote chega na pequena cidade com a nova construção de um certo templo. O que se pensa e o que se comete em nome da religião e dos autodenominados porta-vozes de deuses é atroz e absurdo - tanto na realidade, o que é uma trivialidade, quanto no romance.

Aqui não há o fantástico que existe em "Som do Rugido", não há espécie de redenção, de um finalmente, de um alívio pós vida, tudo é somente trágico e pesado. Na verdade, o fantástico existe no texto da narração, no próprio lirismo da autora e na descrição da percepção psicológica e sensorial dos personagens, a impressão que tive com esse seu novo romance, e que o outro deve ter causado sem eu assim entender, é que as palavras e frases se fundem, uma coisa vira outra nessa fusão, mas não de repente, numa coesão, numa coesão que, soando contraditório, por ser tão poética e subjetiva por vezes acaba ficando muito difícil de compreender, mas que é uma das coisas que marca seu lirismo encantador.
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Maria 19/10/2023

Caminhar com a morte é percorrer a nossa história, costurar pontos diferentes e revelar o que é abafado. Micheliny Verunsk traz sem medo, o que é encoberto pelo discurso religioso cotidianamente, e que nunca se deve esquecer, a religião foi e é peça fundamental nos processos mais violentos da história. Ela cita, intencionalmente, nomes e passagens narrando os resultados do fanatismo religioso, evidenciando como a vida de mulheres são suscetíveis a isso. Como a autora já disse, não é sobre crença e sim a hipocrisia dessas discursos e quem os prega.

O livro se inicia com um crime brutal, percorrendo o caso e sua investigação nos deparamos com mais violências, que não são desconhecidas na vida real. Conforme nos são narrados os acontecimentos, vamos coletando pistas e explorando o ambiente, numa verdadeira caminhada, pra buscar na rotina dos personagens as motivações de um ato tão cruel.

Me encanta a forma que a autora narra a morte incorporada as nossas vidas, aos nossos sentimentos, ao futuro. " É disso que se trata, afinal. De vida e morte."

É um livro curto, mas tão impactando que me fez demorar nessa leitura. Caminhando com os mortos é um livro que conversa diretamente com minhas revoltas e posições. Sem dúvida uma das melhores leituras desse ano e vou sempre carregar comigo parte da dor que as personagens sentiram, que é de todas nós.
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Ellen 22/10/2023

?A morte é uma semente que nasce dentro da gente e espera o tempo que for, o momento certo, para germinar.? - Trecho do livro
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bewpy 01/11/2023

Micheliny você é perfeita
Eu adoro a forma como Micheliny escreve, ela é uma autora a qual recomendo muito caso você goste da Carla Madeira.
É um livro pesado, com uma crítica social forte e uma escrita fluida e constante, que se você não prestar atenção em uma parte parece que o livro inteiro não faz sentido - essa foi a minha impressão ou eu que sou desligada.
Mas é maravilhoso, incrível como a autora desenvolveu um assunto tão forte e pesado assim de uma forma crua e bonita - pela forma que ela escreve e desenrola tudo.
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Tim 06/11/2023

NÃO FAÇO A MENOR IDEIA ?
Se alguém me perguntar se li esse livro, jamais ousaria dizer que sim. Foi uma leitura prolixa e um tanto confusa, com um fluxo de consciência. Não sei se o motivo sou eu ou se o momento não era apropriado, mas realmente não me envolveu, e terminei sem entender praticamente nada. Por isso, é impossível dar uma nota ou falar sobre o livro.

A história se passa em um local, acredito que seja uma vila, onde há um culto religioso muito intenso. Até que uma pessoa morre queimada, e o livro tenta, em meio à sua confusão, desvendar esses acontecimentos e outros.

É uma história triste, mas real. Enfim, o que posso dizer é isso.
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16/11/2023

Colonização religiosa
Gostei imensamente, me emocionei, aprendi sobre o desenvolvimento e modo de operar das religiões evangélicas. Muito atual. Espero que muitos leiam essa impressionante obra.
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giovi andrade 22/11/2023

Caminhando com os mortos
O livro é impactante, mas muito superficial. As temáticas de fanatismo, misoginia e persuasão de líderes religiosos chamam a atenção. Os discursos e depoimentos dos personagens são impactantes, mas muito rasos.

É desesperador observar o que pensava a família no momento de ?purificação? da filha e doloroso ver a história da mãe, Lourença.

Senti falta de conhecer melhor os personagens, para além das sensações. O que pude capturar da Lourença era o desespero. Do pai, era a vontade de livrar a Lourença do peso da culpa do que aconteceu com as filhas. Do irmão, senti a ausência e inocência em um momento tão caótico.

Só que pouco se desenvolve sobre os personagens. A mistura da narrativa da perita com a da família deixou confusa a leitura, com pouca linearidade.

O desfecho foi raso e confuso para uma história tão profunda.
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adrianlendo 02/06/2023

Estar em uma sociedade inevitavelmente religiosa como a brasileira faz com que muitas coisas passem despercebidas em frente aos nossos olhos. Faz com que a crueldade em nome de um ser maior seja facilmente ignorada e a culpa seja jogada inteiramente na obra de um ser mitológico criado justamente para isso - para não dar a responsabilidade para os verdadeiros culpados.

'Caminhando Com os Mortos', mesmo sendo ficção, serve como uma espécie de denúncia acerca da manipulação religiosa conservadora latente no país.

Enquanto uma onda conservadora cresce, as mulheres queimam, somem, são enterradas no quintal de casa e os verdadeiros culpados pela manipulação que leva a isso nunca são responsabilizados porque existe um ser mitológico que pode levar toda a culpa sempre. É quando essas mulheres queimam que os verdadeiros culpados crescem. É enquanto eles crescem que a busca por uma solução para esses crimes diminuem.

Micheliny Verunschk escreve sobre esse descarte de tudo que não é considerado bem visto pela religião de maneira que transporta o leitor imediatamente para o local e, por mais assustador que isso seja, dá muito certo.

Dá certo porque a raiva que sentimos é pra ser sentida, a indignação, a tristeza, o choque e até mesmo o perdão por tudo que acontece apenas por uma manipulação em momentos de fragilidade é sentido exatamente da maneira e no momento em que é para ser assim

São histórias que se conectam porque uma grande parcela do Brasil - infelizmente - já se viu em uma situação de intolerância e manipulação religiosa que remete àquilo.

'Caminhando Com os Mortos' é um livro para ficar de olho, uma grande peça da literatura que faz tanta coisa em suas menos de 200 páginas que até nos momentos mais monótonos consegue transportar o leitor para a fluidez da sua história mesmo quando o choque é muito grande.
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