Caminhando com os mortos

Caminhando com os mortos Micheliny Verunschk




Resenhas - Caminhando com os mortos


88 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


adrianlendo 02/06/2023

Estar em uma sociedade inevitavelmente religiosa como a brasileira faz com que muitas coisas passem despercebidas em frente aos nossos olhos. Faz com que a crueldade em nome de um ser maior seja facilmente ignorada e a culpa seja jogada inteiramente na obra de um ser mitológico criado justamente para isso - para não dar a responsabilidade para os verdadeiros culpados.

'Caminhando Com os Mortos', mesmo sendo ficção, serve como uma espécie de denúncia acerca da manipulação religiosa conservadora latente no país.

Enquanto uma onda conservadora cresce, as mulheres queimam, somem, são enterradas no quintal de casa e os verdadeiros culpados pela manipulação que leva a isso nunca são responsabilizados porque existe um ser mitológico que pode levar toda a culpa sempre. É quando essas mulheres queimam que os verdadeiros culpados crescem. É enquanto eles crescem que a busca por uma solução para esses crimes diminuem.

Micheliny Verunschk escreve sobre esse descarte de tudo que não é considerado bem visto pela religião de maneira que transporta o leitor imediatamente para o local e, por mais assustador que isso seja, dá muito certo.

Dá certo porque a raiva que sentimos é pra ser sentida, a indignação, a tristeza, o choque e até mesmo o perdão por tudo que acontece apenas por uma manipulação em momentos de fragilidade é sentido exatamente da maneira e no momento em que é para ser assim

São histórias que se conectam porque uma grande parcela do Brasil - infelizmente - já se viu em uma situação de intolerância e manipulação religiosa que remete àquilo.

'Caminhando Com os Mortos' é um livro para ficar de olho, uma grande peça da literatura que faz tanta coisa em suas menos de 200 páginas que até nos momentos mais monótonos consegue transportar o leitor para a fluidez da sua história mesmo quando o choque é muito grande.
comentários(0)comente



Tiago567 30/01/2024

Não achei perfeito, mas achei necessário
Começo por dizer que as minhas críticas não envolvem a história. A história é sim perfeita. Minhas "críticas" vão à escrita da Micheliny, não por nada em específico e tampouco por eu achar ruim, mas sim por ter escrito uma história altamente necessária, porém de um jeito quase inacessível. A primeira parte do livro está quase que em códigos para mim, de modo que me senti perdido na narrativa em alguns momentos. A partir da página 40 e tantas a narrativa começa a conversar comigo (e para todes que estejam tentando ler porém se identificou com esse desafio nas primeiras páginas da história, recomendo que persista um pouco pois vale muito a pena). As minhas críticas a uma escrita mais acessível se dá justamente por se tratar de uma história altamente necessária. Esse livro é para todas, todos e todes que já viveram ou vivem em cidade pequena e fundamentalista religiosa e para além disso. É uma lição que por vezes amarga o paladar, mas que pode ser a companhia da qual você está buscando, a companhia da qual entenda tudo o que você e / ou os seus estão passando.
comentários(0)comente



behindsaura 28/01/2024

Obra prima nacional
Esse livro tem TANTAS camadas e perpassa tantos pontos importantes do dia a dia brasileiro, chegando a ser difícil de digerir. É uma leitura densa e minha experiência com ele foi de lentidão, lia e precisava de um respiro para absorver aquilo que tinha acabado de ler.

O livro tem início tratando de um tema tão delicado que é a infância roubada das crianças mais pobres que se tornam adultas já na infância para dar conta das responsabilidades grandes, que deveriam ser de seus pais, como cuidar de seus irmãos. E se encaminha para um poço sem fim de intolerância religiosa advindo da colonização branca e cristã das regiões mais afastadas e pobres, retrato ATUAL de um Brasil racista e homofóbico.

Até que ponto casos assim aconteceram? Até quando essa será a realidade? Mulher não pode ser livre, LGBTQIAP+ não pode viver seus amores e nada além do cristianismo centrado na salvação (não se sabe nem do que) será tolerado.

Esse livro é uma PEDRADA, um choque de realidade e leitura obrigatória.
comentários(0)comente



Faluz 26/01/2024

Caminhando com os mortos - Micheliny Verunschk
Como o trágico está instalado na vivência diária. Como se manifestam as teias que enredam as pessoas num lugar vazio, onde a simplicidade presente não tem capacidade de comprar e se entrega ao que se impõe de maneira tão violenta.
Como as mulheres são subjugadas num território sem possibilidades de se impor.
Micheliny coloca o dedo na ferida com a religiosidade presente num mundo de pessoas que querem o poder.
comentários(0)comente



Lu Mendes 23/01/2024

Compreendendo que se trata de um livro incrível e de uma escritora premiada, é justo dizer que para mim, a história não rolou!

A história tem um gancho incrível ao tratar de intolerância religiosa, trazendo ela desde os princípios colonizadores de regiões onde o catolicismo popular era a expressão máxima da fé das pessoas.
Há ainda um debate forte de violência contra mulher é esse local onde toda fêmea que não se adequa na religião vigente, passa a ser considerada uma bruxa!

O problema para mim foi a narrativa, muitas vezes confusa ou abstrata demais aos meus olhos. Foram raros os momentos que eu me senti tocando na história, e quando isso aconteceu finalmente, uma série de novos enredos adentram o espaço!
Eu entendi o tempo gasto com a perita, mas achei um pecado, preferia que falasse mais de Celeste e Lourença? personagens que ficaram tão rasas diante de uma história tão gigantesca.

Para mim, esse tipo de narrativa faz a história terminar sem que eu tenha de fato me aproximado de nenhum personagem, ficou esse sentimento de desimportância!
comentários(0)comente



Alexandre Kovacs / Mundo de K 21/01/2024

Micheliny Verunschk - Caminhando com os mortos
Companhia das Letras - 144 Páginas - Capa: Alceu Chiesorin Nunes - Imagem de capa: Jurema Preta visita Satanás de Stephan Doitschinoff - Lançamento: 2023.

Ao descrever as consequências da intolerância religiosa, Micheliny Verunschk, em seu mais recente romance, me faz refletir sobre o filósofo Baruch de Espinosa (1632-1677), crítico do modelo de religião na qual Deus é um ser colérico ao qual se deve prestar culto para que seja sempre benéfico, originando também intermediários e intérpretes da Sua vontade, capazes de oficiar os cultos, profetizar eventos e invocar milagres. O conceito de Espinosa de um Deus Natureza em oposição ao Deus humanizado das religiões parece não ter perdido a sua força, principalmente em regiões do interior do Brasil, assoladas pela pobreza e ignorância. A população, sem assistência do Estado, torna-se uma presa fácil para pastores inescrupulosos.

De fato, me ocorre uma citação de outro famoso filósofo, Blaise Pascal (1623-1662), que definiu bem uma das questões deste livro: "Os homens nunca fazem o mal tão plenamente e com tanto entusiasmo como quando o fazem por convicção religiosa". Esta é a chave que a autora utiliza para demonstrar a violência contra as mulheres e minorias com base no fanatismo religioso. No romance de Micheliny, a jovem Celeste é queimada viva, tal qual uma bruxa na idade média. Lourença e Ismênio, os pais, acreditavam que o ritual iria purificar a filha de seus pecados, nas palavras de Ismênio ao delegado: "Não era pra matar, não, doutor. Não era. O pregador disse que quando se fazia a purificação o Inimigo ia embora, mas a pessoa permanecia. [...]".

"Não foi minha filha que eu matei, não, doutor. O que eu fiz foi outra coisa. Eu não matei. A menina vai se levantar. O senhor vai testemunhar esse milagre da salvação. No terceiro dia. O senhor vai ver, ela vai fazer a sua páscoa e vai voltar pela graça de Deus. Matar Letinha? Matei, não, senhor. Jamais. O verdadeiro crente expulsa o espírito maligno, o senhor sabe o que é isso? O senhor sabe, eu sei que o senhor sabe. O senhor já viu o espírito maligno? Já percebeu como ele age? É esperto, manhoso, ele. Anda pelo mundo espalhando malícia e falsidade. É feio. É torto. É o pai de toda mentira. Mas Deus não quer o pecado." (pp. 19-20) - Depoimento de Lourença

O romance transmite uma atmosfera fantástica devido à prosa forte e poética da autora com características comuns a uma distopia, mas infelizmente reflete a violência diária de um país que cada vez mais evitamos reconhecer. Lourença carrega o trauma da morte acidental da primeira filha filha, Quitéria, como santa Quitéria de Brácara Augusta, a virgem que, segundo a tradição, após ter a cabeça decepada, a tomou em suas mãos e caminhou até a cidade vizinha onde caiu e foi sepultada. A pequena Quiterinha, ainda neném, teve um destino pior, encontrada desacordada em meio a uma poça de sangue, atacada por uma porca de um morador vizinho.

"O doutor deve saber que na casa de um justo de Cristo reina a ordem, a limpeza e os ensinamentos da santa Bíblia, do profeta e do pai espiritual, que é representado pelo pregador. Quem sou eu pra lhe ensinar isso? O senhor sabe bem. Mas o que quero é mostrar pro senhor que a gente fez tudo certinho. E que assim era lá em casa desde que Lourença se converteu e depois eu e os meninos. Todos os dias, depois da oração da tarde, eu desligava a caixa de luz pra mente não se distrair em pecado. Mas não é todo justo que faz isso, só os mais fervorosos. O pregador contava pra gente dos bons exemplos que ele já havia presenciado pelo mundo. E desde que ele me ajudou a largar o vício que fiz essa promessa, de ser um crente fiel, de valor. Um justo verdadeiro. Foi ele quem me ensinou a falar bem. O senhor viu como sei explicar tudinho? Só que pra Letinha isso não bastava." (pp. 50-51) - Depoimento de Ismênio

A narrativa avança com base nos fragmentos de depoimentos da família e vizinhos, cabendo a responsabilidade de conectar os diferentes pontos de vista desta tragédia anunciada a uma personagem não nomeada, a perita, ela própria que confessa ter mais facilidade em afundar os dedos nas feridas e orifícios dos cadáveres do que lidar com a confusão dos vivos. No entanto, outras cenas de violência local e a morte de um antigo amigo fazem com que ela enfrente uma crise existencial. O seu sentimento confuso de ódio e pena diante da mãe assassina, demonstra bem a dificuldade de separar os vilões das vítimas nesta história, principalmente quando Lourença não resiste à tortura dos interrogatórios e tem uma parada cardiorrespiratória na cela.

"Dos três presos nessa maldita ocorrência, a mulher é quem me inspira sentimentos que eu gostaria de soterrar. Quando alguém muito querido morre, é como se não houvesse mais nenhum lugar seguro no mundo. Onde quer que se esteja, ela, a morte, irá buscar você, esmiuçando pistas e sinais de sua presença no mundo, inquirindo presente, passado e futuro, revirando você nas lembranças dos amigos, farejando sua passagem em lugares de afeto, apreendendo o som da sua voz, os cheiros que você exala, o jeito como o seu corpo se enrosca quando dorme ou transa, os intervalos entre a respiração e a risada, as marcas dos seus dedos em papéis, corpos, alimentos, objetos variados. De posse de absolutamente tudo sobre você, a morte enfim acaba te pegando. E é esse o seu encargo e, por mais que ela demore, você sabe que ela nunca deixa sua missão por terminar. Ou, então, a morte é uma semente que nasce dentro da gente e espera o tempo que for, o momento certo, para germinar." (p. 97) - A perita

Sobre a autora: Literatura brasileira contemporânea: Micheliny Verunschk nasceu em 1972, em Pernambuco. Escritora e historiadora, é autora de livros de contos, poesias e romances, incluindo Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2014), ganhador do prêmio São Paulo de Literatura, e O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 2021), que conquistou o Jabuti de melhor romance literário em 2022 e o terceiro lugar do prêmio Oceanos.
comentários(0)comente



Samu 11/01/2024

Uma obra prima contra o fanatismo religioso
EU AMO ESSA TEMA, AMO AMO AMO AMO

A religião sempre foi e continua sendo presente em nossa sociedade, e pra mim, ainda é a forma mais fácil de manipular as massas

Nesse livro temos diversos pontos de vista, da pessoa mais pobre ao prefeito, do terreiro ao templo majestoso, e com todo esse contraste, falas, pensamentos, ações, questionamentos, temos um claro reflexo de como a religião tem SIM um grande poder onde quer que esteja inserida (quando as pessoas deixam se levar por ela)

Algo que foi criado para controlar, manipular e tirar dinheiro, continua até hoje com essa mesma essência, e assim continuará sendo, enquanto seus “fiéis” patrocinadores continuem a acreditar em todas as promessas de cura, milagres e boa ação (sem esquecer que isso vai custar seu livre arbítrio, seus gostos pessoais, um dízimo bem rechonchudo ou até mesmo a sua vida)
comentários(0)comente



Léo 04/02/2024

Maravilhoso
Mais uma vez a Micheliny foi excelente. Quanta força nessa narrativa triste, pesada e muito verdadeira. Onde o peso recai sobre as mulheres novamente através dos tempos
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Vanessa 06/01/2024

2º livro da autora q eu leio e acho q ela n é pra mim

achei a leitura muito expositiva (não queria que a autora me narrasse exatamente as explicações e os sentimentos dos personagens e sim demonstrasse isso no enredo), o que me tirava demais da imersão da leitura

acabou que a leitura ficou um pouco confusa e ainda novamente com frases poéticas mal inseridas na narrativa

terminei o livro me importando com ninguém e achando q a autora perdeu mais uma chance de explorar melhor as temáticas sociais do enredo
comentários(0)comente



Rafa 06/01/2024

A premissa da história é muito interessante e, por si, causa indagações e desperta reflexões ao leitor. Contudo, a leitura não funcionou para mim.

Ao escrever aqui, escuto a autora, numa entrevista no YouTube, mencionando que a história iniciou como um conto, mas foi tomando a forma de uma novela por ser uma narrativa mais encorpada e que exigiu essa extensão.

Isso fez tanto sentido em relação ao que eu senti da história. Confesso que desejei mais da narrativa e, em determinados momentos, me senti confusa com o ritmo que foi ditado. Mas a sensação que fiquei mesmo foi a de que faltou profundidade sobre alguns personagens e histórias. Eu quis mais de tudo!

Há uma cena comovente quase no final da leitura que deixou em mim aquela sensação de pertencimento como mulher, ainda que o motivo disso sejam eventos pesados e doloridos.

Vale dizer que eu gostei muito dessa entrevista que estou assistindo da autora (canal Outro Livro - conversas literárias) e me sinto instigada a ler mais de suas obras, pois não a conhecia até então. Ela deixa claro suas intenções e seus objetivos na sua escrita e isso é muito interessante para mim.

Provavelmente, uma releitura e uma bagagem literária mais significativa no futuro mudem minha perspectiva sobre esse livro.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



leiturasdabiaprado 02/01/2024

Caminhando com os mortos foi o eleito para ser o primeiro livro de 2024, comecei ontem e a história logo me prendeu, pois trata de uma morte/assassinato dentro de um culto religioso como forma de purificação e liberação do demônio do corpo.
Logo depois vem passagens do inquérito policial, o que também prendeu minha atenção!
Mas, do meio para o final o livro se perde, começa uma narrativa muito longa e cansativa sobre outras mortes violentas, abre leques e não fecha o primeiro e nem os demais...
Perde a chance de explorar o fanatismo, de esmiuçar a investigação...
Acho que a autora perdeu o foco e fez a narrativa ficar confusa, mas, mesmo assim trás boas premissas, só lamento que não foram devidamente exploradas!
comentários(0)comente



Debora.Oliveira 30/12/2023

Caminhando com os mortos traz de forma magistral a intolerância e o fanatismo religioso! Assuntos que me interessam muito!

Com uma escrita poética, Micheliny traz debates de assuntos tão atuais e presentes no nosso dia a dia! O livro logo de início te impacta com o relato de uma autópsia decorrente de um cr!me horrendo! Chocante pensar que extremismos religiosos ainda existem e são tão presentes na sociedade!

Foi uma leitura muito marcante e que me fez refletir demais! Temos diversos relatos e pontos de vistas na narrativa que te fazem sentir desde raiva até compaixão. Simplesmente recomendo demais! 5??

Quotes:

?Disseram-me louca porque me recusei, porque de certo modo parti e, assim, desobedeci e continuo desobedecendo.?

?É com a m0rte de alguém querido que você percebe a m0rte em seu encalço.?

?Só o passado existe e permanece.?
comentários(0)comente



Joanne.G.P. 03/12/2023

CAMINHO DO BEM
??Caminhando com os mortos é o tipo de livro que a gente devora. O tema principal, que são as consequências de uma religião conservadora numa comunidade, ganha proporções e é também uma exposição corajosa de fatos reais que acontecem e que a grande mídia não mostra.

??Um crime acontece, uma mulher é queimada viva para que o demônio nela seja expulso, mas quem realmente causou isso? É essa a investigação profunda que a autora faz, desde as origens, o que nos faz enxergar esse interior do Brasil invisível.

"??????? ???? ????? ?????? ??? ? ????? ??? ???? ?? ??????, ??? ??é ???? ? ?????? ???? ??? ?????? ? ???? ?? ?? ????? ??? ?? ?????çã??"

??O destaque está nas personagens femininas, mulheres ora frágeis, sobrecarregadas, ora fortes e determinadas em cumprir com suas convicções, ainda que equivocadas. Admirei cada uma delas, mesmo em suas fraquezas e é a beleza do livro, os verdadeiros culpados nunca estão expostos, assim como na vida real.

"? ????? ???á ???? ? ???????? ????? ???? ? ?????? ???á ???? ? ??????. ? ????? ?ã? ?????? ?????????á????."

??Eu amei a experiência de ler esse livro, e estou muito orgulhosa dos nossos autores nacionais contemporâneos, não somente a Micheliny mas também a Fabiane Guimarães, Jarid Arraes, entre outros, todas eles trazem em seus livros realidades totalmente brasileiras, ainda que ficcional, mas que nos instiga a pensar, discutir, debater e repensar.

??Esse livro vai fazer isso com você, ele vai te conduzir pela mão, vai abrir suas cascas e mostrar todas as feridas e as raízes, é poético, triste, questionador e tão simples como se inicia, ele termina, deixando em nós seu rastro e memória.
comentários(0)comente



88 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR