Caminhando com os mortos

Caminhando com os mortos Micheliny Verunschk




Resenhas - Caminhando com os mortos


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Marcelo 27/09/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
"Caminhando com os Mortos" é um romance impactante da renomada autora Micheliny Verunschk, conhecida pelo premiado "O Som do Rugido da Onça". A história se desenrola em uma pequena cidade do interior do Brasil, onde um crime chocante ocorre: uma mulher é queimada viva em um ritual religioso, supostamente para purificá-la e guiá-la pelo "caminho do bem". Este ato de violência é apenas um exemplo de uma série de incidentes semelhantes que assolam a região desde a chegada de uma comunidade evangélica, revelando as consequências perniciosas da intolerância e da doutrinação religiosa.

A narrativa se desenrola por meio de fragmentos do presente e do passado, enquanto o leitor é levado a desvendar o mistério por trás desse trágico evento. A protagonista, uma mulher, tenta organizar os eventos e traumas que cercam essa terrível ocorrência, enquanto também lida com suas próprias cicatrizes emocionais e a falta de um grande amigo.

O livro aborda temas sensíveis, como o luto, a perda, a capacidade humana de causar dor aos outros, muitas vezes sem perceber, e, mais importante, como a vida das mulheres é afetada pelo fanatismo religioso e pela lavagem cerebral em todo o mundo. Micheliny Verunschk aborda essas questões de forma sensível e impactante, permitindo que os leitores compreendam os motivos por trás dos acontecimentos, ao mesmo tempo em que se questionam como as pessoas podem cometer atos tão cruéis em nome da religião.

O livro deixa uma forte impressão, destacando a maneira como o ódio em relação às mulheres e às minorias persiste ao longo dos séculos, especialmente quando se mistura com fanatismo religioso. A narrativa é descrita como assombrosa e atual, capturando a realidade dura que muitos enfrentam devido à intolerância e à violência religiosa.

Ao longo da história, os personagens exploram a complexa relação entre vítimas e algozes, onde as posições podem se inverter e as fronteiras entre o certo e o errado se tornam menos claras. A história se desenrola em Tapuio, uma comunidade que esqueceu suas origens indígenas e negras após a chegada de um pastor evangélico. A fundação da Congregação dos Justos em Oração traz mudanças na vida dos moradores, mas também impõe severas restrições à sua cultura e crenças ancestrais.

O romance destaca como o discurso de um Deus implacável afeta a vida das mulheres, como Celeste, e como as famílias são levadas a tomar medidas drásticas em nome da moralidade. No entanto, as linhas entre vítimas e perpetradores se confundem, e a narrativa complexa é tecida a partir de depoimentos, relatórios e diferentes pontos de vista, como os de Lourença e Ismênio, pais de Celeste.

A obra também explora a relação entre humanos e a natureza, destacando o poder de cura e purificação da natureza, mas também seu papel em testemunhar e reagir diante das atrocidades humanas. O livro faz um chamado à reflexão sobre a redenção, a conexão com a natureza e a importância de contar histórias como uma forma de entender o passado e o presente.
edu basílio 27/09/2023minha estante
interessante q vi muita gente reclamar do anterior, o "jabutilizado"...
mas sua resenha me faz ter vontade de ler este aqui =)


edu basílio 27/09/2023minha estante
vi muita gente reclamar do anterior, o "jabutilizado"...
mas sua resenha me faz ter vontade de ler este aqui =)


Marcelo 28/09/2023minha estante
Olha amigo. O livro é bom. Um pouco confuso mas se conseguir pegar o ritmo, a proposta é interessante




debora-leao 14/05/2024

Promete mais do que entrega.
É meu primeiro contato com a autora, e decidi começar pelo mais recente. A sinopse me agradou mais, porém, a parte que mais esperava foi pouco abordada: a intolerância religiosa. Não esperava algum tipo de enfrentamento direto na trama, acho isso pouco elegante, mas a autora parece desejar escrever dando apenas dicas ao leitor. Ela deixa as coisas subentendidas (ou eu sou mais burra do que pensava). Assim foi com a intolerância religiosa: à parte o fato de que na primeira cena menciona-se (ou melhor, novamente, dá-se a entender) que estão em um terreiro a lamentar a perda da menina, não se fala mais do candomblé.

Micheliny opta por nos falar dos cristãos. Especialmente, dos pobres, aferroados a isso como forma de vida, explicação do mundo. Ela pincela as conexões entre isso e a política, entre os interesses de vertentes diferentes da mesma religião, entre isso e a sociedade civil. Isso é muito interessante, mas insisto que os temas não são aprofundados, o que acaba frustrando o leitor. A autora inicia muitas conversas, mas a abandona cedo demais.

Sinto que a expectativa (e nem era minha minha, mas sim da sinopse e do mercado, visto que é uma autora premiada) foi alta demais e que a promessa era grande demais para ser cumprida. Micheliny produz um romance apressado com boas intenções mas execução frustrante. Ainda assim, pretendo ler o seu premiado "O som do rugido da onça". Quem sabe seja melhor trabalhado.
Vania.Cristina 14/05/2024minha estante
Debora, não faz muito tempo li O Som do Rugido da Onça. Gostei mas com ressalvas. Ela tem uma escrita linda, faz uma pesquisa profunda, traz uma história incrível e uma perspectiva importante. Mas... acho que faz algumas opções que deixam a narrativa truncada: a história não linear e a mistura da fiçção com livro reportagem. Não sei se no livro mais novo também é assim, mas a gente quer se apaixonar, às vezes até se apaixona, mas até o ritmo dessa paixão fica truncado...rs. Pra mim é proposital, não é deficiência, mas tira o envolvimento. Vou tentar elaborar uma resenha depois.


debora-leao 14/05/2024minha estante
Vania, essa mistura de ficção e reportagem rola nesse aqui tbm! Eu pessoalmente não gostei muito tbm, mas ainda me incomoda menos que a superficialidade do tema. Foi poético em alguns momentos mas meio raso, desperdiçou um pouco a potência da narrativa.




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Kleilson.Torquatto 22/02/2024minha estante
Doido pra ler esse. ?


Uma Dose de Literatura 24/02/2024minha estante
É muito bom!!




Milena.Richter 30/11/2023

Esperava mais
Eu fui muito presa pela primeira metade do livro, a escrita e a narrativa estavam completamente instigantes e originais. Porém, eu sinto que infelizmente a história se perde bastante com a inserção de novas narrativas concomitantes. Também senti que nada foi bem desenvolvido de fato e alguns temas foram só jogados, como violência de gênero, sexualidade e até mesmo o tema do fanatismo religioso foi meio abandonado e merecia mais desenvolvimento. Adorei a forma com que a Micheliny escreve e gosto muuuito de tempo psicológico, porém, acho que tinha tudo pra ser um livro 5 estrelas. Mas, o livro acaba se perdendo e não recebe um fechamento satisfatório. Infelizmente pra mim não rolou :/
Mateus.Risso 15/12/2023minha estante
Acho que essa resenha é a que melhor descreve a experiência que tive com o libro. Por conta das poucas páginas, temas extremamente ricos para serem explorados foram só pincelados e parece que tudo ficou por isso mesmo.


Milena.Richter 29/12/2023minha estante
Simmmm! O início é tão instigante, mas parece que a autora escolhe abordar muitas coisas ao mesmo tempo e acaba não desenvolvendo nada de fato




Luciana 27/11/2023

Uma história triste contada com lirismo, mostra como a dor e o desamparo pode abrir as portas para o fanatismo religioso. Quase uma denúncia.

Temos a história da morte de Celeste, que envolve a história de sua família principalmente de sua mãe, até o dia do assassinato e seu motivo.

E a história da perita que volta a cidade natal e tendo que lidar com o crimes acaba por lembrar de uma situação do passado que a levará a condição em que se encontra atualmente e que só ficamos sabendo no final.

Livro de tiro curto e certeiro.
Thi Acrisio 27/11/2023minha estante
Quero ler, eu coloquei o som do rugido na minha da mesma autora.


Luciana 27/11/2023minha estante
Acho que vai gostar da escrita dela, é bem interessante




mellyna.conde.5 14/09/2023

A história é escrita de uma forma muito diferente de tudo o que li durante o ano. Muito divertido a princípio e com enredo envolvente. Mas com o tempo, senti falta de me aprofundar mais na vida dos personagens. Ele acabou ficando cansativo, repetitivo e superficial.
Clara2615 22/09/2023minha estante
Achei superficial




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Adriana Scarpin 02/06/2023

Mais uma pedrada da Micheliny. Que livro! Li numa sentada, aos mesmo tempo envolvente pela escrita poética, é proporcional pelo horror que ele emana.
Ele trata de assuntos que não devemos deixar morrer em nossos discursos do dia a dia, o fanatismo religioso que tanto tem culpa em crimes de feminicidio, homofobia e transfobia.
Quando um acéfalo como o Deltan Dallagnol vai notar que ter um discurso de que mulher deve ser submissa ao homem porque "tá na bíblia" leva milhares delas à morte? Há sangue nas mãos de cada religioso que replica o discurso misógino das igrejas neopentecostais.
Esse livro é uma bomba porque mexe e remexe em feridas há muito abertas e que sangram todo dia, não exageraria se dissesse que a Onça já está com outro Jabuti em mãos.
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Aline.Guimaraes 03/06/2023

Impactante!
Nesta semana participei da ?????? ?? ??????? promovida pela Companhia das Letras, um encontro virtual de criadores de conteúdo com a premiada escritora ????????? ?????????, para conversar sobre seu lançamento ?????????? ??? ?? ??????.

A obra é altamente impactante: logo nas primeiras páginas já sabemos de um acontecimento terrível ? uma jovem é queimada viva em um ritual religioso de purificação em uma pequena cidade no interior do Brasil. Mas o fato, infelizmente, não é um caso isolado. Sabemos que ao longo da história as mulheres são punidas por motivos diversos ? a caça às bruxas ainda é real.
A ficção criada por Micheliny tem várias histórias dentro de uma. A autora nos contou no encontro que gosta dessa ideia de uma ??????????? ? sabe aquelas bonequinhas russas que saem uma de dentro da outra? É o que acontece aqui: uma história dentro da outra.

Sobre esta questão específica gostaria de compartilhar com vocês a minha experiência de leitura. Logo de início já me apeguei a Celeste e Lourença, mãe e filha que estão no centro desta tragédia ? a filha é a jovem queimada viva.

Mas esta não foi a única catástrofe na vida das duas e me compadeci imediatamente desta mãe que desde cedo na vida aprendeu que deveria cuidar dos irmãos menores e que também ensinou à filha mais velha que essa era a sua responsabilidade ? são pequenas mamães sempre prontas a servir à família. Uma filosofia que é replicada desde sempre e que persiste mesmo atualmente.

Alguns detalhes da história das duas me comoveram muito e quando o foco da narrativa passa a ser outro, eu senti que me desconectei da história, que ela havia perdido a força para mim, pois eu queria saber mais da vida de Celeste e Lourença. O que não quer dizer que não gostei do restante ? que também tem o seu impacto.

Há muito ainda a ser dito sobre ?????????? ??? ?? ?????? e há muitos pontos de reflexão, mas o espaço aqui é pequeno. Por isso, faço um convite para que leiam o livro!
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Igor.Banin 06/06/2023

Bom
Bom título para quem busca um mergulho e estudo de personagem. Parece que faltou fôlego para continuar e não sei se curti o final, mas vale a leitura.
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Leandro | @obibliofilo_ 14/06/2023

O SANGUE NAS MÃOS DOS FANÁTICOS RELIGIOSOS
Histórias que envolvem fanatismo religioso sempre são muito difíceis de ler por apresentarem muitas situações absurdas, cruéis. Caminhando com os mortos, novo romance de Micheline Verunschk, não segue um percurso diferente.


Logo no início já é possível se deparar com um crime horrendo: uma mulher é queimada viva em um ritual religioso que busca a purificação da vítima, "endireitá-la" para o caminho do bem.


E é a partir de tal situação inacreditável que tudo se inicia.


Caminhando com os mortos apresenta histórias (sim, mais de uma) e mesmo com um pequeno número de páginas, tudo se desenvolve de forma palpável e assustadora.


Sim, é assustador constatar que tudo o que a autora esmiúça aqui, em seu novo romance, não é de uma realidade distante, de difícil acesso. Infelizmente caminhamos constantemente com a manipulação da grande massa conservadora e religiosa que assola o nosso país, que rejeita tudo que não é benquisto pela religião, sobretudo pessoas.


As minorias são as que mais sofrem com toda essa violência disfarçada de opinião.


E o fanatismo religioso tem sangue em suas mãos.


Por fim, declaro que Caminhando com os mortos é um livro que merece ser lido por todos e todas. É curto, mas impacta de muitas formas, principalmente pelo constante desconforto e tristeza que o enredo evoca. A escrita de Verunschk é envolvente, poética e sucinta. Recomendo sem receio.
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Kelly 07/07/2023

Pesado e poético
Um Brasil esquecido e/ou desconhecido por muitos e as consequências do fanatismo religioso e da intolerância, narrados de forma crua, mas poética.
Esse livro me ganhou nas primeiras páginas e o defeito dele é ser curtinho.
Infelizmente, uma trama bem real e muito atual.
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Lucas990 19/07/2023

Um livro poético e perturbador sobre os perigos do fanatismo religioso e suas consequências muitas vezes irreversíveis.
Não quero falar muito sobre a história em si pois acredito que a surpresa (ou o horror) é um elemento crucial nesta leitura. Mas sobre o tema principal fica a reflexão: até que ponto devemos relativizar a intrusão da religião na casa e na vida de pessoas que nem sequer possuem uma religião? E mesmo as que possuem, até que ponto a religião pode ditar como suas vidas devem ser vividas ou ceifadas? O livro escancara uma realidade nada distante do mundo em que vivemos.
Extremamente necessário e obrigatório.
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Lucas Leite 22/07/2023

Retrato da intolerância religiosa no Brasil
Livro difícil de digerir. A construção do Brasil esquecido, à mercê dos interesses políticos regionais, mistura-se com a crescente intolerância religiosa. A ascensão do evangelismo predatório tem ocupado o lugar do Estado, inclusive no monopólio da violência.
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Egberto Vital 10/09/2023

"Caminhando com os Mortos", de Micheliny Verunschk, é uma narrativa que transcende as fronteiras do entretenimento, mergulhando profundamente nas águas tumultuosas da intolerância e da doutrinação religiosas. Com um enredo visceral, a autora apresenta aos leitores um ambiente aterrador, repleto de suspense e reflexões incisivas.

O livro nos transporta para uma pequena cidade do interior do Brasil, onde um crime chocante se torna o epicentro de uma trama complexa e perturbadora: uma mulher queimada viva em um ritual religioso revela as consequências brutais da intolerância e do fanatismo religiosos que se instalaram na região desde a chegada de uma comunidade evangélica.

O leitor é desafiado a juntar os fragmentos desse quebra-cabeça sombrio, enquanto acompanha uma mulher que busca dar sentido a essa tragédia, ao mesmo tempo em que enfrenta seus próprios traumas e tem de lidar com dinâmicas das ausências que a permeiam.

A escrita de Verunschk é magnífica - isso já sentimos desde "o rugido da onça" -, uma vez que conduz o leitor em uma tecitura de emoções e reflexões. Ela pontua de forma brilhante como o ódio às mulheres e às minorias persiste através dos séculos, particularmente quando se apoia no fervor religioso, aqui a autora oferece uma perspectiva única e dolorosa sobre a destruição de vidas através de costumes e de relações controversas com o divino.

Os comentários de Natalia Borges Polesso e Manuela d?Ávila sublinham a profundidade desta narrativa, destacando como a autora aborda questões de ausência, ocupação e opressão. Além disso, a citação de Bianca Ramoneda enfatiza a capacidade do livro em provocar tensões entre o mundo real e o imaginário, transportando os leitores para um Brasil pouco visível, onde habita uma fera que pode devorar até mesmo seu caçador.

Em "Caminhando com os Mortos", Micheliny Verunschk não apenas nos presenteia com uma história envolventemente aterradora, mas também nos convida a refletir profundamente sobre a intolerância, a doutrinação religiosa e as fraturas deixadas por séculos de opressão.

Esta obra é um testemunho poderoso da força da literatura em explorar temas complexos e atuais, deixando uma marca indelével na experiência do leitor.
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