Caminhando com os mortos

Caminhando com os mortos Micheliny Verunschk




Resenhas - Caminhando com os mortos


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Cris Marques 06/03/2024

Que livro bom! Como é prazeroso ler um livro bem escrito e que não usa o apelo do palavreado baixo, e sim usa com excelência a nossa rica língua portuguesa e ainda com uma certa poesia.
O ruim de ler um livro assim, é que aqueles hots, bem populares, se tornam meio sem graça por ser uma escrita mais direta e comum, mas eu gosto deles tbm, então o importante é olhar e constatar o valor de cada um de forma distinta.
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DéboraMP 30/01/2024

Caminhando com os mortos
Nessa história, Celeste é queimada, viva, por seus próprios pais. Movidos por uma fé cega no pastor da nova igreja da cidade, eles decidem queimá-la crendo que ela vai ressuscitar livre dos pecados.

A narrativa não segue exatamente um fluxo de início, meio e fim da história da Celeste e em muitas ocasiões conta a história de forma poética.

Demorei pra me conectar com a linguagem utilizada pela autora e, infelizmente, não consegui me apegar a nenhum dos personagens. Queria muito mais da história da Celeste, que é super marcante.

Aqui, além do fanatismo religioso, por meio de outros personagens, são retratadas a homofobia e a descriminação de mulheres (que por serem diferentes são taxadas como bruxas); tudo em breves pinceladas.

Fazia algum tempo que eu queria ler esse livro, mas não rolou exatamente como eu imaginei. Talvez, ainda não era o momento certo para eu fazer essa leitura.
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Lu Mendes 23/01/2024

Compreendendo que se trata de um livro incrível e de uma escritora premiada, é justo dizer que para mim, a história não rolou!

A história tem um gancho incrível ao tratar de intolerância religiosa, trazendo ela desde os princípios colonizadores de regiões onde o catolicismo popular era a expressão máxima da fé das pessoas.
Há ainda um debate forte de violência contra mulher é esse local onde toda fêmea que não se adequa na religião vigente, passa a ser considerada uma bruxa!

O problema para mim foi a narrativa, muitas vezes confusa ou abstrata demais aos meus olhos. Foram raros os momentos que eu me senti tocando na história, e quando isso aconteceu finalmente, uma série de novos enredos adentram o espaço!
Eu entendi o tempo gasto com a perita, mas achei um pecado, preferia que falasse mais de Celeste e Lourença? personagens que ficaram tão rasas diante de uma história tão gigantesca.

Para mim, esse tipo de narrativa faz a história terminar sem que eu tenha de fato me aproximado de nenhum personagem, ficou esse sentimento de desimportância!
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adrianlendo 02/06/2023

Estar em uma sociedade inevitavelmente religiosa como a brasileira faz com que muitas coisas passem despercebidas em frente aos nossos olhos. Faz com que a crueldade em nome de um ser maior seja facilmente ignorada e a culpa seja jogada inteiramente na obra de um ser mitológico criado justamente para isso - para não dar a responsabilidade para os verdadeiros culpados.

'Caminhando Com os Mortos', mesmo sendo ficção, serve como uma espécie de denúncia acerca da manipulação religiosa conservadora latente no país.

Enquanto uma onda conservadora cresce, as mulheres queimam, somem, são enterradas no quintal de casa e os verdadeiros culpados pela manipulação que leva a isso nunca são responsabilizados porque existe um ser mitológico que pode levar toda a culpa sempre. É quando essas mulheres queimam que os verdadeiros culpados crescem. É enquanto eles crescem que a busca por uma solução para esses crimes diminuem.

Micheliny Verunschk escreve sobre esse descarte de tudo que não é considerado bem visto pela religião de maneira que transporta o leitor imediatamente para o local e, por mais assustador que isso seja, dá muito certo.

Dá certo porque a raiva que sentimos é pra ser sentida, a indignação, a tristeza, o choque e até mesmo o perdão por tudo que acontece apenas por uma manipulação em momentos de fragilidade é sentido exatamente da maneira e no momento em que é para ser assim

São histórias que se conectam porque uma grande parcela do Brasil - infelizmente - já se viu em uma situação de intolerância e manipulação religiosa que remete àquilo.

'Caminhando Com os Mortos' é um livro para ficar de olho, uma grande peça da literatura que faz tanta coisa em suas menos de 200 páginas que até nos momentos mais monótonos consegue transportar o leitor para a fluidez da sua história mesmo quando o choque é muito grande.
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Dayanne.Silveira 15/04/2024

Impactante
Livro com uma historia impactante, enredo profundo e uma mensagem desconcertante.

Não é uma leitura complexa, mas exige reflexão. Não me decepcionou e faz jus ao prêmio, merecidíssimo.
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Gustavo Rafhael 25/03/2024

Achei a leitura difícil, vários recortes de histórias diferentes, isso me deixou perdido em alguns momentos. Talvez se fizer uma nova leitura pode ser que mude o meu entendimento, mas por hora achei bem chato.
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Milena.Richter 30/11/2023

Esperava mais
Eu fui muito presa pela primeira metade do livro, a escrita e a narrativa estavam completamente instigantes e originais. Porém, eu sinto que infelizmente a história se perde bastante com a inserção de novas narrativas concomitantes. Também senti que nada foi bem desenvolvido de fato e alguns temas foram só jogados, como violência de gênero, sexualidade e até mesmo o tema do fanatismo religioso foi meio abandonado e merecia mais desenvolvimento. Adorei a forma com que a Micheliny escreve e gosto muuuito de tempo psicológico, porém, acho que tinha tudo pra ser um livro 5 estrelas. Mas, o livro acaba se perdendo e não recebe um fechamento satisfatório. Infelizmente pra mim não rolou :/
Mateus.Risso 15/12/2023minha estante
Acho que essa resenha é a que melhor descreve a experiência que tive com o libro. Por conta das poucas páginas, temas extremamente ricos para serem explorados foram só pincelados e parece que tudo ficou por isso mesmo.


Milena.Richter 29/12/2023minha estante
Simmmm! O início é tão instigante, mas parece que a autora escolhe abordar muitas coisas ao mesmo tempo e acaba não desenvolvendo nada de fato




16/11/2023

Colonização religiosa
Gostei imensamente, me emocionei, aprendi sobre o desenvolvimento e modo de operar das religiões evangélicas. Muito atual. Espero que muitos leiam essa impressionante obra.
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Juh 17/04/2024

"Quando nos deparamos com o abismo damos um passo atrás ou damos um passo adiante."

Um livro que narra a linhagem de medo, sofrimento, dor e insegurança encarada por diferentes mulheres e pessoas marginalizadas.
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Egberto Vital 10/09/2023

"Caminhando com os Mortos", de Micheliny Verunschk, é uma narrativa que transcende as fronteiras do entretenimento, mergulhando profundamente nas águas tumultuosas da intolerância e da doutrinação religiosas. Com um enredo visceral, a autora apresenta aos leitores um ambiente aterrador, repleto de suspense e reflexões incisivas.

O livro nos transporta para uma pequena cidade do interior do Brasil, onde um crime chocante se torna o epicentro de uma trama complexa e perturbadora: uma mulher queimada viva em um ritual religioso revela as consequências brutais da intolerância e do fanatismo religiosos que se instalaram na região desde a chegada de uma comunidade evangélica.

O leitor é desafiado a juntar os fragmentos desse quebra-cabeça sombrio, enquanto acompanha uma mulher que busca dar sentido a essa tragédia, ao mesmo tempo em que enfrenta seus próprios traumas e tem de lidar com dinâmicas das ausências que a permeiam.

A escrita de Verunschk é magnífica - isso já sentimos desde "o rugido da onça" -, uma vez que conduz o leitor em uma tecitura de emoções e reflexões. Ela pontua de forma brilhante como o ódio às mulheres e às minorias persiste através dos séculos, particularmente quando se apoia no fervor religioso, aqui a autora oferece uma perspectiva única e dolorosa sobre a destruição de vidas através de costumes e de relações controversas com o divino.

Os comentários de Natalia Borges Polesso e Manuela d?Ávila sublinham a profundidade desta narrativa, destacando como a autora aborda questões de ausência, ocupação e opressão. Além disso, a citação de Bianca Ramoneda enfatiza a capacidade do livro em provocar tensões entre o mundo real e o imaginário, transportando os leitores para um Brasil pouco visível, onde habita uma fera que pode devorar até mesmo seu caçador.

Em "Caminhando com os Mortos", Micheliny Verunschk não apenas nos presenteia com uma história envolventemente aterradora, mas também nos convida a refletir profundamente sobre a intolerância, a doutrinação religiosa e as fraturas deixadas por séculos de opressão.

Esta obra é um testemunho poderoso da força da literatura em explorar temas complexos e atuais, deixando uma marca indelével na experiência do leitor.
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Thaysa 26/02/2024

A realidade nua e crua
Eu já havia me apaixonado pela escrita fluida e poética de Micheliny Verunschk em O som do rugido da onça. Em Caminhando com os mortos, Verunschk continua escancarando a perversidade do ser humano ao se aproveitar da ingenuidade de um povo carente e sofrido.

Em uma cidade do interior do Brasil, uma mulher é queimada viva por sua família para que fosse purificada dos seus pecados, seguindo indicações do pastor recém instalado na cidade. O romance aterrador e atual sobre intolerância e doutrinação religiosa, ódio às minorias e a constante culpabilização das mulheres é de uma crueza que assusta e encanta.
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Thiago.Moreira 17/03/2024

Fé cega, faca amolada
Um livro que fala das consequências do extremismo religioso na vida das pessoas mais humildes. A obra tem muitos paralelos com a realidade brasileira em que pequenas igrejas são grandes negócios e onde se prega que praticamente tudo é coisa do demo e precisa ser purificado. Caminhando com os mortos é o segundo livro que leio da autora e sigo recomendando suas obras.
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@tayrequiao 04/03/2024

Daqueles livros que te fisgam logo no começo?
O centro não cai se a periferia não for conquistada.

É esse o pensamento por trás do movimento religioso (e também estratégico) de conquista e domínio pelos templos / igrejas das pequenas cidades e vilarejos do Brasil.

O objetivo é claro: aproveitar a ausência do Estado, que deixa grande parte da população desamparada e sem perspectivas, para, apresentar uma salvação ou, ao menos, uma justificativa divina para todo o sofrimento passado, ganhando com isso confiança e poder.

Mas, quais as consequências desse movimento? A resposta a essa pergunta é justamente o que vai conduzir a história de "Caminhando com os mortos", livro da Micheliny Verunschk, ganhadora do Prêmio Jabuti em 2022.

Se você está procurando ler mais autores nacionais, adicione esse livro a sua lista!

Esse é daqueles livros que te fisgam logo no começo e que você simplesmente não quer parar de ler até descobrir tudo o que está por trás dessa história. E, acredite, tem muita coisa!

Verunschk vai, com essa história curtinha, te fazer pensar:
? até que ponto o fanatismo religioso e a intolerância com o diverso são capazes de destruir e machucar
? como as religiões possuem um papel central na história de conquista e destruição de povos, suas crenças, seus costumes e rituais
? sobretudo como esquecemos que os líderes religiosos são, assim como nós, falhos e, portanto, humanos

Se você gosta dessa temática, não posso deixar de indicar também o "Eu, Tituba, Bruxa negra de Salem", obra da Maryse Condé e um dos meus livros favoritos de 2020.

Lourença, Celeste e Tituba têm muito a contar.
Espero que você esteja disposto(a) a ouvi-las.
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hy.lancaster 10/09/2023

QUE POTÊNCIA DE NARRATIVA
[CAMINHANDO COM OS MORTOS] [COMPANHIA DAS LETRAS]
[PARCERIA LITERÁRIA] [LITERATURA BRASILEIRA]

“Há muito tempo me chamam de louca e suspeitam de mim e cochicham coisas à minha passagem ou à minha ausência, é preciso que se diga. Alguns me temem (...)”

Caminhando com os Mortos é uma obra imensa e isso não se deve ao fato de sua extensão, breve, para que constem em todas as instâncias, mas porque transborda uma crueza e nudez das expressões da violência humana que perturbam.

Verunschk é abrasiva nessa construção, a gente se perturba, se horroriza e encontra o pior de nós, das nossas vivências e desejos mundanos que expõem e ferem sem temer ao depois. Somos a fragilidade do mundo e o corroemos com nossas voracidades infinitas e transpassadas.

Então, pense: uma mulher é queimada viva pelos pais; a cidade pequena experimenta de muitas ruindades por aquelas bandas, mas depois da chegada de religiosos evangélicos que cativam e manipulam todo o povo, a paz parece surgir outra vez. A tranquilidade experimentada mente aos que dela experimentam possibilidade; mas o que surge com a promessa de uma boa vida cheia dos pretextos de um deus que só atende àqueles que lhe são cópia fiel, torna-se um pesadelo opressor: corte as flores que enfeitam seu jardim,são coisa do diabo, moças devem se comportar como que castas, ter porte e boa postura, não proclamarem palavras profanas e todas as injúrias possíveis que recaem sobre todas aquelas pessoas que seguem as diretrizes religiosas do pastor.

O que começa oprimindo, termina matando; é assim que uma mulher é queimada: com a justificativa da purificação de sua impureza profana.

E dentre todo o sofrimento e o desespero, negociações e entregas, é a reflexão abundante que permeia cada canto a história o que apavora, encanta e choca: a escrita delineada, os contornos intensos de uma narrativa dolorosa, a forma como as palavras juntam suas miudezas para criar a atmosfera que lhe faz querer experimentar até à última gota. É uma composição maravilhosa, densa e que tira o fôlego enquanto você tenta continuar nadando e chegar até o fim, onde os relatos são ainda mais poéticos e fervilhantes.
É uma história fantástica e eu não poderia estar mais agradecida por ler essa narrativa que eu tinha certeza quando bati os olhos, ia ser poderosa e cheia de nuances.

Verunschk, estou francamente ansiosa por ler “O som do rugido da onça” e espero ter essa oportunidade em breve.

Companhia das Letras, que livro espetacular e que trabalho impecável dessa produção.

site: https://www.instagram.com/p/Cw5_OnirICK/?img_index=1
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