Caminhando com os mortos

Caminhando com os mortos Micheliny Verunschk




Resenhas - Caminhando com os mortos


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Rosangela Max 14/07/2024

O que a sinopse anuncia, foi muito bem entregue.
Vim de um abandono de um romance contemporâneo estrangeiro recém-lançado direto para essa leitura e, não sei se é porque o pouco do que eu li do outro livro quase me deu uma ressaca literária, mas este me deixou, mais uma vez, impressionada com a qualidade da literatura brasileira.
É um exemplo de história profunda e marcante, mostrando que temos muitos autores nacionais que dão um show de escrita e são poucos conhecidos e reconhecidos pelos seus conterrâneos.
A autora fez um ótimo trabalho ao relacionar o estigma atribuído as mulheres ao fanatismo religioso, expondo varias camadas que o tema implica. Tão crível e atual que (infelizmente, para a nossa realidade) parecia que eu estava lendo uma noticia publicada em um jornal diário de um de nossos inúmeros municípios.
A parte que fala sobre Quitéria de Brácara Augusta foi emocionante. Também gostei do papel da Eulália.
É o segundo livro que leio da autora e já quero ler tudo que ela publicou/publicar. A escrita dela não tem tanta clareza, as vezes, se perde em reflexões, mas é expressiva, poética e possui significado.
Recomendo a leitura.
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dani y 14/07/2024

Lavar, enxugar, varrer, colher, cuidar dos mais novos, mergulhar, trançar, tanger os bichos de criação. Mas não era assim que tinha que ser? Não era esse o certo? Não fora assim com ela mesma, Lourença, quando pequena? Não tinha sido criada debaixo da ordem do pai e da mãe? Lavando, enxugando, cozinhando, olhando os irmãos, cada um deles, em suas fomes, choros, exigências?
E levando lapadas nas pernas se fizesse corpo mole, se respondesse de má vontade? E mergulhando, mergulhando também! E não fora aquilo mesmo um treinamento para quando tivesse os próprios filhos?
Lourença olha de soslaio para o investigador e sabe que ele não faz ideia de como é a vida da gente que mora no mato. Ou ele talvez não queira saber. Lourença, não, ela sabe bem das costas doloridas da filha envergando sob opeso de algum dos irmãos pequenos sempre escanchado na estreita cintura, mas não era aquilo que fortalecia o corpo e o temperamento, como acontecera com ela, com suas irmãs, com suas primas e antes delas com sua avó, sua mãe, suas tias? Não eram aqueles os deveres de menina-fêmea? Todo mundo deveria saber dessas coisas.
p. 25
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DebsMonte 11/07/2024

Gostei
Gostei do livro, mas não amei, achei que faltou algumas coisas mas também achei intrigante e me prendeu até o final. O começo é um tanto confuso, mas a medida que avançamos na história vamos nos situando. Aborda muitos temas sensíveis como intolerância religiosa, feminicídio e possui muitas e muitas camadas das quais espero destrinchar no encontro do clube do livro com as meninas. Vale a leitura.
Posteriormente quero ler ?O som do rugido da onça? da autora.
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Gabriela.Andrade 10/07/2024

Sabe uma leitura indiferente? Foi essa.. não gostei mas tb não senti nada pq n consegui entender nada

Achei que faltou tudo, faltou apresentação dos personagens (quem são, pq foram inseridos na narrativa), faltou enredo, faltou clareza dos fatos..

É isso

Não indico não
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Tati 10/07/2024

Achei que o livro traz uma história com muitos pontos a serem refletidos, principalmente na história das mulheres e na "religiosidade" que cega tantos "fiéis". Apesar disso, eu não gostei muito do estilo de narrativa, a forma em que as coisas são apresentadas não funcionou pra mim, o que deixou a leitura chata, mesmo que a história tenha sido boa. O livro não foi uma boa experiência de leitura pra mim por esse motivo. O que é uma pena, pois essas questões que a autora traz nas entrelinhas é algo do meu interesse, que eu normalmente gosto de ler.
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LuizaSabbag 08/07/2024

Caminhando com os mortos
Com certeza não é um livro pra qualquer um, tem gente que vai amar e outros que vão ficar confusos. Eu particularmente, amei! Uma escrita diferente, vários pontos de vista distintos, muito sentimento envolvido. Você se revolta e compreende mesmo que a contra gosto. Se compadece tantas vezes. Incrível! Incrível mesmo é tanta riqueza em tão poucas páginas!
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Luana 01/07/2024

Que jeito de contar a História e mostrar a continuidade de costumes que vieram com a ?formação? do Brasil!
Fiquei presa nessa leitura, me instigou, me impactou e me afligiu proporcionalmente. são tantas temáticas trazidas a tona e embaralhadas (e penso que completamente interligadas e dependentes de certa forma uma da outra) nessa narrativa, que fez minha cabeça viajar pra inúmeros lugares diferentes, acontecimentos e memórias da história brasileira até hoje.

Adorei o livro, um dos meus favoritos de 2024 (e da vida) sem dúvidas.
Não conhecia o trabalho da Micheliny, tampouco da sua profissão e atuação literária, em suas próprias palavras:

?Dentro do meu projeto literário tenho muito clara a noção de que escrevo um grande texto, um texto único que tem por ambição compreender os embates na formação do nosso território. Os embates violentos que põem em questão o mito da cordialidade brasileira.?

Que voz importante pra literatura contemporânea.
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minaliteraria 01/07/2024

Que livro
A obra de Micheliny Verynschk tem o início um pouco confuso, o que pode irritar alguns leitores. Como há mudança de personagens e narrativas, às vezes da a impressão que nada vai fazer sentido, mas faz. É um estilo de escrita mais rebuscado, um livro muito bem escrito, por sinal, que deixa uma mensagem muito poderosa sobre fanatismo religioso e suas consequências, como feminicídio. Apesar de ser ficcional, o livro mostra a realidade do nosso país, no qual ?igrejas? evangélicas, na maioria das vezes, adentram comunidades e mudam a vida e as perspectivas da população e isso nem sempre é para o bem. A doutrinação da nossa nação acontece desde que os portugueses chegaram aqui e continuam de outras formas. A doutrinação que já causou tantas mortes, continua causando outras tantas. É um livro grandioso, de uma autora grandiosa.
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thamyres 29/06/2024

"nesta terra sempre se acha a bruxa certa para supliciar." ?
quem são as bruxas da nossa época, quem eles querem queimar vivos agora? ainda são os mesmos de antes, ainda são as pessoas que viram a curva do caminho comum, ainda são as mulheres, os pobres, os negros, ainda não as minorias do mundo.
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Pamela.Pugliano 23/06/2024

"Nesta terra sempre se acha a bruxa certa para supliciar."
Esse é aquele tipo de livro que te deixa pensando quando termina - ele é difícil, poético, e trata temas difíceis de maneira muito interessante. Ao meu ver, é uma história sobre morte, sobre as mulheres, sobre como a falta de informação e a doutrinação são capazes de destruir pessoas, comunidades.

Bom, temos a história de Celeste, que é encontrada morta, carbonizada, e logo se descobre que seus familiares participaram dessa atrocidade, por querer purifica-la. O início, com o porque e quem o fez, me pareceu um pouco confuso, como se combinasse com o acontecimento e a noção do que foi feito. Os personagens são apresentados aos poucos, e em alguns momentos até senti que a morte de Celeste foi esquecida, mas no final, entendesse e compreendesse tudo. É um percurso a se percorrer e escrito de maneira fenomenal. No fim, simplesmente, ou não, é sobre o papel das mulheres que contrariam a religião, ou seus preceitos, sobre igrejas, religiões, que pregam ensinamentos extremistas, sobre pessoas inocentes que caem nesses ensinamentos.

Enfim, leiam. É um livro que não nego, em alguns momentos achei difícil a escrita, mas te conquista mesmo assim. Isso acontece, e mesmo distante de nós, existe, e talvez sempre exista. É uma leitura única, visceral. Leitura recomendada. Aproveitem.
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Nath vih 02/06/2024

Conhecendo outra realidade do fanatismo religioso
Este é o tipo de livro que te tira da sua realidade a cada página. Impactante do início ao fim, "Caminhando com os Mortos" nos mostra como a religião e a obsessão se manifestam em cidades do interior.

Evidencia como religiosos se aproveitam da inocência e fé de pessoas simples, muitas vezes causando memórias irreversíveis na vida dessas pessoas.

A autora faz com que você se sinta mal por julgar um personagem que cometeu uma atrocidade, que em diferentes cenários você condenaria, mostrando como, no fim, eles também foram vítimas.

Confesso que as constantes trocas de perspectivas e a falta de citação de nomes e locais tornam a leitura confusa em diversos momentos. No entanto, a história é tão envolvente que logo as ideias se encaixam novamente.
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Bárbara 28/05/2024

Um assunto pertinente, regionalismos bem construídos. Mas uma escrita bordada que dá voltas e vários personagens inseridos de forma confusa. Não gostei muito.
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Mari 12/08/2024minha estante
Eu não entendi muito bem o final, a perita acaba ficando no ostracismo e relembrandi os casos? Parece que no final ela se mata, mas n sei se entendi mt bem




Diego.Felizola 24/05/2024

Persista na leitura
Com um início um pouco confuso, cheguei a pensar se esse realmente seria um bom livro. Pela primeira vez, tive que ler a capa de fundo do livro para entender melhor sobre o que seria a história.

A confusão do início se faz entender por completo ao final do livro, mas já dá para pensar na situação daquela mulher que acaba de perder a filha: confusão mental.

O livro acompanha diferentes personagens para contar do crime que ceifou a vida de Letinha, assim como tantas outras.

Caminhando com os mortos segue a linha atual dos escritores brasileiros darem voz àqueles que foram silenciados: negros, indígenas, mulheres. Há uma ressignificação do avanço das igrejas em regiões de pobreza e miséria, uma segunda onda de catequização forçada pelos invasores.

Há beleza na dor e nas palavras da autora que nos leva para um universo tão real e ainda vivo na nossa história. É difícil não pensar em como isso se manifesta nos dias de hoje e ainda afeta tantas pessoas.
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