Nhyx0 29/07/2023
Marcada Com Sangue
Abençoada seja Tracy Deonn. E essa história maravilhosa que ela desenvolveu. Não canso de dizer o quanto adoro essa história, os personagens, a construção de mundo, desenvolvimento de personagens, temas... No momento me sinto vazio, desesperado como se nunca mais fosse encontrar uma história tão boa, personagens que consigam se conectar tão profundamente comigo, em um nível quase celular.
Marcada Com Sangue segue a história de Bree, a herdeira do Rei Arthur - não por escolha ou por honra, mas por violência. Ela se revelou a âncora do feitiço da eternidade, o que lhe confere legitimidade como herdeira da coroa. No entanto, como sabemos que, em uma sociedade criada para beneficiar o homem branco - e a história deixa isso bem claro, tudo degringola logo quando a regência deixa evidente que Bree foi um "erro"...
Assim como o primeiro livro, devorei esse livro em menos de 48h, não consegui largar. Eu não parava de pensar nessa história - e acho que não deveria ter feito isso, nem sei quando sairá o terceiro - é assim que a ansiedade me devora. No entanto, preciso falar, o primeiro livro é bem melhor que esse, é um fato.
Adorei como a autora trabalhou o relacionamento de Bree e Selwyn nesse livro. O desenvolvimento de personalidade de Selwyn e alguns outros personagens secundários. E claro, a introdução de Valechaz - adoro esse personagem. Ou Valec, um cambion de verdade, não um diluído pela humanidade. Ele é sagaz, atrevido e tem uma malandragem quase magnética.
Os temas principais continuam sendo racismo, ancestralidade e luto como no primeiro livro.
O final de Marcada Com Sangue me deixou com uma pergunta final: Quem é Bree? Suas ancestrais definiram como a ponta da sua lança. Arthur como seu "Bri". E os lendários como seu Rei, o Arthur Desperto. Bree conhece seu passado e suas raízes. Mas sinto que ela não se conhece. Acho que ela não sabe totalmente, pelo menos não individualmente.
Ela ouviu o que seus ancestrais disseram, e isso tornou sua prioridade.
No entanto, a cena final dela com os rios dos seus ancestrais, parece que ela enfim percebe, entende que é mais que a herdeira de Arthur, ou a filha das filhas. Ela silencia as vozes que temam em definir quem ela é. Abrindo um leque de possibilidades sobre o próprio futuro.