Livia Alves 26/03/2024
Para toda menina negra que foi a ?primeira?
Para começo de conversa é importante dizer que a Tracy Deonn assim como os outros autores utilizou do método expansão de história, a maioria dos leitores vai claro definir esse livro como a ?famosa jornada do herói? mas para mim foi um livro para além da jornada.
nesse livro acredito que autora explorou muitos lados da Bree que não puderam ser explanados em Lendários, ver que a Arte de Raiz ganhou mais foco nessa história fez toda a diferença para a evolução do livro e meu entendimento sobre várias abordagens no primeiro livro.
por incrível que parece, senti que o livro teve a mesma quantidade de ação que houve em Lendários, confesso que foi um livro muito bom para compreender a evolução dos personagens, a aparição de novos componentes super necessários e a compreensão da história que ganha novos lados.
em partes acho que o livro poderia ter menos páginas, mas em certos momentos acho que essa diferença poderia também afetar nos sentimentos que tive durante a leitura.
penso que nesse livro a Tracy trouxe muito a abordagem sobre o racismo mais assiduamente, como também as questões de tomada de poder pelos supremacistas brancos, no final de tudo, a percepção que tive antes de ler esse livro foi que as pessoas esperaram demais o protagonismo branco e enfeitado, sendo que o livro é e sempre será uma fantasia trazendo a representação dos negros na história e escrito por uma mulher negra.
o luto, o fardo e o racismo mais uma vez são os materiais de fundação dessa história, e não poderia ser diferente já que é um dos principais detalhes que a autora mostra desde o início do primeiro livro.
?marcado com sangue impulsiona essa jornada para a revelar o quão extenso o luto poder: como ele pode se transformar em novos desejos, missões, como atravessa gerações e como pode se tornar o tipo de fardo que se disfarça de ?dever?.?
marcada com sangue nos traz uma perspectiva assídua de que, toda jornada tem seus percalços e não vai se desenrolar de forma rápido num piscar de olhos.
além de uma fantasia, é um livro que vai tratar sobre dor, escolhas e pertencimento.