whatsmaryreading 05/04/2024
Não é meu preferido da autora.
Romance contemporâneo que narra a história de dois jovens que são completos desconhecidos que saem em um encontro casual e passam 24 horas juntos e sentem uma conexão anormal entre os dois.
Eles compartilham seus segredos e sonhos e prometem se reencontrar um ano depois. Ela aparece, mas ele não.
A obra se passa em diferentes períodos, trazendo a cada capítulo o presente e o passado. O romance é narrado por Fern Brookbanks, que após perder a sua mãe, Maggie, precisa retornar para a sua cidade natal e administrar o resort da família.
Isso é tudo o que ela nunca quis para a sua vida. E para dramatizar ainda mais a situação, Will, o seu amor de dez anos atrás que a deixou esperando no cais daquele mesmo resort, aparece com uma mala informando que foi contratado pela mãe de Fern antes de falecer, para ajudar com o resort.
Fern é uma personagem fácil de gostar, entendemos a sua angústia de viver os sonhos dos seus pais, e depois de se rebelar e querer viver a própria vida. No entanto, ao ter que retornar para as responsabilidades que ela nunca quis para si, ela se descobre apaixonada pela vida que sua mãe levava.
Will é um personagem marcado por uma depressão e é difícil compreender porque ele age da maneira que age, sendo quase impossível nutrir empatia por ele. Ele fala pouco de si, e como Carley disse ao fim da obra, Will vive um terror invisível e silencioso da ansiedade. É um homem sobrecarregado, que perdeu a infância para as responsabilidades e extremamente leal à família.
O amor genuíno entre Peter e Maggie, que retrata que nem sempre o final feliz do casal será com eles juntos, mas isso não os torna infelizes. Eles eram, antes de qualquer complexidade dos relacionamentos, melhores amigos. E uma frase extremamente marcante de Peter sobre a relação deles é "Eu sempre quis mais do que Maggie podia me dar, mas imagina que tenha sido uma sorte conseguir tudo o que consegui dela".
Ao longo da obra diversos temas são abordados com muita sensibilidade, os diferentes tipos existentes de amor, de como amar, de ter, de deixar partir, a maternidade e paternidade, a depressão pós parto, a ansiedade, as preocupações, a síndrome da impostora, pensamentos intrusivos, encontros, reencontros, segredos.
Algo que verdadeiramente me incomodou nesta leitura foi a quantidade de erotismo explícito narrado. Embora eu seja uma leitora assídua de literatura erótica, acredito que não estava preparada para lidar com essas narrações em um livro de romance. Arrisco até mesmo em dizer que antes do amor que eles sentiram um pelo outro no reencontro, antes o que havia era apenas tensão sexual e fantasias um com o outro. E o amor foi se construindo após o reencontro quando passaram a ter tempo de qualidade juntos.
Sinceramente não é a minha obra favorita da autora. Mas ao ler o Guia de Leitura no final do livro, entendi o quão difícil foi escrevê-lo. Ele não é para quem enxerga o amor como algo fácil e idealizado como algo perfeito. Ele trata o amor como ele é.
Talvez se eu tivesse lido o Guia de Leitura antes da obra em si, eu teria uma opinião diferente e avaliaria com mais estrelas, por entender o peso que ela traz. No entanto, reservo essa experiência para você que ainda não leu. Dê uma chance ao livro começando pelo fim.