Resenhas - A Metamorfose

jinstelar 11/06/2024

De tamanho compacto, escrita fluida e crua, edição linda e muitas reflexões para com a metáfora do livro (associei principalmente como crítica ao capitalismo e ainda procurando novas interpretações!), 'A Metamorfose' foi um de meus livros favoritos lidos do ano!

mandiest 10/06/2024

Melancólico
Eu acho genial a metáfora utilizada para representar a depressão de Gregor. Um homem que se transformou num inseto repulsivo, que passou a negligenciar a si mesmo, e que aos poucos foi deixado de lado pela sua própria família, por quem dedicou tanto esforço. É triste acompanhar o protagonista se afundando cada vez mais no fundo do poço e no fim acabar morto e descartado como qualquer coisa.

Há algumas pontas soltas, mas não acho um problema nesse caso. Gosto muito dessa obra.

Morango.Azedo 29/05/2024

Esse homem dormiu mal...
Eu nunca tinha sentido a dor do autor no livro. Não sei exatamente qual dor, mas talvez a de uma vida incompleta e apressada. Esse clássico sempre tão elogiado, ao meu ver, mostra sentimentos não explicados de tantas pessoas.
Eu gostei, mas esperava mais. Talvez mais reflexões sobre a vida. Acho que não entendi muito bem o livro, mas senti.
Tadinho do autor.
?????

Venus.cna 28/05/2024

Reflexivo
A Metamorfose é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Veio a ser o texto mais conhecido, estudado e citado pela obra de Kafka. Apesar de ter sido publicada em 1915, foi escrita em novembro de 1912 e concluída em vinte dias, Kafka tinha apenas 29 anos, é uma das poucas obras publicadas do autor ainda em vida.

Nesta obra, Kafka descreve um caixeiro viajante de nome de Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Existe muita similaridade do personagem com o próprio autor, inclusive em outras obras, como o castelo e o processo.

O livro inicia contando que Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso. Kafka descreve este inseto como algo parecido com uma barata gigante. Nos primeiros momentos, o livro descreve as dificuldades iniciais de Gregor na nova forma. Uma ironia presente neste trecho do livro é que Gregor não se preocupa com sua transformação, mas sim com o fato de estar atrasado para o trabalho.

Logo no início, a ideia de Gregor virar um inseto gigante é o que mexe com o imaginário das pessoas. Eu vi alguns comentários que essa metamorfose dele poderia ser interpretada como uma doença que o deixou inválido, o que me fez pensar nessa possibilidade também, e que para mim fez muito sentindo a medida que eu fui lendo e percebendo como as relações familiares dele mudam após essa transformação.

Mas aqui eu gostaria de falar sobre dois pontos que me chamaram atenção, que é uma crítica à alienação em relação ao trabalho e a crítica a respeito dos conflitos familiares.
A alienação do trabalhador e como ele se vê preocupado em "girar essa roda" em detrimento da própria saúde e bem estar, tanto é que ele não se preocupa em ter se transformando em um inseto gigante, mas em como vai fazer para pegar o trem a tempo de ir para o trabalho.

E sobre os conflitos familiares e do próprio Gregor consigo mesmo logo após sua transformação. Em como isso reflete no decorrer da obra, pois o medo e a estranheza que a família tem em relação ao Gregor, vai além do amor que se vê como normal nos membros de uma família.

Nesse caso, é uma crítica em como esses laços podem ser desfeitos com base em alguma coisa que não supre as espectativas do outro.
Como inicialmente Gregor é o provedor de sua família e ele passa por essa metamorfose, automaticamente ele não consegue mais fazer o seu trabalho, deixa de produzir, ou seja, não consegue mais sustentar a família e isso é um ponto bem marcante, porque uma das questões que podemos levar a crer que a família tem esse asco, é porque ele não tem mais utilidade.
Como se o ser humano tivesse valor apenas se produzir, se tivesse algo para oferecer.

Existem mais alguns aspectos interessantes no livro, mas a princípio esses dois foram os que eu considerei muito relevante em trazer a nível de compreensão da obra. Foi uma leitura muito boa, fluida e que me marcou muito.
Nem preciso dizer que recomendo muito essa leitura.

Amanda.Almeida 22/05/2024

Um grande clássico!
"A metamorfose" é uma metáfora genial, que traz ao leitor um misto de sensações, é um livro clássico, que permite uma leitura rápida e direta e se abre a múltiplas interpretações.
No meu ponto de vista o livro retrata a condição humana de um indivíduo excluído da sociedade, perdendo sua autonomia, sua importância, visto que vivemos num mundo que restringe seu valor ao que você produz. Em outras palavras "A metamorfose" é o puro retrato do capitalismo.
Na maioria dos trechos eu senti agonia, pena, tristeza, porque Kafka escreve de maneira contundente, realista, sensível, fluida, dentre outros adjetivos.
Pensei muito sobre o preconceito etário que permeia o mercado de trabalho, infelizmente estamos fadados a envelhecer e perder o valor que temos na sociedade, simplesmente por não produzir tanto.
"A metamorfose" é um livro que vale a pena ser lido, e questões humanitárias devem ser pensadas e refletidas.

Lucas.Fernandes 20/05/2024

Estranho, Nojento, Incompleto e Fascinante!
O final do livro é tão peculiar quanto o seu início, o que, por fim, torna a leitura excelente. Embora eu não tenha conseguido abordar a história de Gregor Samsa de uma perspectiva mais filosófica, apreciei sua dimensão literal, que funciona de forma eficaz.

O livro me deixou com inúmeras perguntas ao final. Apesar de geralmente não gostar de pontas soltas, gostei de permanecer em uma espécie de ignorância deliberada, uma sensação de perplexidade muito bem arquitetada e trabalhada.

É fácil compreender o renome de Franz Kafka através desta obra, pois a qualidade de sua escrita é inegável.

Nicole781 13/05/2024

A metamorfose
"A Metamorfose", escrita por Franz Kafka, é uma obra extraordinária que mergulha nas profundezas da condição humana. A história de Gregor Samsa, que acorda transformado em um inseto monstruoso, é uma metáfora poderosa sobre alienação, solidão e incomunicabilidade. Ao longo do livro, somos confrontados com a angústia de Gregor ao perceber sua completa exclusão da sociedade e o gradual abandono por parte de sua família, que o via como um fardo. A narrativa nos leva a questionar as relações familiares, a fragilidade do ego e a crueldade da indiferença humana. Kafka nos conduz por um labirinto de emoções, deixando-nos impactados e reflexivos sobre a natureza da existência e a nossa própria capacidade de compaixão.

isasas 12/05/2024

Resenha
Diante de vários pontos de vistas sobre o livro, alguns exergam a metamorfose de Gregor Samsa como um comparativo a depressão, tal ser não é mais visto como importante, e é negligenciado pela própria família, a qual era sustentada pelo mesmo.

"Ele perdeu valor quando deixou de gerar valor"

Matheus656 10/05/2024

Muito interessante os Paralelos que Kafka faz e como a nós tiramos inúteis diante a sociedade capitalista quando não temos mais serventia como provedor de capital na visão do outro.

fabricio :) 07/05/2024

"Ele ansiava ver as ilusões daquela manhã se desfazerem..."
"transformar-se num inseto pode ser uma experiência estimulante e edificante para um ser humano medíocre que vive uma vida apagada."

depois de ler esse livro, a frase: "você só vale aquilo que tem" nunca fez tanto sentido.
pra mim, Gregor acima de qualquer coisa nunca foi um
"monstruoso inseto" e sim um homem desprovido de um amor ou afeto tratado como ralé ou algo totalmente descartável por aqueles que mais deveriam dar-lhe o conforto de uma familia.
cansado e debilitado de sua rotina, seu trabalho e sua vida de modo geral, partiu-se sozinho e isolado mas com um amor incondicional para com aqueles que não tiveram o mesmo no momento em que Gregor mais precisou.

de maneira geral é um livro inteligente e tocante quem em menos de 100 páginas te mostra um mundo de possibilidades de interpretações diferentes e de questionamentos!

INCRÍVEL

Cool_fatcharlie 06/05/2024

Mou baratão
Esse conto oferece uma visão bem crua e doída de como um trabalhador é pela sociedade. Eu me identifiquei mais do que gostaria.

nunu 16/04/2024

A perda viva
Quando vi esse livro por 20 reais no shopping, não pensei dias vezes, e olha me surpreendeu e muito.
Podemos começar elogiando o epílogo feito pelo diretor de "A mosca" que já me partiu o coração e me fez perceber muito coisa que provavelmente eu não teria percebido no livro se não fosse por ele, acho que a dor e o sofrimento de quem cuida de alguém em estado vegetativo é uma dor que só quem passa sente, mas olha ele me deixou absolutamente absorvida pela dor dele, e quando mais o tempo ia passando mais eu ficava revoltada com a apatia da família com ele, era tão difícil perceber que era ele?
Mas no fim, nem o Gregor lembrava quem um dia ele foi direto e pra família ele tinha morrido desde que se transformou e todo o tempo em que ele estava em forma de barata, era um longo processo de luto, que no fim, foi superado.
Esse livro doeu, mas me fez lembrar que no fim eu não sou nada, e que quando eu morrer a vida vai continuar, não a minha, mas a do resto do mundo assim como existem milhares de pessoas morrendo agora.
?

Anabella.Silva 01/04/2024

Que depressão, literalmente
Desde que minha professora de Literatura comentou desse livro, fiquei com vontade de ler. A metamorfose é um livro curtinho, mas suuper reflexivo e cheio de metáforas (que eu amo)! Em geral, é um livro meio triste, mas vale a leitura. Porém, a escrita dele é meio chatinha, e só foi ficar legal mais pro fim. De qualquer forma, adorei a leitura!!!

Vannywxz 28/03/2024

"Certa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa se viu em sua cama metamorfoseando num monstruoso inseto."

AbobrinhaBaggins 28/03/2024

Para sempre diferente
Um caixeiro-viajante acorda após uma noite de sonos intranquilos e se vê transformado em um inseto gigante. A novela escrita por Franz Kafka por mais que pareça de início uma completa balbúrida literária na verdade é uma grande crítica ao amor que convém e à invalidez.
Gregor, antes o arrimo da família e agora um monstro distópico, não recebe mais o amor de sua família e passa a ser tratado com completo desprezo. Se antes seu pai beijava sua mão e sua irmã compartilhava doces sonhos, agora é enxotado para um quarto sujo e tratado selvagemente. Pelas informações dadas sobre o autor no livro, Kafka retrata à si como Gregor e seu pai como Sr. Samsa. Com uma infância marcada pela insegurança e ansiedade, seu pai que lhe atribuía altas expectativas começou a tratá-lo agressivamente. Da mesma forma, Sr. Samsa trata o filho anormalmente após um evento traumático do mesmo.
Por último, a invalidez. Imagine acordar após ter sofrido um acidente, um AVC ou infarto. Impedido de trabalhar, você até tenta negar e voltar à realidade, mas é impedido pela sua situação atual. Impossibilitado de trabalhar e agora sendo apenas mais uma boca na família, os Samsa ignoram Gregor à medida que a história avança. Confinado por quatro paredes, o inválido sofre a ação do tempo no corpo e mente.
Existem várias formas de interpretar "A Metamorfose", mas estas duas interpretações são as mais comuns e mais recorrentes. Kafka deixa mais uma reflexão para o seu legado crítico acerca da vida.