Beatriz3261 22/05/2024
Faça um favor para si mesma e não leia esse livro
Riley como toda boa personagem de clichê tem uma vida bem ferrada. Após o término com seu namorado, que a estava traindo com sua melhor amiga, ela tem que voltar para a casa da mãe enquanto economiza o salário de seu emprego de barista para comprar uma casa. Sua mãe controladora e irmã narcisista logo se aproveitam da oportunidade para colocá-la mais para baixo, e como elas a consideram uma encostada (mesmo Riley tendo 2 empregos), sua irmã em uma emergência a pede para que cuide da filha do seu patrão. A criança não se dá bem com babás (após experiências de agressã0), mas surpreende todos quando se dá bem com Riley. E com isso seu pai, Oliver, decide contratar Riley como babá, enquanto tenta encontrar uma esposa para ser a mãe substituta da criança.
O que me segurou nesse livro foi a relação da Riley com a bebê. Houve conexão, desenvolvimento, evolução emocional de ambas. Riley realmente se entregou de corpo e alma para cuidar dessa criança. Se desprendendo até de vícios para continuar na vida dela. É emocionante a relação maternal que foi construída aqui.
Infelizmente, não posso dizer o mesmo sobre a relação "amorosa" dos protagonistas. Eu entendo quando os personagens tem comportamentos autodestrutivos por conta de traumas, até me identifico, agora o que aconteceu nesse livro realmente me fez ranger os dentes de raiva. Como se não bastasse todas as m3rdas que a Riley tinha que aguentar de literalmente todas as pessoas na sua vida, o Oliver vinha e piorava a situação. Ele a demitiu e a expulsou da vida da sua filha várias vezes, por ASSUMIR coisas em relação à ela. Ele, sendo um homem adulto, não consegue nem diferenciar o carinho real que Riley tem por sua filha, da atuação barata de sua "futura mãe ideal".
Comparar a evolução pessoal que Riley teve motivada pela criança de que cuidava, me fez perguntar por que ele como pai não teve o mesmo desenvolvimento? Oliver diz se preocupar tanto com sua filha, mas só vive no trabalho e nem sai de casa com ela. Sem exagero, ele jogava essa criança para qualquer mulher que aparecesse na sua frente só para ele não precisar cuidar dela. Isso me deixou muito triste e me fez perder total o respeito pelo personagem.
Imaginar os dois terminando junto é inconcebível, mas aconteceu, é claro. A construção final não é nada mais do que forçada, com Riley sempre cedendo e tentando entender o lado dos outros. É bizarro como TODOS os personagens secundários desse livro são deliberadamente maus e não tem nenhum senso crítico (parece uma realidade paralela). Tive que finalizar para ter certeza de que pelo menos Riley e a criança teriam um final feliz, elas mais do que ninguém mereciam isso.
É isso, se você está a fim de passar raiva, vá em frente e leia esse livro.