Brancura

Brancura Jon Fosse




Resenhas - Brancura


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Anelena 05/12/2023

Breve como um delírio ou um sonho
No inicio deste breve leitura, fiquei intrigada com a teia de pensamentos que afligia um homem que, após dirigir por horas a esmo, se vê perdido numa alva floresta, em plena noite nevada.

A sensação de incredulidade com as próprias escolhas, a aflição de se ver perdido na floresta e o confronto com a ausência de alternativas foram bem retratados (e muito cativantes) nas 60 paginas do livro.

Contudo, fiquei muito incomodada e até irritada com a repetição de palavras e situações, me senti andando em círculos ate o final. Acredito que tenha sido uma escolha narrativa proposital do autor, mas realmente me incomodou.

De toda forma, valeu a leitura principalmente para conhecer um autor diferente.
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Lasse_ 30/11/2023

Acho incompreensíveis as resenhas desse livro nesse site. Talvez seja a tradução, mas o que é mais fraco neste livro é a escrita e não o conteúdo. As primeiras páginas custam um pouco a engrenar, basicamente porque o autor parte de um cenário verossímil: o cerne do livro é uma experiência na floresta e, para chegar lá, o personagem principal é caracterizado através de uma curta introdução onde ele dirige e se atola na floresta. Essa parte do livro é muito breve, parecendo até forçada pra chegar no lugar onde chegou. O que mata é essa necessidade de verossimilhança, algo que é completamente desnecessário e pode ser jogado fora. Seria melhor que pra começar, o narrador já se encontrasse na modorra do sonho REM, em vez de um spleen sem fonte nem sentido.

A partir da aparição, aí sim o livro começa a fazer sentido. Creio que o que não foi compreendido pelos leitores do site é que o ponto principal não é o enredo, nem sequer as aparições. Quem se interessa pelos próprios sonhos vai compreender que o que o livro se propõe a fazer é um tipo de experiência situada no limiar da consciência, e o maior mérito se encontra na reprodução da psicologia exata da pessoa que está sonhando. Nota-se que esse estado mental é corretamente caracterizado mesmo que a interpretação seja de que não é um sonho, mas uma visão, ou uma jornada póstuma para o outro mundo.

A partir dessa visão, o livro pode ser interpretado num nível simbólico. Existe um matiz religioso (leia-se espiritual) muito forte ao longo dos eventos. A primeira aparição se descreve como "aquele que é", que pode ser interpretado como o próprio Deus onipresente. Os pais aparecem não como indivíduos, mas como símbolos de pai e mãe, e qualquer leitor pode encontrar os próprios pais nas conversas destes símbolos. Um detalhe importante é que não sabemos se os pais do narrador estão sequer vivos durante o passar do livro. Uma interpretação possível é justamente que o livro trata do rito de passagem entre vida e morte. É apenas uma ideia das que o arcabouço simbólico do livro podem fomentar.

Tudo posto, não julgo se mereceu o nobel simplesmente porque não li muitos livros lançados neste ano. É um bom livro, ótimo na verdade, talvez não com tanta sustância quanto outros vencedores do nobel e certamente não no nível de um Beckett.
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Icaro 23/11/2023

Queria ter escrito?
Estou gostando muito desse autor que foi o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura desse ano. É o segundo livro que leio dele e este, definitivamente, é um livro que eu gostaria muito de ter escrito.

Texto e história simples, ar fantasmagórico, atmosfera de floresta, neve, muita brancura. A história se desenrola quando um homem decide seguir em frente e ver até onde a coisa se encerra. Dentro da floresta começa a ver e sentir coisas que o remontam, talvez, ao início de tudo.

O diálogo dos pais é um show a parte, um livro profundo e sombrio que ainda assim consegue ser cômico.

Publicação primorosa da Editora Fósforo que está com um catálogo respeitoso de autores contemporâneos. A qualidade da capa e do material está excepcional!

Nota 9,7/10 ???
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Marquinho 12/11/2023

Medíocre
Para alguém que é vendido como o novo Beckett, a escrita de Fosse é chata e desinteressante. Talvez ele seja grande coisa lá na Noruega, mas aqui temos grandes exemplos de escritores realmente bons. Não dá para engolir esse cara.
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EstAfani.Sandmann 11/11/2023

Não gostei.
Pois bem, sabe aqueles filmes que são feitos pra receber Oscar, e já existem centenas deles por aí? É exatamente como eu vi esse livro. Ele foi feito pra ser gostado, pra ganhar algo. Mas não tem absolutamente nada ali que seja genialmente literário. Bem, ele recebeu um Nobel, mas esse livro podia ter sido escrito por qualquer um. É isso. As vezes a gente não gosta.
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debora 06/11/2023

?essa escuridão me amedronta. tenho medo, é simples assim.
mas é um medo tranquilo. um medo sem angústia. mas será que estou mesmo com medo. ou não passa de uma palavra, esse medo.
não, é como se tudo dentro de mim estivesse em algum tipo de movimento, não, não um só, mas vários movimentos desconexos, movimentos confusos, desordenados, desajeitados, irregulares.?
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Max 02/11/2023

Nobel de 2023...
De forma geral, com as devidas exceções, ganhar o Prêmio Nobel de literatura, para mim, quase sempre é um atestado de que o autor tem prestígio e não talento, é o que acho. 
Se um escritor, pelo conjunto da obra, produz um livro como esse que parte de lugar nenhum e chega a lugar algum, é só pra me lembrar que não ganhando um Nobel meu querido Guimarães Rosa era muito maior!
aartemesalva-nat 02/11/2023minha estante
Max, concordo muito contigo! Parabéns pela resenha. :)


Max 02/11/2023minha estante
Obrigado, Natália! ?


Débora 03/11/2023minha estante
Obrigada por compartilhar sua opinião, Max! Me salvou de uma cilada!???


Max 03/11/2023minha estante
Por nada, Débora! ??


moraes_psi 08/11/2023minha estante
Discordo de você.
Com total respeito a sua opinião, mas se você diz que o livro parte de um lugar pra chegar em lugar algum é que talvez você estava querendo que ele chegasse em um lugar seu. Ou seja, com uma expectativa diferente. Ele é como foi Becket, Virginia Woolf, Kafka, Joyce, ou prosas de Fernando Pessoa... o Jon Fosse é um escritor que escreve em fluxo de consciência, sentidos mais do que ações, assim como a esses citados. É um estilo moderno, unirico e a beleza transcendental, espiritual dessa obra pra mim, em suas repetições, fala MAIS que muitas ações. Eu adorei Brancura e quero ler tudo que traduzirem desse norueguês.


Max 12/11/2023minha estante
Fernando857, essa é realmente a beleza da leitura, o momento que lemos e a bagagem pessoal de cada leitor. A mesma obra despertando tanto prazer a um e desprazer a outro.
Obrigado, pela opinião!
Um grande abraço!


edu basílio 17/12/2023minha estante
de uma chatice indizível.


Diego642 29/12/2023minha estante
É realmente esse livro não é pra qualquer um.


Paulo Sousa 30/12/2023minha estante
Concordo. Darem um Nobel a Bob Dylan ou mesmo Ishiguro e não a Philip Roth, mostra que a Academia há tempos se perdeu.


daisk valeria 14/02/2024minha estante
Não concordo. O livro é maravilhoso, apenas parte de algo fantástico, ( da literatura fantástica). É preciso ir mais profundamente para compreender o que está havendo. Amei o livro.


Fabiana.Amorim 07/04/2024minha estante
?? Obrigada. Adoro quem é sincero.


Paulote 18/05/2024minha estante
Meu Deus, duas horas de vida que eu perdi lendo essa coisa. Nem vou comentar o enrrdo porque esse livro não merece mais perda de tempo. Comecei a ler por ser livro de um agraciado com um Nobel, e pensei que o Jon Fosse bom....sacaram o trocadilho genial? Mas ele merece a sacaneada, embora nunca vá saber quem sou e um monte de outros incautos, como eu, vai ler essa aberração da literatura, se é que se pode chamar isso de literatura.
Agora o Nobel é mais ou menos como o Oscar. Um é garantia de livro ruim, o outro é de filme ruim.
Isso está ficando cada vez mais com jeito de peixada, coisa que nós, brasileiros, conhecemos muito.
Se pudesse classificar o livro com um palavrão (negativo) eu o faria, mas em respeito a está comunidade tão distinta vou segurar minha onda, meu fluxo de irritação.


Julia.Thier 29/05/2024minha estante
Oi Max, você deveria buscar conhecer o gênero Teatro do Absurdo, que é o que o conjunto da obra de Jon Fosse se encaixa. Ele ganhou o Nobel exatamente por isso, afinal, quem escreve teatro do absurdo nos dias atuais? Ele reviveu um gênero muito esquecido pelo tempo. Só quem estuda realemente estuda teatro lembra. Não é uma literatura para todos defintivamente, mas eu daria outra chance com outra cabeça. Abraços!


Max 29/05/2024minha estante
Julia.Thier, leitura é momento, você tem razão quando, às vezes, a apreciação do belo exige contexto.
Quem sabe dou uma nova oportunidade ao autor. Um abraço! ?




MarcosQz 31/10/2023

Um homem perdido no tédio, solitário, começa a rodar sem destino até chegar a beira de uma floresta, ele precisa de ajuda, começou a nevar. Ele entra pela floresta e se perde, vai divagando, pensamentos e questionamentos rápidos, aleatórios. O homem então encontra uma criatura completamente branca, radiante de tão branco. Ele não sabe o que é, quem é. "Eu sou aquele que é", diz a criatura.
Ainda perdido, o homem encontra com seus pais, mas algo não está certo. Pode ser apenas uma ilusão. É isso. Então se vão...

Narrado em parágrafo único, lembrando Saramago, Brancura segue um ritmo frenético, mas cadenciado, uma narrativa que te carrega páginas adentro e a sensação de algo perdido, a sensação de solidão que só aumenta. E isso é o que alimenta Brancura.
É o toque especial. Jon Fosse parece saber trabalhar muito bem essas sensações e emoções.

Nossa mente viaja, tentando entender o significado das coisas, das presenças, das falas, buscando pistas em cada linha. Brancura entrega um final arrebatador, repentino, frenético, do mesmo modo como começa.
Brancura é um jogo de luz, e a sensação é de que o personagem central pode ser eu, você, qualquer um.

Terminei a leitura com alguns questionamentos intrigantes.
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Higor 30/10/2023

"LENDO NOBEL": sobre a simplicidade que eleva ao transcendental
Embora seja unânime o entendimento de que uma boa história se sustenta sozinha, sem precisar da leitura de textos de apoio ou de um material prévio para ser compreendida e ter sua mensagem passada ao leitor, também é sempre interessante entender a vida da persona por trás da ideia, compreender seus objetivos, perspectivas de vida e até mesmo inspirações e metodologias aplicadas em seu trabalho.

Dito isso, a leitura de "Brancura", mais recente livro do Nobel de Literatura de 2023, Jon Fosse, é agradável e que se vende sem precisar de apoios, mas que se torna muito mais compreensível quando se tem o conhecimento prévio de que a espiritualidade é um aspecto tão pungente na vida de Fosse.

Nascido em uma família luterana, Jon Fosse passou parte da vida envolto nos pilares do ateísmo, quando, enfim, rendeu-se anos depois ao catolicismo, abdicando-se de muitos hábitos "mundanos", logo, metáforas, alusões e analogias bíblicas não são surpresas em suas obras.

Não dá para falar muito sobre "Brancura" sem soltar spoiler, afinal, trata-se de um livro de 60 páginas, mas a sensação que eu tive foi de a que, enquanto lia, questionava-me onde o autor queria chegar com tais divagações, que eram interessantes, mas pareciam sem um foco, mas após ter um vislumbre de sua vida pessoal, como em um estalar de dedos, toda a metáfora criada fez sentido e se tornou tão esplendorosa e sofisticada, mesmo sendo simples e objetiva.

Basicamente, um homem começa a dirigir sem um destino e, em meio a devaneios, tem o carro atolado em uma floresta. Mais simples impossível, mas o que não significa fácil. Jon Fosse não tem pressa em apresentar as situações, por mais banais e cotidianas que possam ser, como dirigir, ou sair de um carro ou vislumbrar um ambiente.

O fluxo de consciência, embora na mesma linha dos clássicos Woolf, Joyce e Lispector, tem sua própria pureza e beleza estética que o diferencia e, ao mesmo tempo, que alcança seu propósito, e não o torna impossível de encarar. A estrutura, por exemplo, mais se assemelha a Saramago e ao meu querido Sebald, embora exija um tanto de paciência do leitor mais preguiçoso ou desatento.

Poética, precisa e eficiente, a leitura de "Brancura" mais se parece com a concepção de uma pintura. Jon Fosse aplica as camadas lentamente, deixa-as secar, para então inserir novas camadas, que pouco a pouco ajudam a compor a arte que nós, leitores, apreciadores de seu trabalho, iremos contemplar ao final. É preciso paciência, mas compensa, ah, se compensa...

Este livro faz parte do projeto "Lendo Nobel".
edu basílio 30/10/2023minha estante
bela resenha, de leitura agradável, e esclarecedora, "preparadora de terreno" para os não iniciados, como eu. obrigado! fiquei com vontade de descobrir a prosa de fosse, embora eu esteja em uma - já longa! - fase bem preguiçosa. sinto, então, que talvez seja melhor eu esperar mais um pouco...


Higor 06/11/2023minha estante
Confesso que estou nessa fase preguiçosa, Eduardo! Tanto que as 65 páginas demoraram muitos dias, graças à rotina e ao bloco imenso de um único parágrafo. Já, já a gente conversa sobre É a Ales, hehehe




Hygor.Zorak 30/10/2023

Como um sonho
A narrativa nos envolve num ambiente que parece um sonho, ou uma viagem de uma alma errante em seu próprio umbral. Leitura de 1 ou 2 horas, mas que vale a pena.
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Jonathan Vicente 28/10/2023

Leitura surpreendente
Não vou negar que a leitura me surpreendeu demais, do incio ao fim a angústia e os momentos de tensão ne deixava preocupado. Entretanto, para quem tem uma visão mais espiritual, esse livro é um pedaço de ouro.

Muito bom!
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Guto 27/10/2023

Deu pra entender o Nobel
Todo o livro se passa APENAS na cabeça do personagem. ele pensa de uma maneira parecida comigo, então rendeu risadas, apreensões, medos.

vale muito a leitura!
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