Silvia279 15/04/2024
É um livro denso, intenso e não menos confuso. Afinal, o leitor é convidado a se perceber dentro da confusão mental do personagem, que decide fugir do tédio e, ao fugir, se perde. Perde por etapas. Uma pista sem saída, num carro, fora do carro, na pista, à beira da floresta, dentro da floresta, numa visão de uma brancura reluzente, na presença, na ausência, em si, fora de si, sentando, parado, caminhando, calçado, descalço. Tudo é e nada é. Um desespero não saber se achar. É um estar angustiante, melancólico. A gente é abraçada por um vazio existencial. Uma solidão. Um estar só tão forte que gera uma sensação de alívio quando termina a leitura. Só chegando ao final do livro é possível escapar do labirinto que Jon Fosse nos aprisiona.