spoiler visualizarRegy 25/01/2024
O amor cura
Desde o livro anterior, eu sentia curiosidade sobre a vida de Derek Craven. A autora trouxe uma história forte e cheia de realidade dura e crua, típica do submundo londrino em 1800 e pouco. O bebê filho de uma prostituta, nascido em um esgoto e lançado a morte, mas que cresceu e venceu, seria por si só, uma história e tanto. Mas Lisa foi além. Ela buscou o mais profundo do ser, desse homem incomum. Sim, Derek era diferente. A maioria das pessoas nascidas nas circunstâncias que ele, tornar-se-ia em criminosos e seriam enforcados antes mesmo de se dar conta. Poucos são os que enfrentam sua realidade e lutam por algo melhor. Craven fez isso e ainda um pouco mais. Embora tenha sido muito mau em tantos momentos. Lisa não o coloca como uma vítima ou alguém sem senso de responsabilidade por si. Ela foi brilhante ao construir seu caráter com todas as qualidades e defeitos.
Sara, foi a parte tranquila da história. A moça do interior, simples e um tantinho propensa a problemas. Mas não simplória. Isso nunca. Sara tinha como qualidade a garra e a força de vontade de lutar por justiça. Gostei muito dela. Gostei de como seus anseios e medos foram tratados de forma honesta. Mesmo Percy e Joyce, são possíveis de compreender. No final, todos são humanos, lutando por suas vidas com aquilo que conseguem. Alguns são mais fortes que outros. Sara era essa pessoa. Até mesmo a parte física da relação entre eles não foi como tantos autores colocam, como se fosse a base da vida. Mesmo Derek não conseguindo verbalizar seus sentimentos e tentando miseravelmente se distanciar emocionalmente, não há dúvidas de que o sentimento dele não é físico. O livro poderia facilmente ser escrito sem a parte hot, mas ao menos não foi colocada como principal. Gostei disso.