roberta | @robertabooks 26/02/2023
Eu quero o que eles têm
Jane é a pessoa que ninguém quer por perto e, ao mesmo tempo, ninguém consegue se ver livre dela. É quase como ver uma tragédia acontecendo, mas você não consegue desviar os olhos, é impossível não acompanhar e não se envolver.
Eu poderia ficar aqui falando sobre tudo o que gostei dela, mas acabaria contando o livro todo. Em resumo: ela é maravilhosa; o relacionamento dela com a irmã dela, o conhecimento que ela tem de si mesmo, do que ela quer e não quer, a ambição e a determinação dela, é tudo maravilhoso.
Oliver já tinha chamado a minha atenção no primeiro livro da série, por toda a história passada dele envolvendo ele e o Robert. Estava curiosa para saber mais sobre ele e fui positivamente surpreendida. É uma pessoa dividida em dois mundo: pertence e não pertence à burguesia e ao proletariado; é filho de duque e filho de pugilista; é membro do parlamento e é um trabalhador ambicioso.
Para o leitor pode ficar um pouco cansativo essa luta interna dele sobre o que ele realmente quer (que acaba implicando no relacionamento dele com Jane), mas acho que isso foi ótimo pro desenvolvimento e crescimento dele.
O relacionamento de Jane e Oliver é lento, o famoso romance banho-maria. A tensão sexual criada entre eles é bem construída desde o primeiro momento e para os fãs de slow burn é um prato cheio, muito bem recompensado.
À parte disso, as histórias secundárias criadas nesse livro são boas: Sebastian e Violet, dando pistas sobre o que vai ser o terceiro livro da série; Free sendo uma sufragista metendo o louco em uma época que mulher é menos que nada; os pais de Oliver contando um pouco mais sobre o passado deles, que envolve também Robert; a irmã de Jane se envolvendo com um indiano e ele contando sobre como o Reino Unido invadiu, quebrou e causou o caos na India.
Ainda, os pontos citando e discutindo feminismo, voto feminino, preconceito racial, xenofobia, saúde mental, ética médica etc. Em resumo: uma delícia de livro.