Fogo Morto

Fogo Morto José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Fogo Morto


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Mari 01/09/2024

Fogo morto
O romance conta a história de três homens, cujos detalhes e ambientações se entrelaçam para formar um único enredo: Mestre José Amaro, seleiro, foreiro, homem extremamente austero consigo mesmo e com os outros, confundido pela população com lobisomem; o Coronel Lula do engenho do Santa Fé; e o curioso Capitão Vitorino, comparado por alguns críticos ao personagem Dom Quixote, um velho envolvido com a política local, muito desbocado, mas de bom coração.
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Diego 01/09/2024

Decadência e loucura no fim do engenho de açúcar
Esta obra prima da literatura brasileira retrata a decadência.

Ambientada no nordeste brasileiro (Paraíba), o livro se divide em três partes: Mestre José Amaro, Coronel Lula Chacon e Coronel Vitorino. Justamente os três personagens principais da obra e que sintetizam a decadência de que se refere o livro.

José Amaro é um seleiro (um trabalhador que trabalha fazendo selas de montaria para os poderosos do engenho de açúcar). Com o declínio econômico dos engenhos de açúcar no final do império, é a consequente perda de relevância política e econômica destes senhores, o pobre seleiro vê o seu modo de vida e a sua realidade decaírem. Sua filha de 30 e poucos anos ainda não se casou e a relação com a sua esposa está indo de mal a pior. Porém, o mestre José Amaro ainda mantém o seu orgulho intacto -- a única coisa que lhe resta.

O coronel Lula também vive apenas de seu orgulho, já que o engenho de açúcar já não produz mais nada. Da mesma forma que José Amaro, este senhor de engenho decadente também não conseguiu casar sua filha e também tem relações familiares conturbadas.

O Coronel Vitorino é o único dos personagens do livro que tem, além de um orgulho enorme, uma coragem verdadeira e um certo ar quixotesco. Ele acredita ser um político relevante da região. Nos seus delírios, acha que tem relevância com os senhores da terra; só que não. No decorrer do romance ele é humilhado até por crianças (que o apelidaram de papa rabo).

José Lins do Rego nos conta essas três histórias de forma separada para depois entrelaçá-las num grande desfecho. E a palavra "decadência" nos vem à mente de forma muito clara quando chega no final do livro. É uma história de deterioração (do ambiente e dos próprios personagens), onde essas histórias pessoais são reflexo da mudança na economia e dos modos de vida.

Algumas personagens do romance chegam a perder a sua lucidez, como é o caso da filha do mestre José Amaro e de uma das filhas do coronel Lula. A perda da sanidade entra aqui como grande metáfora do sofrimento impossível de se aguentar daquela gente.

É um livro extraordinário e precisa ser lido junto de textos escolares sobre a história do Brasil que retratem as mudanças econômicas do final do ciclo do açúcar.
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Breno Trindade 25/07/2024

Três grandes personagens em meio ao decadente Santa Fé
A obra relata com muito realismo a vida no sertão da Paraíba, no momento da queda dos engenhos. Dois grandes personagens, o mestre José Amaro e Vitorino Carneiro da Cunha, têm bastante relação com aquele que divide a história: o engenho Santa Fé, do coronel Lula de Holanda. A força de Amaro e, sobretudo de Vitorino, que passa de uma impressão depreciada a um homem que não se dobra, marcam bastante o livro. Soma-se a isso a disputa entre cangaço e o aparato policial, que dividem o posto de herói ou vilão. A mulher e o negro são diminuídos na obra, revelando o seu caráter não tão nobre, apesar das funções importantes que personagens como dona Sinhá e o negro Passarinho apresentam. É uma narrativa muito boa.
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Grazi 05/07/2024

Eu tive uma surpresa muito boa ao gostar desse livro, meus pontos fortes foram a história do senhor do engenho (a forma como ele foi ficando mais e mais paranoico), a luta dos personagens pelo direitos do povo e a retratação do período histórico do Brasil que eu tão pouco conhecia.
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Manoel 14/06/2024

Fogo morto e a beleza da literatura brasileira
Um livro que trabalha 3 personagens principais, homens nordestinos no estilo "cabra macho", homem de orgulho, que não leva desaforo pra casa, nesse livros vemos temas importantes como: escravatura, racismo, a queda dos engenhos, coronelismo, cangaço e a polícia da época, entre outros. Livro excelente pra quem precisa de repertório ou simplesmente ama literatura brasileira, livro de fácil leitura e recheado de cultura brasileira, uma obra prima de José Lins do Rego!
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Lucas1429 14/05/2024

Uma história que retrata uma visão do processo de mudança sociais e econômicas no Brasil no século XX. As desigualdades e a decadência dos emgenhos nordestinos que são engolidos pelo capitalismo e pelas usinas.
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Rafa 18/03/2024

Livro maravilhoso. Um clássico da nossa literatura, tinha lido no ensino médio e nessa releitura foi maravilhoso passear na escrita envolvente de José Lins, uma obra que trata do trabalho humano dentro dos engenhos de açúcar no nordeste brasileiro? recomendo essa leitura
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I.Cream.Sopa 29/02/2024

Uma obra muito brasileira. Foi interessante ler sobre personagens que viveram uma vida e uma época bem diferentes das minhas, mas que ainda compartilham uma característica comigo: nascer e crescer no Brasil.
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Suênya 29/10/2023

"Tudo se sumira. Era como se todo o mundo que ele pisara com os pés, que vira com os seus olhos, que pegara com as suas mãos, se perdesse num instante. E ele ficasse ali só, sem ninguém, incapaz de ouvir, incapaz de ver."
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leiturasdaursula 04/10/2023

Uma obra prima!
É com alegria e saudade que cheguei ao fim da leitura do "Ciclo da Cana-de-Açúcar", do qual "Fogo Morto" é parte essencial e finaliza esse ciclo com maestria. Sinto-me presenteada com uma sensação profunda de satisfação por ter me aventurado nestas obras. Essa longa e bela jornada literária, iniciada em janeiro, me fez percorrer as páginas das obras de José Lins do Rego, saboreando cada romance, que ofereceu um novo matiz da vida no nordeste brasileiro e da evolução da sociedade. É uma alegria sentir-se imersa na riqueza das palavras e personagens do autor, enquanto acompanhava a história das famílias e das terras que moldaram uma parte importante da cultura brasileira.

Ler o ciclo é como desfrutar de um verdadeiro banquete literário, que enriquece a compreensão do Brasil e de suas complexidades, deixando uma gratificante sensação de ter concluído uma jornada enriquecedora. Portanto sim, eu recomendo muito a leitura dos livros, em sua ordem de publicação original!

O Ciclo da Cana-de-Açúcar começou a ser publicado em 1932, com Menino de Engenho, seguido por Doidinho (1933), Banguê (1934), Moleque Ricardo (1935), Usina (1936) e Fogo Morto (1943). Aqui no IG tem resenha de todos os livros, exceto Moleque Ricardo, que foi um presente da inscrita Bruna e que resenhei em vídeo no Youtube (link na bio).

Neste post quero explanar, superficialmente, sobre Fogo Morto. Publicado em 1943, o romance é uma narrativa rica e envolvente que transporta os leitores para o nordeste brasileiro do século XIX. A história gira em torno de uma poderosa família de usineiros de cana-de-açúcar e aborda temas como a decadência do sistema escravista, a transformação social e a passagem do tempo.
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Michelle 25/09/2023

Fogo Morto
Um livro muito bom, que me deixou com mais vontade de seguir por todos os livros do José Lins do Rego, dividido em 3 partes e com um pós texto de Mario de Andrade.
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Isaqsf 08/09/2023

Uma obra atemporal, retrata bem a realidade dos pobres, e dos senhores de engenhos, o gritante desequilíbrio social, a incompetência policial, onde os mesmos só oprimiam os pobres e os inofensivos, aborda a importância que os desfavorecidos davam ao cangaço, vendo eles como os Robin Hood do Nordeste!
Excelente retratação da histórias do engenhos e perfeita abordagem das desigualdades sociais!
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Bia 01/09/2023

Embora seja uma leitura um pouco difícil (muitos regionalismos) a leitura fluiu e eu gostei como o autor construiu a história em volta dos engenhos. Mas eu acho que os negros escravizados deveriam ter um papel maior e mais profundo no livro, eles são quase um acessório para a narrativa.
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