Resenhas - A moradora de Wildfell Hall

Marilda 12/09/2022

Fragmentos e opinião
No Capítulo 3 sobre a educação do Arthur, achei interessante o questionamento da autora, pela voz da Sra. Graham, sobre a educação de meninas e meninos. Até hoje, segunda década do século XXI, se fala em brinquedos de meninas X meninos... então achei muito à frente do tempo. Até porque as Brontë tiveram a oportunidade de uma outra criação, diferente da época.
Acho o Gilbert super boy lixo (prevejo que o "marido anterior" será mais boy lixo ainda né, se ela fugiu como deu a entender até o momento...) insistente, pedante, dono da verdade, presunçoso, não sabe ouvir NÃO. Mas a mãe (Sra. Markham), que quer dar lições de maternidade, diz na pág. 64 (Edição da Recrd), para a filha Rose: "Rose, em todas as questões domésticas só se deve ter duas em mente: em primeiro lugar, qual é o modo correto de se fazer e, em segundo, o que agrada os homens da casa. Para as mulheres qualquer coisa serve." 🤮
Adoro a sinceridade da Helen: "Estava exausta de tanto tagarelar. Nada me cansa mais, não consigo entender como são capazes de falar desse jeito. (...) Detesto conversar quando não há qualquer troca de ideias ou de sentimentos e nada de bom a dar ou receber" (p. 91)
Na p. 114, ele mesmo relata a birra que fez: "Só sei que, depois, me atirei no chão como uma criança furiosa e ali fiquei, tomado pela raiva e pelo desespero."
Em seguida começa o diário da Helen, ficamos conhecendo os personagens de seu passado. "(...) se odeio o pecado, amo o pecador (...)" p. 158

Lu Tibiriçá 10/09/2022

Um livro diferente da Anne Brönte
Tive dificuldade com esse livro. O início é lento. Muito lento. Depois, quando a história começa a se desenvolver, surge a história dentro da história. E é longa....
Os toques feministas são fortes na personagem principal, assim como o controle sofrido por ela tanto pelo marido quanto pelo sistema da época.
Ao final, se tornou um livro interessante, mas bem diferente de Agnes Grey.

Fernanda.Marques 09/09/2022

amei!
amei tanto esse livro que não conseguia largar!!
embora não tenha se tornado meu favorito pois achei um pouco maior do que o necessário, mas quem sou eu pra criticar a autora ne?
a leitura é fluida, cheia de "treta", acontece algo o tempo inteiro até a parte do bendito diário. A narrativa é feita em forma de cartas contando a historia toda.
amei os personagens, embora ambíguos, ora eu concordava ora achava fora da casinha.
Meu preferido das irmãs até o momento.

José 07/09/2022

Brontë sinônimo de perfeição
Livro incrível, traça uma realidade patriarcal presente no mundo ainda nos dias de hoje. Uma leitura que me gerou diversos sentimentos, creio ser uma leitura obrigatória a todos!

helenaslodk 20/08/2022

!!!!
Depois de ter lido Jane Eyre (que amo) e mais recente Morro dos Ventos Uivantes (não gosto), li esse que faltava da trindade das Irmãs Brontë e gostei muito!

O livro aborda muitas facetas interessantes e achei ele bastante feminista pra época. Aborda sobre alcoolismo e violência doméstica de forma bem crítica, mostrando uma situação bem atual. A Helen acreditava que uma esposa deveria mudar e moldar o marido, e aqui se pode ver que não acontece. Infelizmente muitas mulheres ainda pensam e se culpam por isso.

Gostei de ver o crescimento do protagonista, que é o narrador por quase metade da história. A Helen é maravilhosa, às vezes queria entrar na história e abraçar ela, dar conselhos, ajudar.

O único erro dela foi não ter metido um chifre no marido ou ter matado ele logo. Jurava que ele ia surtar e matar ela, apesar de pela narrativa (o livro começa no presente e volta pro passado) isso não ser possível. Mas infelizmente ela tinha princípios muito nobres e felizmente não deixou de acreditar naquilo que era certo.

Carolinad 19/08/2022

A senhora de Wildfell Hall
Escrita viciante, incrível construção dos personagens, um tanto reflexivo e envolvente. Uma leitura que vale a pena degustar de cada página.

Para quem não conhece a escrita da Anna Brontë, esse romance ousado e corajoso é uma excelente leitura.

Cat 14/08/2022

Perfeito
Sério, as Brontës são incríveis, os livros dela te surpreendem e emocionam de um jeito. A inquilina de Wildfell Hall com certeza virou um dos meus livros favoritos.

Vi que alguns dizem que esse livro foi uma resposta ao Morro dos Ventos Uivantes, um vislumbre de como teria sido a vida da Catherine caso ela tivesse casado com o Heatcliff, e eu discordo. O caráter do Heatcliff foi moldado pelas circunstâncias, o que ele passou, não acredito que ele era naturalmente mau. Agora o Huntington, que ódio eu senti dele, ele sempre foi mau-caráter e egoísta, não adiantava o quanto a Helen amasse e cuidasse dele, ele maltrata ela; ele não podia suportar que ela tivesse outra fonte de felicidade, como ela mesma diz durante a lua de mel deles, não queria que ela visitasse os parentes.

O sofrimento da Helen durante a narração do seu diário, pouco a pouco mostrando a degradação do marido dela me fazia ansiar pelo momento em que ela finalmente seria livre e feliz.

@ruthlunang 26/07/2022

A inquilina de Wildfell Hall
Aí que história tão boa de ler.

Ódio ao Arthur adulto, queria que ele tivesse sofrido ainda mais. As vezes eu me irritava com a bondade excessiva de Helen, mas considerando a época que o livro foi escrito, ela era até muito rebelde.

A única ressalva que tive com esse livro não foi nem em relação à história, e sim à edição. Encontrei muuuuitos erros de revisão, com palavras escritas erradas, uma palavra grudada na outra, enfim... Nunca tinha tido esse tipo de problema com as edições da nova fronteira, mas nesse livro aqui tava até absurdo.

Rebeca 26/07/2022

Uma mãe solo em Wildfell Hall
Nesta obra, Anne Brontë faz críticas fervorosas sobre as vidas matrimoniais infelizes e a questão do divórcio, sem esquecer de dar ênfase reputação social da mulher, especificamente das mães divorciadas na era vitoriana. Há quem diga que Anne se inspirou na vida do irmão que tinha problemas com bebidas. A escrita dela é impecável, na primeira parte o livro é narrado pelo jovem Markham, na segunda parte a narrativa é trocada pelo diário de Hellen Huntingdon que explica as inconsistências que são apresentadas na primera parte. A trajetória de Hellen não é como os romances adocicados de Jane Austen, em vez disso, temos as armaguras vividas por ela num casamento infeliz e como a sociedade a sua volta lhe julga por ser mãe solo e divorciada.

Hellen é uma personagem incrivelmente forte e devota aos seus princípios, que felizmente conseguiu sair de um relacionamento tóxico. Mr. Huntingdon é o que um homem imprestável se preza ser, é o de longe, o personagem mais detestável desse livro. Lorde Lowborough não merecia aquela cáscavel interesseira como esposa. Mr. Hargrave é um falso meticuloso, que felizmente não conseguiu cumprir com seus planos mesquinhos. O Mr. Hattersley teve a melhor evolução de caráter perante ao seu matrimônio com a Mrs. Hattersley. Gilbert Markham é um personagem íntegro que merece os sentimentos de Mrs. Graham, a amizade dele com Arthur é muito bonita, e ele soube respeitar muito bem as escolhas de Hellen. Só achei o final um pouco exagerado, fora isso, o desenvolvimento da história e dos personagens é muito bom.

rana.castillo 23/07/2022

A Anne desenvolveu habilidosamente o relacionamento abusivo vivenciado pela Helen (protagonista), que inicialmente tinha um marido amável e bajulador, mas que não tardou em manifestar seu verdadeiro caráter. E, cara, algumas partes são extremamente aflitivas: faltei perder metade dos meus cabelos de tanto que eu me descabelei. Não tem como não ficar furioso com as atrocidades que os homens empreendem contra as mulheres; é um machismo tão repugnante, que precisei socar um pouco meu travesseiro pra tentar amenizar minha irritação. A autora, porém, não romantiza esses comportamentos perniciosos ? a Helen, inclusive, questiona constantemente as disparidades entre os sexos. Uma das razões de eu gostar dos livros das irmãs Brontës, aliás, é justamente pela presença desses embates.
Rematando, gostei do enredo e da narrativa (é um romance epistolar, amo); gostei da prota também, ela é uma mulher extremamente forte, decidida e resiliente, cheia de fé (o que eu particularmente admiro muito). É realmente lamentável que ela tenha sofrido tanto nas mãos de um homem torpe como o Arthur. Mas o final proporciona bonança após tanto tormento.
E é claro que eu chorei (sou uma manteiga derretida messssmo!!).

Silvana.Tozetto 12/07/2022

A senhora de Wildfell Hall
Que livro maravilhoso! Fazia tanto tempo que eu não lia nada que me prendesse desse jeito.
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Depois de tantos "Ceo e a virgem grávida", foi um supro de vida.
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Helen foi uma mulher muito corajosa, muito a frente de seu tempo e muito gentil e generosa, mas não no estilo princesa da Disney que eu odeio, mas realmente com devoção e verdade.
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Fiquei muito feliz com o final dos personagens e perversamente satisfeita com o final de outros.
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Recomendo muito, meu primeiro favorito do ano.
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Cinco estrelas!!!

Sabrina 10/07/2022

O primeiro livro que li das irmãs Bronte, me atraio por ser um clássico. Tem uma posição merecida.
A escrita é envolvente demais e a evolução dos personagens também. É possível entender o porquê da atitude de Helen ser tão chocante para a época.

Vitória 08/07/2022

Estou lendo as obras das irmãs Brontë em ordem de publicação, e agora chegou a hora desse romance. Eu já tinha tido meu primeiro contato com a Anne por meio de Agnes Grey, que foi minha pior leitura delas até então. O livro é muito à frente do seu tempo e todas aquelas coisas, mas a história e os personagens me pareceram muito rasos. Aqui eu consigo perceber uma melhora significativa na Anne.
Fiquei surpresa logo no início pelo fato da história ser narrada por um personagem masculino. Creio que isso nunca tinha acontecido nos livros das Brontë. E tenho que dizer que a Anne se saiu muito bem nesse quesito. A gente consegue perceber todos os preconceitos enraizados no Gilbert pelo fato dele ser um homem, coisa que não encontramos quando a narrativa passa para o ponto de vista da Helen. E eu me apaixonei perdidamente por esse personagem.
O romance é muito envolvente. Eu amo o clichê de uma boa história de amor com uma criança envolvida, e aqui, mesmo se tratando de um clássico, escrito quando o clichê nem era clichê, a Anne conseguiu me entregar todos os elementos que me ganham nesse tipo de história. O Gilbert se apaixona pela Helen ao mesmo tempo em que constrói uma relação linda com o Arthur, e temos vários momentos lindos protagonizados pelos três. Eu cheguei até a chorar no final, quando o Gilbert fala que considera o Arthur como filho dele. Confesso que, mesmo não tendo se tornado o meu grande favorito dentre os livros das irmãs Brontë, ele ainda conseguiu superar Jane Eyre no quesito romance, porque vamos combinar que aquele livro tem uma personagem incrível, com desenvolvimento muito bem feito e uma trama excelente, mas quando a gente chega na parte da história de amor ele deixa um pouquinho a desejar.
Como em qualquer obra das Brontë, aqui temos críticas sociais a torto e a direito, com citações bíblicas enfiadas goela abaixo (porque essa galera parece que tem a bíblia decorada dentro da cabeça). Mais uma vez, muito é discutido sobre a mulher e como ela sempre está em uma posição inferior em relação ao homem na sociedade, mas o que mais me pegou foram as discussões sobre maternidade. A Helen é muito carinhosa com o Arthur, do jeito que a gente pensa hoje que uma mãe deve ser, mas é acusada de estar tornando seu filho uma pessoa fraca, "afeminada" e mimada, e foi um tapa na minha cara pensar que ainda tem gente hoje que pensa assim. Os trechos em que os vizinhos a criticam por ter feito o filho rejeitar bebida alcoólica, dizendo que um homem sem vícios, que não goste de álcool, não é um homem de verdade, também me pegaram de jeito. Agora estou quase certa de que ainda estamos vivendo no século XIX.
Se esse livro tiver algum defeito, é o fato de ter se tornado um pouco lento durante a parte dos diários da Helen. A história estava interessante, durante todo o livro até então eu estava morrendo de curiosidade pra saber o que tinha acontecido com ela, e ver o processo dela se tornando a mulher forte que ela é no presente da história justifica tudo, mas poderia ter sido um pouco mais curto. Eu fiquei tão apaixonada pelo casal principal que queria ver mais dos dois interagindo, e isso não me foi entregue nem quando o diário acabou. Mas aí acho que o problema está mais com as minhas expectativas do que com a construção feita pela autora. Por algumas páginas eu também pensei que esse livro não ia ter um final feliz, e isso me fez querer jogá-lo na parede, mas parece que esses achismos fizeram o final ser ainda mais recompensador. Agora até deu uma tristeza por não ter mais livros dessa irmã pra ler, ao mesmo tempo em que fico feliz por saber que ainda me restam tantos livros da Charlotte (minha favorita das três) para serem lidos. Não vejo a hora de ter tempo de encarar o calhamaço que é Shirley.

Tina 05/07/2022

Refúgio em Wildfell Hall
Helen é uma jovem bela, determinada, com um certo toque de teimosia e com um coração que se deixa cair de amores por Arthur Huntingdon, homem charmoso, mas de péssimo caráter. Sempre na pândega com os amigos, em jantares regados a muito vinho, ele se mostra um marido horrível. Não quer ser controlado por sua esposa, mas quer ter o controle sobre ela e não suporta as suas tentativas de corrigi-lo. Fruto desse relacionamento é o pequeno Arthur, cujo caráter e educação a mãe não quer, sob hipótese alguma, que sofra influência do pai. Após cerca de seis anos nesse relacionamento conturbado, Helen deixa o marido e busca um refúgio no interior para viver com seu filho e tentar recomeçar a vida. Entretanto, a sua chegada no novo vilarejo dá o que falar?uma viúva tão jovem, com um filho, vivendo em uma casa praticamente abandonada? É o que todos pensam. Neste contexto, conhecemos Gilbert e sua família, e acompanhamos o surgimento de laços que dificilmente serão apagados. Escrito em forma de diário, tanto por Gilbert quanto por Helen, ?A inquilina de Wildfell Hall? é um romance maravilhoso, que causou burburinho nos anos 1800 por trazer uma discussão tão importante como o relacionamento matrimonial abusivo e a liberdade das mulheres.

Nat 29/06/2022

Gilbert Markham, de início, não se interessa muito pela nova inquilina de Wildfell Hall. Mas a jovem reclusa, Mrs. Graham, e seu filho Arthur despertam a curiosidade devido a escolha de um lugar tão afastado de tudo para viver. Quando faz sua primeira visita a jovem dama, Gilbert descobre o talento de Helen para a pintura, a convivência entre eles vai se estreitando até o rapaz perceber que está apaixonado. Mas Helen não quer ouvir falar sobre o assunto, ao mesmo tempo em que ela não pode explicar o porquê da recusa e parece sentir o mesmo. Quando a situação parece sem solução, Gilbert recebe os diários de Helen e descobre o segredo que ela guarda.

Eu tenho esse livro faz muito tempo, guardado que estava esperando um momento propício (é o que eu geralmente faço com meus romances clássicos, apesar da vontade louca de ler assim que compro, até por causa do primor com que a Pedrazul faz suas publicações). Quando se trata das irmãs Brontë, é complicado escolher uma favorita, porque Anne e Emily infelizmente faleceram cedo, então seus trabalhos literários são mais, por falta de palavra melhor, mais escassos do que de sua irmã Charlotte. Mas esse livro foi um que eu sempre quis ler, então fiquei feliz quando a Pedrazul lançou, e a espera valeu a pena. A história é boa, prende a atenção, mas de um jeito diferente do que eu esperava.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2022/06/a-inquilina-de-wildfell-hall-anne.html