O Continente

O Continente Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Continente - Vol. 1


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Guynaciria 15/06/2018

O Tempo e o Vento, é uma série escrita por Érico Verissímo, em três partes, sendo elas: O Continente ( vol. I e II) dos quais falaremos agora, O Retrato e O Arquipélago. 

Esse romance, narra o período de formação do estado do Rio Grande  do Sul, através dos olhos de quatro famílias: Caré, Amaral, Terra e Cambará.

A narrativa começa com uma índia que deu a luz a Pedro Missioneiro, em uma aldeia Jesuíta, anos se passam, esse garoto é educado, demonstrando um talento nato em algumas áreas, além de possuir o dom da visão. Pedro acaba por conhecer Ana Terra, que torna-se a mãe de seu filho.

Ana era uma mulher forte, decidida, que foi moldada pelas restrições e sofrimentos que lhe foram impostos, ela acaba sendo a matriarca da família terra, portanto esse é um livro escrito sobre o ponto de vista das mulheres a respeito dos 200 anos de conflitos, que dizimaram um grande numero da população sulista do Brasil. 

Ana é avó de Bibiana, é essa não nega o sangue que carrega, a garota esta com seus 22 anos, solteira, recusando pretendentes importantes, pois nenhum lhe agrada, até conhecer o Capitão Rodrigo, eles formas um casal atípico, uma vez que Ana ama seu marido, mesmo esse lhe causando grandes desgostos, mas também grandes alegrias ao longo dos anos.

A partir desse ponto temos as famílias Amaral e Terra unidas, elas formam o eixo da narrativa, pois são as protagonistas da trilogia. 

Nesses primeiros dois volumes, a narrativa nos é apresentada intercalando o presente e o passado. E apesar de começar o livro, já sabendo como a história das famílias vão acabar, o livro acaba sendo muito enriquecedor, pois podemos contemplar a formação de um povo, uma cultura, seus ritos. 

Amei esse livro. 
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Mr. Jonas 08/02/2018

O Tempo e o Vento - O Continente - I
O livro é composto por três novelas, A Fonte, Ana Terra e Um Certo Capitão Rodrigo, que aparecem intercaladas por fragmentos de uma outra narrativa, “O sobrado”. Embora independentes, as narrativas possuem traços que as unem, fazendo com que o romance apresente certa unidade.
A primeira novela, A Fonte, narra episódios ocorridos no território conhecido como Sete Povos das Missões no século XVIII. Um dos principais personagens, o padre Alonzo, um jesuíta que trabalha nesse local com indígenas, encontra uma mulher prestes a dar a luz. A mulher morre no parto, mas o bebê, um mestiço que recebe o nome Pedro, sobrevive e se torna objeto de grande atenção do padre. Com o tempo, Pedro cresce e se torna um jovem inteligente e fortemente ligado a religião, narrando com freqüência a ocorrência de visões identificadas com a simbologia católica. Esse capítulo tem fim com a narração da disputa da região por portugueses e espanhóis.
Na novela Ana Terra, a personagem principal dá nome ao capítulo. Ana Terra é filha de um homem que escolheu se estabelecer no Rio Grande do Sul como agricultor. Pedro, personagem apresentado no capítulo anterior, é encontrado por ela ferido na mata e acaba se tornando empregado de seu pai. Ana Terra desenvolve então um forte sentimento de desejo pelo mestiço, que acaba ocasionando sua gravidez. A reação de seu pai ao descobrir o ocorrido é muito violenta, ele ordena aos filhos que levem Pedro para longe da fazenda, mas Ana sente que na verdade eles o mataram. Anos depois, a fazenda é atacada por castelhanos, todos os homens da família são mortos e Ana Terra estuprada. A protagonista sobrevive com a cunhada e o filho, o grupo consegue ajuda para escapar da região. Elas se estabelecem na região de Santa Fé.
A narrativa de Um Certo Capitão Rodrigo tem início com a chegada do capitão Rodrigo a Santa Fé. O protagonista se apaixona por Bibiana Terra, neta de Ana Terra, apresentada no capítulo anterior. Porém, a moça tem como pretendente o filho do homem mais importante da cidade. Além disso, o pai da jovem não simpatiza com o capitão. No entanto, Rodrigo faz tudo o que está ao seu alcance para permanecer na cidade e se casar com Bibiana, entrando inclusive em um duelo com seu rival, que covardemente o atinge com uma bala. Recuperado do ferimento, Rodrigo consegue o consentimento para se casar com Bibiana e abre um armazém com o irmão da moça. O casamento ia bastante bem até que com o tempo e a chegada dos filhos, Rodrigo perde parte do interesse pela mulher, começa a beber muito, a jogar em excesso e a manter amantes. O protagonista morre no fim da narrativa envolvido com outro conflito bélico: a Guerra dos Farrapos.
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Barboza 04/01/2018

O Continente vol. 1
"Buenas e me espalho. Nós pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho!"
Ironicamente, O Tempo e O Vento ultrapassa ao seu tempo e resisti ao vento. O livro usa a história de várias gerações da família Terra para contar as transformações no Continente do Rio Grande de São Pedro (atual Rio Grande do Sul), ou, então, o livro usa as transformações no Continente para contar a história dos Terras. Não dá para saber o que é mais fascinante.
Veríssimo marca o livro por quebras na narrativa. Porém vai muito além de narrar um pouco do passado e um pouco do futuro até chegar no ponto onde os dois se encontram e se completam. A quebra de narrativa também se encontra nas mudanças de linguagem, de escrita e de narrador.
Nesta leitura, encontramos bastante da história e costumes da época, porém o grande ponto é a aula de sensibilidade literária. Com um olhar cuidadoso, podemos encontrar na face de cada personagem muitos lados da mesma história. Aliás, nenhum personagem é 100% ruim ou totalmente bom. Você pode até escolher um lado, mas a sua consciência dificilmente vai deixar você condenar totalmente alguém (isso, claro, a medida que você conhece a história do Brasil, América do Sul etc.).
Enquanto escrevo esta resenha, estou na metade do volume 2 do primeiro livro. Começo a acreditar que O Tempo e O Vento entrará para o meu cânone literário.

P.s.: Não ia escrever sobre isso, mas decidi de última hora. Após muitas observações, constatei o problema pessoal que tenho com literatura nacional clássica. Geralmente são duras, com uma linguagem distante, costumes distantes e personagens irreconhecíveis. Deixe-me explicar algo mais: sempre que leio um Vidas Secas da vida, me sinto lendo um roteiro de novela da Globo.
Entendo que livros devem ser lidos no seus contextos, pois eles contam a história de seu tempo. Mas um livro se tornar um clássico não significa que ele ultrapassou o próprio tempo?
Há 137 anos de diferença entre esta resenha e a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, entretanto me parece que foi escrito em outro idioma. É uma linguagem que não me reconheço nela, com personagens que parecem de outro tempo, óbvio, mas também de outro país.
A solução? O que há de fazer? Nada. Não devemos ficar alterando obras ao bel prazer, mas precisamos reconhecer esta distância que vai além do tempo sobre a literatura clássica nacional.
Felizmente, em O Tempo e o Vento, eu achei a quebra de todos estes paradigmas.

Portanto, iniciei dizendo o que este livro é e acabei dizendo o que ele não é.
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Joao.Carlos 02/01/2018

O Continente
Os finais de tarde com meu chimarrão nunca mais foram os mesmo. Sentirei saudades dos causos de Santa Fé.
Pasquali 13/01/2018minha estante
Buenas parceiro você leu essa edição com os doisvolumes de o continente? Como é a edição? Vi que é econômica e fiquei com o pé atrás.. o papel é branco ou amerelado? As folhas são muito transparentes? Obrigado!


Tina 14/07/2019minha estante
Pasquali, eu li a edição econômica e gostei bastante! Também sou relutante nestas situações, mas aprovei. As páginas são amarelinhas, bem como a gente gosta...e não são transparentes não!




PY3LTK - Twitter @py3ltk 27/12/2017

Gaúcho até os dentes!
É tiririca, roseta, sanga, lambari, amaricá, geada, terra vermelha, costela e chimarrão na veia! Obra prima dos pampas... Direto de Cruz Alta. Tenho dito.
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Vini 26/12/2017

Eu queria ser o capitão Rodrigo. Haha.
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Morgana Brunner 09/10/2017

O Continente - Erico Verissimo
Oiii gente, tudo bem?
Hoje trago a resenha de um dos livros que estava na minha lista dos livros não lidos da minha estante. Esse no qual trago aqui li ele a uns 2 anos atrás e com o tempo fui sentindo saudades de cada personagem, pois mexem comigo de uma maneira incrível.

Não resisti e tive que ler novamente, ainda mais que é uma obra do Erico Verissimo, tenho uma paixão pela sua escrita e possuo uma quantidade notável de livros de sua autoria na minha estante.

O Continente foi um livro que comprei na obrigação, vamos se dizer, estava terminando meu ensino médio e minha professora pediu que fizéssemos um seminário da obra. Tive que correr e comprar, porque as edições da biblioteca tinham terminado e aqui onde eu moro a obra custava R$50,00 um valor bem caro, porém era novo. Com isso, fui ao sebo da cidade ao lado e encontrei-o por R$15,00 praticamente novo, nas fotos abaixo vocês verão como está a edição. Fiquei bem feliz com isso e desde então se tornou um dos meus favoritos.



Todos naquele sobrado estavam com medo do que aconteceu e o que iria acontecer diante dos fatos que estavam a sua frente, nem sempre tudo fora do jeito que queriam. A guerra havia chegado e trazendo uma tremenda revolução entre as pessoas. Eram sobrenomes renomados que estavam fazendo parte disso, e quem se negasse sofreria o que menos se esperava.

Licurgo era um homem sério, podemos dizer até mesmo sem tal sentimentalismo. Afinal, naquela época a guerra era o que homem queria, não se importaria de perder a mulher. O que não podia mesmo era perder a guerra, a revolução, a luta. Queria ver sangue e participar, mesmo que isso lhe custasse tudo que tinha de valor. Homem que perdia a terra na guerra não tinha respeito nenhum.

"O essencial é não esquecer nunca a existência do inferno, para melhor sentir as delícias do céu." Pág. 51

Onde a fome começara a tomar conta de cada um, era perigoso sair para buscar água no posso e ser bombardeado e morrer fuzilado, pois a cada canto havia alguém a cuidar do sobrado. Estavam a espreita, um passo em falso era morte na certa. Com isso, o sofrimento, a fome, a sede foram aumentando bruscamente, mas ninguém tinha coragem a se atrever a sair, e quem saísse sabia o seu fim.

A cada nova decisão de Licurgo o pessoal ficava preocupado com o que podia acontecer, aliás, todos estavam a perigo do tiroteio atravessar as madeiras simples e fracas do sobrado. Todos corriam risco de vida: Maria Valéria, Alice, Licurgo, as crianças e principalmente Dona Bibiana.

"Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando." Pág. 102

O livro é dividido em algumas partes: Sobrado, Ana Terra e Um Certo Capitão Rodrigo. Então como de costume irei falar um pouco de cada um para que entendam e quem sabe isso desperte o interesse de cada um.



Ana Terra
Vamos continuar e falar agora sobre a parte da Ana Terra, que pode ser lido como livro independente.

Ana Terra era uma menina de aço, crescera em um lugar distante da cidade, escondida da população, principalmente de homens. Seu pai Maneco Terra, não queria de jeito nenhum que filha ficasse mal falada na cidade grande, Rio Pardo. Além disso, o homem odiava tudo que podia lhe trazer alegria naquele lugar, músicas principalmente.

Henriqueta mãe de Ana Terra tinha um coração abençoado, puro e de bom agrado. Não entendia como o marido podia ser assim, então costumava aguentar as coisas quieta, mesmo com lágrimas nos olhos a escorrer pela face cansada continuava a obedecer às ordens.

"Chamava-se Ana Terra. Tinha herdado do pai o gênio de mula." Pág. 162

Além disso, Ana tinha outros irmãos cada qual obedeciam seu pai também, então a menina não tinha para onde fugir. Se contentava com o simples cantarolar das suas cantigas enquanto lavava as roupas da família e podia se banhar sempre que quisesse no rio, isso pelo menos a alegrava.

Com o tempo passando, a vida rotineira era seguida, Ana continuava com a tristeza em seu peito na esperança que isso um dia mudaria...mas, uma coisa grave e inesperada aconteceu, quem sabe seria o destino armando pra lhe trazer felicidade ou simplesmente para lhe piorar a vida.

"Noite de vento, noite dos mortos..." Pág. 189

Um homem foi encontrado e situações estranhas começam a acontecer naquele lugar silencioso. Ana começara a sentir o verdadeiro significado de querer conhecer a novidade, e principalmente descobrir o que este homem também escondida que a deixava perturbava de uma maneira estranha e gostosa de se sentir.

Tudo mudara desde a entrada desse estranho chamado Pedro. Ana Terra, não se continha e queria o afastamento e descobrir o que porque sentia tais emoções. Todos naquela casa estavam desconfiados do pobre rapaz, que até então não fizera nada para prejudicar.



Um Certo Capitão Rodrigo
Rodrigo Cambará era um homem alegre, esbanjador dos lugares que entrava e até sincero demais. Gostava de uma guerra, queria suar e morrer nisso, sua vida inteira passou a correr atrás de guerras. Muitas vezes se apaixonava por alguns mulheres das regiões que frequentava, as colocava em sua garupa no cavalo e continuava a seguir sua rotina, na maioria das vezes as largava no meio do caminho, por ter enjoado.

O homem resolvera se meter lá pelos lados de Santa Fé, uma cidade pequena e cansada de tanta guerra, queriam paz e que todos se dessem bem. Aliás todas as moças eram de família direita, nasceram para casar.

"Quem anda cego de amor não sabe se é noite ou se é dia." Pág. 262

Mas, não sossegava de nenhuma maneira, chegou fazendo um escândalo e então começaram a olhar para ele com outros olhos, sabiam que ia dar encrenca e o povo não ia aceitar alguém desordeiro dessa maneira. Juvenal fora o único que se metera a falar com Rodrigo, e até que então se deram bem.

Rodrigo de certo modo gostara de todas as mulheres que vi, queria tê-las e usá-las até então enjoar e trocar. Mas, algo inesperado aconteceu e lhe fizera mudar de opinião desde que vi aquela moça chamada: Bibiana.

"A guerra também é uma loucura. Tudo é uma loucura. Mas eu fico." Pág. 354

Essa sim tinha um jeito duro de se lidar, nenhum homem conseguia conquistar seu coração, era muito bonita e possuía alguns pretendentes, mas nenhum homem a conquistaria, todos eram iguais. Bibiana era mulher de amar apenas uma vez na vida, e este homem estava demorando para aparecer.

O capitão quando viu a menina se sentiu encantado e começou a imaginar como seria todas as ocasiões que poderiam realizar juntos, só tivera a sorte de ver seu tornozelo e desde então se apaixonou.



A maioria dos habitantes de Santa Fé não gostavam do homem, queriam que ele fosse embora, custe o que custasse. Mas, nem tudo era assim. Rodrigo queria sossego, mas ao mesmo tempo queria guerra, como sempre dizia, não morrerei numa cama, homem que é homem morre na guerra. Era isso seu sonho, não nascera para ser homem quieto de ficar em casa.

Com o tempo, novos momentos voltaram acontecer entre ele e Bibiana. Situações graves estavam previstas, novas guerras, novas mortes. Era isso que lhe faltava, mas em muitos momentos seu coração negava isso, apenas queria descansar no colo de Bibiana e ali criar sua família.



Bom gente, é um livro maravilhoso de se realizar a leitura, quem sabe eu não tenha me expressado ou dito palavras muito certas, pois qualquer coisa dita poderia entregar de fato a história.

O Continente é a abertura de uma trilogia que relata sobre as guerras, entre castelhanos e povos, é o momento de saber como sofriam tanto. A obra é tida com a continuação de O retrato e O Arquipelago. Percorrendo então um século e meio do Brasil, contando todos os detalhes e tristeza que enfrentavam. É nessa obra que encontramos a formação da família Terra Cambará.

É uma história que trata e relata sobre a fundação do povoado de Santa Fé, em 1985. Trazendo com isso personagens que nos fascinam e nos encantam.

A escrita de Erico Verissimo é incrível, fácil e compreensível. Porém, o autor é bastante detalhista, então para ler tem que ter bastante atenção, pois qualquer parte perdida, mudara completamente o entendimento da obra.

site: http://segredosliterarios-oficial.blogspot.com.br/2017/10/o-continente-erico-verissimo.html
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Kelly Lopes 27/07/2017

Maravilhoso
Que incrível esse livro! A narrativa de Erico Veríssimo é, simplesmente, encantadora. Ele nos envolve na narrativa, pois em cada parágrafo sentimos os personagens como pessoas reais. A escrita poética dessa longa saga vai mostrando dores, conflitos e desilusões. Mas o tempo, leva no vento as mágoas, aumenta as angústias e nos prende ao enredo. Quando se vê, já se foi o primeiro tomo inteiro. Fascinante!
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Cinthya4 12/05/2017

Que livro incrível! A história é maravilhosa!

A escrita do Érico Veríssimo é encantadora, poética e envolvente.

Neste livro, dois personagens se destacaram: Ana Terra e capitão Rodrigo Cambará. Ana Terra por sua força e Rodrigo Cambará por... Bom, por ser Rodrigo Cambará! Tive uma relação de amor e ódio com o capitão, ora eu o adorava e ora eu o detestava. Mas que ele é um personagem marcante isto ele é.

Em alguns momentos do livro o autor diz que a personagem Bibiana é parecia com a Ana Terra, mas não concordo tanto assim pois em muitos momentos eu tive vontade de sacudir e dar uma tapas nesta mulher (eu sei que preciso levar em consideração a época retratada, mas a força que a Ana Terra tinha era bem maior).

Nos capítulos de “O Sobrado” acompanhamos o aperto da família Terra Cambará diante o cerco que enfrentam.

Por último, mas não menos importante com esta história os leitores podem conhecer um pouco da história do Rio Grande do Sul e do Brasil também.
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Fábio Valeta 11/05/2017

Primeira parte da “Trilogia em sete livros”, considerada uma das obras primas da literatura brasileira.
Trata-se de uma extensa narrativa, iniciada em meados do século XVIII e terminada (nesse primeiro livro) no final do século XIX, cujo pano de fundo é a história do Rio Grande do Sul, e tem como fio norteador a família Terra-Cambará. Sempre alternando o período entre o passado mais longínquo e o mais recente, mostrando desde o nascimento de Pedro, e seu breve romance com Ana Terra, passando pelo casal formado por Rodrigo Cambará e Bibiana Terra, ao mesmo tempo que mostra fragmentos do ano de 1895 em que os descendentes desses primeiros personagens resistem à uma invasão a seu sobrado em uma das inúmeras revoluções ocorridas em território brasileiro.

Apesar do livro não possuir uma história central (cada capitulo pode ser lido praticamente de forma independente) o autor mantém um bom ritmo e consegue manter a narrativa interessante.

Não é possível falar muito ainda, pois esse é apenas uma primeira parte de uma história muito maior. Então vamos para a segunda parte...
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Amor por Livros 24/09/2016

Simplesmente MARAVILHOSO!
Na verdade eu li esse livro em meados de 2008 (provavelmente), não tenho muita certeza, foi na época em que eu estava estudando pro vestibular da UFC e Ana Terra – uma parte desse livro- estava na lista de indicados pra prova. Desde essa época eu fiquei loooooooooooouca pra ler toda a saga O Tempo e o Vento. Porém, só consegui adquiri-los em 2015 e assim, iniciei a leitura desse livro, mas só concluí no início de 2016 porque 2015 foi uma temporada muito difícil na faculdade. Mas, enfim, vamos ao que interessa!
O Continente é o primeiro livro de um total de sete que constituem a Saga “O Tempo e O Vento” escrita pelo saudoso Erico Verissimo. Ela conta a formação do Rio Grande do Sul à partir da história da família Terra-Cambará.
O livro está dividido nas seguintes partes: O Sobrado I, A Fonte, O Sobrado II, Ana Terra, O Sobrado III, Um certo capitão Rodrigo e O Sobrado IV. Nesse primeiro volume, o leitor acaba se envolvendo mais com os personagens e prestando menos atenção nos fatos históricos que acompanham a narrativa. Erico Verissimo mescla o presente e o passado da família Terra-Cambará intercalando as partes A fonte, Ana Terra e Um certo capitão Rodrigo com O Sobrado I, II, III e IV. O Sobrado conta o que se passa entre a noite 24 de Junho de 1895 até a noite de 25 de junho de 1895 durante um cerco que a família sofre devido à Revolução Federalista. Já as outras partes contam os primórdios da formação da família Terra-Cambará. É importante dizer que essa obra tem uma característica diferente: cada parte conta a história de um personagem diferente da família. É como se tivéssemos vários livros em um só, porém, todos esses ‘livros’ conversam entre si.
Na minha opinião, foi uma forma muito inteligente de se contar uma história, pois o leitor fica curioso de saber como todas as histórias se relacionam no final.

Mais sobre o livro no link abaixo:

site: http://colecionadoresdelivross.blogspot.com.br/2016/05/resenha-o-continente-volume-1-o-tempo-e.html
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Leonardo 25/08/2016

Esse Cap. Rodrigo. ..
Natalie Lagedo 25/08/2016minha estante
Ana Terra é minha preferida! Chorei DEMAIS.


Leonardo 25/08/2016minha estante
Bibiana também sofre =(




Aryane 06/08/2016

Incrível
Esse é o primeiro livro que leio do autor e só posso dizer que estou fascinada!

O primeiro volume de "O tempo e o vento" apresenta a história das famílias Terra, Bento e Cambará, as lutas de um povo que busca a independência de suas terras, as guerras, a simplicidade do gaúcho e as personalidades marcantes, que passam por gerações e permanecem intactas.

Além dessas minúcias, o livro traz um pano de fundo bem filosófico. Apesar da história ter sido publicada em 1949, vejo que muitos trechos poderiam ser aplicados normalmente na atualidade.

Os personagens são ricos, os capítulos cheios de detalhes.

Eu amei, simplesmente.

Cinco estrelas!

site: amoremletras.wordpress.com
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Lucas 18/05/2016

Épica colisão entre história e literatura
É grande o desafio para um leitor mais compulsivo definir o que é literatura. Ela pode ser definida como uma representação artística que demonstre determinado contexto histórico; uma obra que se eternize nos corações de quem a conhece, passando esse sentimento de geração para geração; outra definição que diz respeito à literatura presume que a mesma é uma "poesia romanceada" de certa realidade. Partindo destes pressupostos, conclui-se que aspectos históricos são fundamentais para que se esteja diante da literatura em sua essência. E é isso que justamente pressupõe O Continente, a primeira parte da trilogia O Tempo e O Vento, do gaúcho Erico Verissimo: uma varredura da história do Rio Grande do Sul, com a inserção de personagens reais e fictícios (estes últimos incrivelmente bem construídos).
Erico jamais concebeu sua principal obra como um romance regionalista, que visava especialmente demonstrar a história e costumes de determinada região, usando de metáforas que acabavam representando a sociedade em questão. Em O Continente, a fictícia história de toda uma família, os Terra Cambará, é contada, desde seus antepassados e suas várias gerações subsequentes. A história do Rio Grande do Sul entra neste processo como o fio condutor da narrativa, que determina de forma direta a vida e trajetória dos personagens mais importantes. Em suma, Verissimo não usa aspectos metafóricos para contar a história do seu estado; a formação cultural e territorial do Rio Grande do Sul funciona como uma bússola, que "guia" os personagens e seus destinos durante toda a narrativa. Assim, o leitor tem contato com uma ficção grandiosa sob todos os aspectos, e acaba aprendendo de forma épica boa parte da história do RS, já que os personagens sofrem na pele (literalmente) os seus efeitos e consequências.
A história gaúcha é recheada de conflitos políticos e bélicos. Ali, muito sangue civil, indígena e militar foi derramado nos cerca de 200 anos que a trilogia comporta, e que correspondem à ocorrência da imensa maioria destas "pelejas" históricas (entre a metade do século XVIII até a primeira metade do século XX). Verissimo lança luz a estas guerras, e usa delas para construir personagens únicos, que refletem bem a personalidade singular e controversa do gaúcho, cujos traços gerais são presentes até hoje na sociedade do Rio Grande do Sul. Um dos grandes méritos do autor é justamente este: fazer dos seus personagens símbolos do cidadão gaúcho. Homens de "opinião", radicais, alguns machistas, mas honestos e inspiradores. Mulheres tão guerreiras quanto os homens, que sofriam caladas pela teimosia de seus maridos, mas tomavam partido para defender sua família, seu pão e seus descendentes. Indubitavelmente, o gaúcho de uma forma geral ainda tem grande parte dessa conotação no restante do Brasil, e certamente, Erico Verissimo ajudou a construir esta imagem pré-concebida do povo do RS.
Personagens épicos são vários nesta primeira parte da trilogia, mas é absolutamente relevante destacar três deles: Ana Terra, mulher forte e sofrida, cuja trajetória de vida foi profundamente marcada por tragédias, que mudaram o curso de sua história; Bibiana Terra, talvez o personagem mais duradouro de O Continente, sendo também uma mulher forte, cuja vida foi moldada pelos conflitos trágicos da época, mas que adquiriu um caráter contraditório ao final da obra; e por fim, tem-se o capitão Rodrigo Severo Cambará, homem de inegável valor, profundamente polêmico mas, inegavelmente, carismático ao extremo. Há vários outros personagens fantásticos, mas estes três, certamente, correspondem a um desenho perfeito do homem e da mulher do RS em sua concepção histórica.
Para fins mais práticos, O Continente é, segundo a crítica geral, a parte mais sublime da trilogia. Isso é particularmente justificável, sobretudo pela abrangência dos anos: conforme já citado, O Tempo e o Vento se passa ao longo de 200 anos, e só a obra que abre a trilogia tem um lapso temporal de cerca de um século e meio, abrangendo desde o Brasil Império até a embrionária república. Outro ponto que reforça esta tese reside na quantidade dos já comentados personagens fortes, presentes em maior número em O Continente. Esteticamente, a obra em volume único lançada pela Companhia das Letras em 2013 (para promover o filme nacional, dirigido por Jayme Monjardim, e na qual se baseia a presente resenha) é muito bonita, mesmo sem ter capa dura e orelhas. As páginas amareladas, e, principalmente, uma árvore genealógica da família Terra Cambará trazem beleza e utilidade à obra. Outro ponto magistralmente exposto está ao fim do livro: uma linha cronológica dividida por capítulo, que localiza nos anos os fatos reais e acontecimentos de O Continente, e que elucida formidavelmente a narrativa (mas deve causar spoiler, se for analisada em momento errado). A construção da história contada também é profundamente inteligente. Verissimo foi muito feliz ao montar uma narrativa interrompida da "atualidade" (fim do século XIX), intercalando com passagens antigas. O Sobrado e suas sete partes correspondem ao ponto culminante e mais atual do livro, sendo simetricamente intercaladas com outros capítulos que explicam a origem dos personagens principais, cujas histórias acabam desembocando no sobrado em questão. Estas voltas ao passado engrandecem profundamente a leitura, pois são relativamente independentes entre si e contam a história individual de vários personagens importantes. Isto deve tornar O Continente uma das obras mais prazerosas de serem relidas em partes isoladas, em especial estes capítulos determinados. Impensável, por exemplo, não ficar tocado ao ler a história de Ana Terra e de "Um Certo Capitão Rodrigo", maiores expoentes deste raciocínio, que podem ser lidos isoladamente no futuro, quando o leitor sentir uma saudade compreensível d'O Continente.
Por fim, o livro é singularmente maravilhoso, único na literatura nacional, pois conta de uma forma muito rica boa parte de um dos estados mais importantes do país, o Rio Grande do Sul. Como todo clássico, recomenda-se que o futuro leitor tenha um conhecimento prévio mínimo de algumas questões históricas do estado, especialmente a Revolução Federalista, com a rivalidade entre Chimangos e Maragatos, que possui uma popularidade imensa ainda hoje no RS. O entendimento prévio deste conflito é essencial ao que acontece no início da obra, no já citado Sobrado, com suas voltas ao passado. Os demais conflitos anteriores são razoavelmente bem explicados no próprio livro, mas uma pesquisa simples durante a leitura destes pontos engrandece ainda mais a percepção da obra em si, especialmente no que diz respeito a personagens reais que são citados (como o guerreiro Sepé Tiaraju) e lendas, eternamente populares no coração do gaúcho (como a Teiniaguá e o Negrinho do Pastoreio).
A conclusão de tal aventura, que é a leitura da obra, reside no estado sublime que o leitor se encontrará ao fim da história. E quando um livro deixa o leitor neste estado, de graça e perplexidade, certamente é porque ele é especial, histórico, eterno... Definitivamente, é a literatura em sua essência.
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Natalie Lagedo 18/05/2016minha estante
Linda e apaixonante resenha! Você teve as mesmas sensações que eu. A história de Ana Terra é, sem dúvidas, a que mais me agradou. Sofri muito com ela.


Lucas 18/05/2016minha estante
Nobre Natalie! Também fiquei com esta impressão. Muito se falava a respeito justamente destes dois capítulos, Ana Terra e "Um Certo Capitão Rodrigo". A história da filha do sr. Maneco Terra também foi a que mais me encantou, talvez a melhor parte da obra. :)




Natalie Lagedo 15/04/2016

O primeiro volume de O Continente é narrado em 3ª pessoa, mas em cada capítulo uma das personagens passa a ser o foco, pois o autor conta a história do Rio Grande de São Pedro quando os povoados indígenas da região estavam sob o domínio das missões jesuítas castelhanas; quando os imigrantes portugueses começaram a habitar a localidade por meio de sesmarias; e, por fim, quando já havia vilas e grandes proprietários de terra e gado, quando estourou a Guerra dos Farrapos. Tudo isso é escrito de forma intercalada, sem linearidade. Esse é um dos pontos mais interessantes do livro.

Além do enredo ser maravilhoso, o que mais me agradou é o tom regional em que é contado. Palavras e lendas sulistas, das quais eu jamais tinha ouvido falar, agora são familiares e enriqueceram demais meu vocabulário e conhecimento folclórico.

Érico nos faz entrar tanto no universo dO Continente que os sentimentos das personagens passam para o leitor. Senti, com lágrimas no rosto, o pesar pelas mortes causadas pela guerra, a dor e o desespero das mulheres que tiverem de ser fortes para suportar as perdas da família. Fiquei horrorizada quando povoados foram saqueados, pessoas sequestradas, violentadas e assassinadas sem a menor compaixão. Enfim, em todos os momentos vivenciei como se fosse testemunha ocular dos fatos.

Antes de começar a leitura pensei no quão difícil ia ser enfrentar tantos volumes. Depois de iniciar a jornada, acho que vai ser dolorosa a separação quando acabar a história. vale a pena se debruçar sobre este primor de nossa literatura.
Gustavo 15/04/2016minha estante
Bem interessante. Não conhecia essa saga.




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